terça-feira, 11 de maio de 2010

Mercadante: o cenário de 2010 é muito mais favorável para nós


Na próxima quinta-feira, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) completa 56 anos. Formado em Economia pela USP (Universidade de São Paulo) e mestre na ciência pela Unicamp (Universidade de Campinas), acredita estar preparado para administrar o maior Estado do País. Faz duras críticas ao PSDB, que venceu as quatro últimas eleições em São Paulo, e diz que o governo tem uma atitude "autista" ao não reconhecer os problemas ligados ao transporte coletivo, ao trânsito e segurança pública, entre outros.

Critica a educação, que classifica de desoladora, mas defende e mantém conversação com Gabriel Chalita, ex-secretário de educação de Alckmin, para concorrer a uma vaga ao Senado em sua chapa. Aposta na transferência de votos de Lula para levar o PT pela primeira vez ao governo do Estado. Vê em Dilma Rousseff um grande potencial de crescimento para a disputa à presidência da República e afirma que o excesso de praças de pedágio tira a competitividade de São Paulo. Mercadante recebeu a reportagem do Terra em sua casa, na zona oeste da capital paulista, na última segunda-feira. Leia os principais trechos da entrevista: AQUI

Serra não tem propostas para governar

Concorrente pela oposição a Presidência da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS) foi à rádio CBN (ontem) como foram as candidatas da situação, Dilma Rousseff (PT, governo e partidos aliados) e do PV, senadora Marina Silva (AC), mas com o tucano foi diferente: ele recebeu tratamento de candidato da casa. Os entrevistadores se comportaram como seus apoiadores.

Míriam Leitão e Lúcia Hipólito estavam divinas. Uma não foi capaz de responder à altura ao candidato, quando ele cortou pelo meio sua pergunta, praticamente a mandou calar a boca, e classificou de "grande bobagem" o questionamento que ela levantava sobre a autonomia do Banco Central (BC). A outra só faltou colocar a bola na marca do pênalti para Serra chutar - mas, mesmo assim ele errou.

Heródoto Barbeiro deixou passar batido a aliança do PSDB de Serra com o DEM e o peso desta. Não o questionou sobre o candidato a vice-presidente em sua chapa, nem quando ele deu uma resposta a respeito. Deixou encerrar o assunto, sem perguntar sobre os senadores Agripino Maia (DEM-RN) e Francisco Dornelles (PP-RJ) e o ex-presidente Itamar Franco (PPS), cotados como vice-presidenciáveis do tucano desde que o nome de sua preferência, o ex-governador de Brasília José Roberto Arruda (ex-DEM), acusado de corrupção, saiu do páreo e ficou dois meses preso na Polícia Federal.

Notívago inseguro

Serra demonstrou insegurança em suas respostas, deixando evidente seus hábitos de notívago. Sua assessoria o aconselhou a explicitar isso aos ouvintes e telespectadores, esclarecendo, inclusive, que ele não estava informado de que haveria TV. No fundo, era a perfeita síntese da oposição nessa campanha eleição e para o futuro: sem discurso, sem programa, sem propostas e sem rumo.

Ao responder ou propor saídas para questões, o candidato demonstrou uma certa irresponsabilidade. Como, por exemplo, diminuir a política educacional da administração Lula e sair pela tangente afirmando que educação universitária é atribuição do governo federal, mas que o problema é o ensino fundamental e médio que não vai bem porque nessa área não se fez nada.

Não é verdade. Primeiro, a administracão Lula triplicou os investimentos em educação. Segundo, o candidato caiu na mais evidente contradição já que a responsabilidade pelo ensino fundamental e médio é dos governos estaduais e dos municípios.

Mesmo assim, o governo Lula criou e implantou o FUNDEB em substituição ao FUNDEF instituído por FHC. De nomes e siglas parecidos, os dois programas têm diferenças fundamentais, dentre elas, o fato de que o FUNDEF não atendia o ensino infantil e supletivo, e praticamente não recebia recursos do governo federal, entre outras insuficiências.

ZÉ DIRCEU.