Concorrente pela oposição a Presidência da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS) foi à rádio CBN (ontem) como foram as candidatas da situação, Dilma Rousseff (PT, governo e partidos aliados) e do PV, senadora Marina Silva (AC), mas com o tucano foi diferente: ele recebeu tratamento de candidato da casa. Os entrevistadores se comportaram como seus apoiadores.
Míriam Leitão e Lúcia Hipólito estavam divinas. Uma não foi capaz de responder à altura ao candidato, quando ele cortou pelo meio sua pergunta, praticamente a mandou calar a boca, e classificou de "grande bobagem" o questionamento que ela levantava sobre a autonomia do Banco Central (BC). A outra só faltou colocar a bola na marca do pênalti para Serra chutar - mas, mesmo assim ele errou.
Heródoto Barbeiro deixou passar batido a aliança do PSDB de Serra com o DEM e o peso desta. Não o questionou sobre o candidato a vice-presidente em sua chapa, nem quando ele deu uma resposta a respeito. Deixou encerrar o assunto, sem perguntar sobre os senadores Agripino Maia (DEM-RN) e Francisco Dornelles (PP-RJ) e o ex-presidente Itamar Franco (PPS), cotados como vice-presidenciáveis do tucano desde que o nome de sua preferência, o ex-governador de Brasília José Roberto Arruda (ex-DEM), acusado de corrupção, saiu do páreo e ficou dois meses preso na Polícia Federal.
Notívago inseguro
Serra demonstrou insegurança em suas respostas, deixando evidente seus hábitos de notívago. Sua assessoria o aconselhou a explicitar isso aos ouvintes e telespectadores, esclarecendo, inclusive, que ele não estava informado de que haveria TV. No fundo, era a perfeita síntese da oposição nessa campanha eleição e para o futuro: sem discurso, sem programa, sem propostas e sem rumo.
Ao responder ou propor saídas para questões, o candidato demonstrou uma certa irresponsabilidade. Como, por exemplo, diminuir a política educacional da administração Lula e sair pela tangente afirmando que educação universitária é atribuição do governo federal, mas que o problema é o ensino fundamental e médio que não vai bem porque nessa área não se fez nada.
Não é verdade. Primeiro, a administracão Lula triplicou os investimentos em educação. Segundo, o candidato caiu na mais evidente contradição já que a responsabilidade pelo ensino fundamental e médio é dos governos estaduais e dos municípios.
Mesmo assim, o governo Lula criou e implantou o FUNDEB em substituição ao FUNDEF instituído por FHC. De nomes e siglas parecidos, os dois programas têm diferenças fundamentais, dentre elas, o fato de que o FUNDEF não atendia o ensino infantil e supletivo, e praticamente não recebia recursos do governo federal, entre outras insuficiências.
ZÉ DIRCEU.
Míriam Leitão e Lúcia Hipólito estavam divinas. Uma não foi capaz de responder à altura ao candidato, quando ele cortou pelo meio sua pergunta, praticamente a mandou calar a boca, e classificou de "grande bobagem" o questionamento que ela levantava sobre a autonomia do Banco Central (BC). A outra só faltou colocar a bola na marca do pênalti para Serra chutar - mas, mesmo assim ele errou.
Heródoto Barbeiro deixou passar batido a aliança do PSDB de Serra com o DEM e o peso desta. Não o questionou sobre o candidato a vice-presidente em sua chapa, nem quando ele deu uma resposta a respeito. Deixou encerrar o assunto, sem perguntar sobre os senadores Agripino Maia (DEM-RN) e Francisco Dornelles (PP-RJ) e o ex-presidente Itamar Franco (PPS), cotados como vice-presidenciáveis do tucano desde que o nome de sua preferência, o ex-governador de Brasília José Roberto Arruda (ex-DEM), acusado de corrupção, saiu do páreo e ficou dois meses preso na Polícia Federal.
Notívago inseguro
Serra demonstrou insegurança em suas respostas, deixando evidente seus hábitos de notívago. Sua assessoria o aconselhou a explicitar isso aos ouvintes e telespectadores, esclarecendo, inclusive, que ele não estava informado de que haveria TV. No fundo, era a perfeita síntese da oposição nessa campanha eleição e para o futuro: sem discurso, sem programa, sem propostas e sem rumo.
Ao responder ou propor saídas para questões, o candidato demonstrou uma certa irresponsabilidade. Como, por exemplo, diminuir a política educacional da administração Lula e sair pela tangente afirmando que educação universitária é atribuição do governo federal, mas que o problema é o ensino fundamental e médio que não vai bem porque nessa área não se fez nada.
Não é verdade. Primeiro, a administracão Lula triplicou os investimentos em educação. Segundo, o candidato caiu na mais evidente contradição já que a responsabilidade pelo ensino fundamental e médio é dos governos estaduais e dos municípios.
Mesmo assim, o governo Lula criou e implantou o FUNDEB em substituição ao FUNDEF instituído por FHC. De nomes e siglas parecidos, os dois programas têm diferenças fundamentais, dentre elas, o fato de que o FUNDEF não atendia o ensino infantil e supletivo, e praticamente não recebia recursos do governo federal, entre outras insuficiências.
ZÉ DIRCEU.
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