Ex-ministro da Justiça, Tarso Genro questiona o posicionamento da direita italiana
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Ex-ministro da Justiça Tarso Genro, afirmou que a reação dos  políticos italianos diante da decisão do Brasil de não extraditar o  ex-militante Cesare Battisti foi “excessiva”. Em entrevista publicada  nesta segunda-feira, na versão impressa do jornal La Stampa, o  atual governador do Rio Grande do Sul disse que algumas autoridades  italianas agiram com “incivilidade e vulgaridade”, o que pode ter  “azedado” a situação.
Em janeiro de 2009, Tarso concedeu refúgio  político ao ex-militante, condenado à prisão perpétua na Itália por  quatro assassinatos cometidos na década de 1970, quando integrava o  grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Desde então, o governo  do primeiro-ministro Silvio Berlusconi vem criticando a decisão. O  ex-ministro, por sua vez, explicou que, nas condições em que o processo  foi julgado na Itália, “a condenação de Battisti está impregnada de  dúvidas”, e em “qualquer sistema jurídico democrático”, a dúvida em  relação às provas também é uma dúvida sobre o próprio crime.
O  governador do Rio Grande do Sul ainda comparou a Itália dos Anos de  Chumbo (1969-1980) com a ditadura militar brasileira (1964-1985).
–  Quero recordar o povo italiano que, inclusive eu e a presidente Dilma  Rousseff, fomos definidos como ‘terroristas’ pela ditadura militar,  quando, na realidade, lutávamos pelo retorno da liberdade democrática –  disse.
O caso de Cesare Battisti foi analisado no ano passado pelo  Supremo Tribunal Federal (STF), que definiu que a palavra final caberia  ao presidente. Para Tarso, o STF “agiu politicamente”.
– Não há  um risco de conflito entre os poderes. O Brasil é uma democracia madura e  a decisão do STF, mesmo se estivesse errada, seria aceita pelos outros  poderes – afirmou.
No último dia de seu mandato, o ex-presidente  Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter o italiano no país, seguindo o  parecer da Advocacia-Geral da União (AGU).
CORREIO DO BRASIL
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