quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A reforma política deslancha. Mal, mas pelo menos começou

Comissão da Reforma Política
A reforma política, como eu já considerei aqui reiteradas vezes, começa mal, mas - ponto positivo - começa. Pelo menos no Senado. O presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP), instalou ontem a Comissão da Reforma Política. Composta por 12 senadores, ela tem um prazo de 45 dias para concluir seus trabalhos (08.04) e um roteiro de nada menos que 11 itens para mudanças partidárias, eleitorais e político-institucionais.

São os seguintes os temas eleitos por ela como prioritários para discussão: sistemas eleitorais; financiamento eleitoral e partidário; suplência de senador; filiação partidária; coligações; voto facultativo; data da posse dos chefes do poder Executivo; cláusula de desempenho (ou de barreira); fidelidade partidária; reeleição; e candidato avulso.

Não entendi a razão pela qual a Câmara ainda não instalou uma comissão especial para esta reforma política - agora, o presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS) prometeu instalar a Comissão da Câmara na próxima semana.

Até porque, a do Senado, deveria se concentrar em reformas na própria Casa, nas questões da suplência e de duração do mandato de senador. Inclusive, porque já concluiu uma reforma e mandou para a Câmara. Nela aprovou o voto em lista, o financiamento público de campanhas eleitorais e a fidelidade partidária.

Papel do Senado é mais político e cria debate salutar


Assim, acredito que a ação do Senado, agora, é mais política, o que não deixa de criar uma discussão salutar sobre nossos sistema eleitoral, partidos e mandatos. Mas, a inclusão em seu roteiro de trabalho de temas como o voto facultativo e o lançamento de candidato avulso (independente de partido), bem como a não referência, ou omissão, em relação à coligação proporcional podem indicar uma tendência da Comissão a aprovar esses itens.

Ou, então, sua disposição para um acordo que atenda a todos os partidos. Assim espero. Até mesmo porque o voto facultativo e o candidato avulso são propostas inviáveis: a 1ª depende de reforma constitucional; a 2ª elimina o voto em lista e o distrital misto. Se aprovadas, reduzem as mudanças à instituição do "distritão" ou distrital puro, o que inviabilizará qualquer acordo em torno da reforma.

Enfim, pelo menos começou. Agora, nós sabemos que sem a participação e a pressão popular não haverá reforma política. Cabe aos partidos, portanto - em especial ao PT - sensibilizar, construir esta iniciativa popular e mobilizá-la. E é claro, os meios de comunicação têm um grande papel no debate e discussão, principalmente para motivar esta participação da sociedade. Felizmente não têm se furtado a fazê-lo.

Foto de Antonio Cruz/ ABr

A oposição e o atalho para a insignificância

Espernear é legítimo. Mas, inferiorizada numericamente e abalada por graves conflitos internos, a oposição não irá muito longe se não passar disso”

Sylvio Costa, Congresso em Foco

O Senado deverá ser o cenário hoje de algo parecido com o que aconteceu na Câmara na semana passada: uma arrasadora vitória do governo na votação do salário mínimo, sacramentando o valor de R$ 545, desejado pelo Palácio do Planalto, e a regra de reajustes automáticos correspondentes à correção anual pela inflação mais a taxa de crescimento da economia registrada dois anos antes.

Primeiro tema de grande impacto enfrentado pelo novo Congresso, o aumento do salário mínimo deixou algumas lições óbvias e outras nem tanto. As óbvias: a franca maioria governista, favorecida pelos resultados eleitorais de 2010 e pela eficaz tática de deixar em suspenso nomeações para o segundo escalão ansiosamente aguardadas pelos aliados; a elevada taxa de lealdade demonstrada pela heterogênea base parlamentar de Dilma; e a imensa cara de pau com que os governistas de hoje fazem o discurso dos oposicionistas de ontem, e vice-versa.

Menos óbvias foram a esperteza do governo de enfiar no projeto de lei a possibilidade de definir por decreto o valor do salário mínimo nos próximos anos, evitando assim um debate legislativo sempre desgastante, e, sobretudo, certas peculiaridades do comportamento da oposição.

A principal bancada oposicionista, pertencente ao PSDB, tratou o episódio como uma espécie de dívida de campanha. Defender o mínimo de R$ 600 significava honrar a promessa feita na disputa presidencial pelo tucano José Serra. “Fiz a campanha eleitoral defendendo isso, não seria coerente que eu mudasse agora”, diz a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), que apoiou Serra e atua com independência em seu partido. Eleita ano passado para o seu primeiro mandato eletivo, ela votará hoje a favor do aumento do piso nacional para R$ 600.

Não seria mesmo trivial esquecer o compromisso eleitoral, por mais restrições fiscais (impacto na Previdência, nas prefeituras etc.) ou econômicas (efeitos sobre a inflação e as expectativas dos investidores) que possam ser invocadas contra ele. Mas o fato é que o PSDB afastou-se assim de uma posição mais realista, como os R$ 560 defendidos pelas centrais sindicais, pelo DEM, pelo PV e pelo PPS. Optou por marcar posição, por espernear.”
Artigo Completo, ::Aqui::

Um dia, a justiça para com os desaparecidos

Como sempre afirmo a respeito dos assassinatos cometidos pelas forças de repressão durante a ditadura militar, a verdade um dia virá à tona. Mais cedo ou mais tarde, é inexorável. No Rio, uma investigação examinará o papel de agentes das Forças Armadas no desaparecimento de quatro militantes pela liberdade no nosso país, trucidados entre 1970/1971, auge dos anos de chumbo da repressão política.

A ação busca a verdade sobre o que aconteceu, de fato, a Carlos Alberto Soares de Freitas (VAR-Palmares), Mário Alves de Souza Vieira (deputado-PTB), Stuart Edgar Angel Jones (MR-8) e Rubens Paiva (deputado-PTB). Os argumentos do promotor militar Otávio Bravo sobre o desaparecimento das quatro vítimas são inquestionáveis.

Segundo Bravo, os desaparecimentos devem ser considerados como casos de "sequestro em andamento" até a localização ou a completa elucidação do que aconteceu, ao final, com as quatro vítimas.

Enquanto estiverem desaparecidos, é sequestro em andamento
O argumento já foi aceito, inclusive, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2009, quando da extradição do coronel reformado uruguaio Manuel Cordero Piacentini, responsável por sequestros perpetrados pela Operação Condor (parceria da repressão dos diversos países do Cone Sul para liquidar os adversários das ditaduras dos anos 60/80 no continente).

Neste sentido - sequestro em andamento - não cabe prescrição (prazo para proposição de uma ação) nem a aplicação,  muito menos com seus benefícios, da Lei da Anistia, de 1979. "Sem saber como e o que aconteceu, não dá para dizer que (o crime) está prescrito ou anistiado", afirma o promotor.

Bravo também lembra que a sentença de condenação do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (da OEA), no caso da Guerrilha do Araguaia, obriga nosso país a localizar todas as pessoas desaparecidas na ditadura - obrigação determinada, também, lembra o promotor, pela Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra Desaparecimentos Forçados.

Como vocês podem ver, os argumentos do promotor são irrespondíveis por aqueles a quem ele acusa, os agentes e defensores da tortura no regime militar.

Blog do Zé

A luta continua. Até a verdade vir à tona

Peritos da Polícia Federal (PF) e do Instituto Médico Legal (IML) encontraram nessa 3ª feira (ontem), no Cemitério de Vila Formosa, na Capital paulista, restos mortais de mais quatro militantes políticos assassinados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar. As ossadas, agora, passarão por exames para identificação.

A descoberta deu-se no contexto da busca pelos restos mortais do combatente Virgílio Gomes da Silva. Sua viúva, Ilda Martins da Silva, que acompanhou os trabalhos ao lado do filho Virgílio Gomes da Silva Filho, resumiu muito bem a indignação e a dor dos familiares que até hoje não puderam dar aos seus entes queridos uma sepultura digna.

"Tenho esperança de que encontrem ele ou outros, já que muitos companheiros foram enterrados aqui. Essa esperança já dura 41 anos, desde que o mataram. Mas não me conformo com o fato de ele ter sido enterrado como indigente", afirma Ilda.

Após análise de fotos aéreas, mapas e registros antigos, uma área de buscas de cerca de 100 m2 foi delimitada no interior do Cemitério. No local, há mais uma sepultura a ser escavada. Repito, a verdade um dia surgirá. Nem digo isto para confortar familiares dos desaparecidos políticos no Brasil - cerca de 400 - mas dirigindo-me aos agentes civis e militares que perpetraram estes crimes naquele período. Não imaginem que o silêncio sobre seus crimes será eterno!

A exemplo de Ilda Gomes, nós combatentes da resistência à ditadura naqueles longos anos (1964-1985) também não nos conformamos e não nos conformaremos enquanto a verdade não vir à tona (sobre desaparecidos políticos vejam, também, o post acima).


Blog do Zé

No vale-tudo, calúnia e distorção da história

Quem é vivo sempre aparece: como jura que não está em campanha porque não é candidato a presidente do PSDB, a prefeito de São Paulo em 2012 e a presidente da República em 2014, José Serra ressurge do nada e afirma em seu twitter que o ditador da Líbia, Muamar Khaddhafi foi mimado pela diplomacia lulista.
Corajoso na capacidade de perpetrar mais uma completa distorção histórica, nessa 3ª feira, ele colocou no microblog duas mensagens. "Khaddafi, da Líbia, foi terrorista internacional: derrubou vôo de passageiros da Pan Am sobre a Escócia. Amigo do PT e de Lula", afirmou Serra em um dos posts. Em outro, o derrotado à Presidência em 2010, escreveu "Sempre mimado pela diplomacia lulista, o ditador Khaddafi poderá cair, apesar e por causa dos massacres que está promovendo."O PT informou que o partido nunca teve relações formais com qualquer entidade na Líbia. No mais, vamos à verdade dos fatos: o que consta no site do nosso Ministério das Relações Exteriores é que a diplomacia entre Brasil e Líbia ganhou "densidade" nos anos 1970, na ditadura militar, com visitas bilaterais e participação de empresas brasileiras em projetos na Líbia.
José vai perder a 3ª eleição presidencial
Em abril de 1992 (governo Collor), após os atentados, com suposto envolvimento líbio, que levaram à queda de aeronave da Pan Am na Escócia, o governo brasileiro acatou e colocou em vigor as sanções contra a Líbia recomendadas pela ONU. As sanções foram suspensas em 1999. Governo de quem? Início do 2º governo FHC - e de José Serra, seu ministro do Planejamento e da Saúde.Aliás, em outubro de 2000, um general líbio, Mustapha Kharoubi, enviado por Khaddafi, visitou o Brasil e foi recebido pelo presidente FHC.  Em março de 2003, o filho de Khaddafi, Al Saadi Muamar Khaddafi, visitou o Brasil e, em dezembro de 2003, o então presidente Lula visitou a Líbia para participar da Cúpula da União Africana (OUA).
E agora José? Serra continua o mesmo. Para ele vale tudo, de calúnia à distorção dos fatos históricos. Tudo para atingir seu objetivo de desqualificar o adversário. Vai perder de novo a qualquer coisa que concorrer. Já perdeu duas eleições presidenciais (e uma de prefeito de São Paulo) e perderá a 3ª se for por esse caminho.

Blog do Zé

PT, 31 anos de lutas e conquistas.

CONVITE
 
O Diretório Regional do Partido dos Trabalhadores da Paraíba convida
tod@s @s militantes, filiad@s e simpatizantes para o debate

PT 31 ANOS E OS DESAFIOS DO GOVERNO DILMA PARA O BRASIL

com a presença de Paulo Frateschi, membro da Executiva Nacional, a ser
realizado na próxima 6ª feira, 25 de fevereiro de 2011, a partir das 9
horas, no auditório João Santa Cruz, na sede da OAB, seccional da Paraíba,
localizado na Av. Rodrigues de Aquino, Centro, João Pessoa – PB.

O novo tempo da política

Luis Nassif

A súbita paixão de alguns jornais e comentaristas pela presidenta Dilma Rousseff chama atenção para um modo peculiar de trabalhar reputação de personalidades públicas por parte da mídia. A Dilma de agora é a mesma Dilma Ministra-Chefe da Casa Civil, a mesma candidata à presidência da República.
Até então, era tratada como "assassina", "poste", paradoxalmente como "autoritária", "terrorista", "assaltante de bancos". De repente, torna-se a Margareth Tatcher brasileira, a dama de ferro, a grande gestora.
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O que teria provocado essa reviravolta? O fato de ter uma atuação discreta como presidente, de falar pouco não conta: como Ministra-Chefe da Casa Civil, era esse seu comportamento. O fato de ter imprimido um estilo gerencial ao seu governo, definindo claramente atribuições, funções e metas, também não vale: foram essas virtudes que lhe valeram a indicação para candidata de Lula à sua sucessão.
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O fato novo é que acabaram as eleições. E aí dá-se um nó na cabeça dos leitores.
Muitos deles romperam com amigos, brigaram com conhecidos, xingaram desafetos que ousavam afirmar que Dilma é... aquilo que os jornais da época diziam que ela não era e que agora dizem que é.
Durante as eleições, em muitos ambientes o mero fato de alguém se pronunciar eleitor de Dilma gerava represálias pesadas
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À medida que a discussão política vai se civilizando, é possível que uma nova era se instale no país. Nos próximos anos, há uma agenda fundamental. É em torno dela que governo e oposição deverão medir forças.
A oposição está à frente em estados relevantes, como São Paulo, Minas e Paraná. O PT, em outros estados, como Bahia e Rio Grande do Sul. Há governadores não-alinhados em Pernambuco, Ceará, Santa Catarina. E uma enorme agenda pela frente, para saber quem terá maior capacidade de cumpri-la.
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Há uma agenda social, exigindo investimentos em educação, saúde e segurança. Não se aceita mais a passividade ante a miséria e a pobreza.
A nova era política consagrará os negociadores, aqueles políticos capazes de agregar, não os carbonários individualistas.
Cada governador de Estado terá que montar interlocução com todas as forças sociais, não apenas com grandes empresários e sindicatos, mas com ONGs, movimentos sociais, funcionalismo público, pequenos e micro empresários.
Cada vez mais haverá exigências de transparências nas ações públicas e de eficácia na gestão. Ter programas modernos de gestão e qualidade não será mais apenas uma ferramenta de marketing, mas um instrumento de sobrevivência política.
A Internet trouxe uma nova militância que terá que ser melhor aproveitada pelos partidos. Não se pode ficar no modelo de montar redes de difamação, como foi feita.
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A rede permitirá mesmo a partidos até agora sem quadros, como o PSDB e o DEM, mobilizar uma nova militância, interessada, atuante. Basta apenas entregar suas redes a pessoas comprometidas com conteúdo programático, com a discussão de ideias.
Enfim, há um novo mundo pela frente em que, espero, toda radicalização seja deixada de lado.

Petrobras compra participação em bloco no Benin e inicia atuação em mais um país africano


Rio de Janeiro - A Petrobras anunciou hoje (22) o início de atividades na República do Benin, na costa ocidental da África, com a aquisição de metade da participação em um bloco de exploração petrolífera de 7,4 mil quilômetros quadrados. Segundo nota divulgada hoje, a Petrobras dividirá a exploração do Bloco 4 com a Compagnie Béninoise des Hydrocarbures (CBH), subsidiária da Lusitania Petroleum.
A expectativa da estatal brasileira é encontrar petróleo leve, a uma profundidade de água que varia de 200 a 3 mil metros, no bloco localizado a 60 quilômetros da costa. O objetivo, ao adquirir parte do bloco, segundo a Petrobras, é buscar novas oportunidades em águas profundas e ultraprofundas no Continente Africano, onde a empresa já mantém atividades em cinco países: Angola, Líbia, Namíbia, Nigéria e Tanzânia.
Segundo a nota, a CBH permanece como operadora do bloco, mas se a Petrobras desejar, tem o direito de assumir a operação. A estatal brasileira terá o compromisso de fazer o levantamento sísmico tridimensional de 2.250 quilômetros quadrados do terreno. Caso o bloco confirme ter potencial exploratório, serão perfurados três poços.
  
Agência Brasil

Dilma quer o quadro Abaporu em exposição no Planalto em homenagem à mulher

Luciana Lima - Repórter da Agência Brasil
Brasília - Símbolo dos mais representativos da pintura modernista brasileira, o quadro Abaporu deverá ficar no Brasil cerca de dois meses. A presidenta Dilma Rousseff está pessoalmente empenhada nas negociações para que a obra de Tarsila do Amaral faça parte da exposição comemorativa do mês da mulher.
O quadro pertence ao colecionador argentino Eduardo Costantini desde 1995, quando foi arrematado em um leilão, em Nova York, por US$ 1,5 milhão. De acordo com fontes do Planalto, as conversas estão bem encaminhadas para que o Abaporu, atualmente exposto no Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires (Malba), seja emprestado ao governo brasileiro para fazer parte da mostra que será montada no segundo andar do Palácio do Planalto, a partir da segunda quinzena de março.
Símbolo máximo da antropofagia brasileira, o nome Abaporu significa em Tupi, “homem que come gente”, uma referência à proposta modernista de “deglutir” a cultura estrangeira, fazendo uma releitura com base na realidade brasileira. O quadro foi pintado em óleo sobre tela em 1928. A pintora Tarsila do Amaral presenteou o Abaporu ao seu marido na época, o escritor Oswald de Andrade.
A exposição em homenagem à mulher deve reunir cerca de 50 obras de mulheres brasileiras em uma exposição aberta ao público. A Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) é a responsável pela curadoria e já está fazendo o trabalho de reunir as peças, entre esculturas e pinturas.
Muitas das obras que serão expostas fazem parte dos acervos de órgãos públicos, principalmente do próprio Palácio do Planalto, do Palácio do Itamaraty e do Banco Central. A Faap também é responsável pelo transporte de todo material até Brasília.
Além do Abaporu, também serão expostos quadros de Djanira e Anita Malfatti e esculturas de Maria Martins. A mostra vai reunir ainda as obras de uma geração mais recente de artistas brasileiras com reconhecimento internacional como Beatriz Milhazes e Adriana Varejão.

Edição: Aécio Amado

Intenet de alta velocidade já esta disponivel em 88% dos municípios brasileiros

Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os serviços de acesso à internet de alta velocidade oferecidos por prestadoras privadas já estão disponíveis em 4.897 cidades brasileiras, o que representa 88% do total de municípios do país. Esses municípios concentram 185 milhões de habitantes, ou seja, cerca de 97% da população brasileira.

De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil), o número de acessos em banda larga fixa e móvel cresceu 53% entre janeiro de 2010 e janeiro de 2011. No período foi registrada uma adição de 12,4 milhões de novos acessos, e o número total chegou a 36,1 milhões no mês passado.

Os acessos por meio do Serviço Móvel Pessoal (SMP), que inclui modems de conexão à internet móvel e terminais de terceira geração (3G), como os smartphones, cresceram 85%. Em relação à competição, o estudo mostra que 1.551 municípios contam com pelo menos duas prestadoras de serviços de acesso à internet de alta velocidade. Nos grandes centros, há pelo menos três prestadoras de serviços e em 174 municípios há pelo menos cinco prestadoras.

Ediçao: João Carlos Rodrigues

Vencimento de títulos e dólar fazem dívida pública cair 3,84% em janeiro

Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil

Brasília – O vencimento de títulos prefixados e a cotação do dólar fizeram a Dívida Pública Federal (DPF) cair 3,84% em janeiro. Segundo números divulgados hoje (22) pelo Tesouro Nacional, o estoque da DPF passou de R$ 1,694 trilhão em dezembro para R$ 1,628 trilhão no mês passado.
A maior responsável pela redução foi a dívida pública mobiliária (em títulos) interna, que caiu de R$ 1,603 trilhão em dezembro para R$ 1,542 trilhão em janeiro. A queda foi provocada pela concentração de vencimentos de títulos prefixados que ocorre a cada três meses. Os resgates desses papéis somaram R$ 108,6 bilhões apenas no mês passado.
Em relação à dívida pública externa, houve queda de 4%, de R$ 90,1 bilhões em dezembro para R$ 86,49 bilhões em janeiro. O principal motivo foi o dólar, que subiu 0,43% em janeiro deste ano contra alta de 7,67% no mesmo mês do ano passado.
O vencimento de títulos prefixados fez a participação desses papéis na dívida interna cair de 37,93% em dezembro para 34,21% em janeiro. A fatia dos títulos vinculados à Selic subiu de 33,36% para 35,79%. A participação dos títulos corrigidos pela inflação passou de 28,14% para 29,77% e a parcela vinculada ao câmbio nas dívida interna caiu de 0,57% para 0,22% por causa da retomada das operações de swap reverso (compra de dólares no mercado futuro) pelo Banco Central.
Com a taxa definida com antecedência, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional porque dão maior previsibilidade para a administração da dívida pública. Em contrapartida, os papéis vinculados à Selic representam mais risco porque pressionam a dívida pública para cima em épocas de aumentos dos juros básicos.
O prazo médio da DPF subiu de 3,51 anos em dezembro para 3,69 anos em janeiro. O Tesouro Nacional não divulga o resultado em meses, apenas em anos. Apesar do alongamento do prazo, a participação dos vencimentos nos próximos 12 meses aumentou de 23,89% para 24,10%. Prazos mais longos são favoráveis para o Tesouro porque representam tempo maior para renovar a dívida pública.
Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado recursos dos investidores para honrar compromissos. Em troca, o Tesouro se compromete a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência no caso dos títulos prefixados, ou seguir a taxa Selic, a inflação e o câmbio.

Edição: João Carlos Rodrigues

Brasil quer levar a ONU sua experiência de combate à fome

José Graziano da Silva pode ser o próximo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Na bagagem, experiência como ex-ministro de Segurança Alimentar e o combate à fome no Brasil. "O que aprendemos no governo Lula é que ninguém sai da miséria sozinho. É preciso um grande esforço de organização e de participação social. O Fome Zero não foi um programa de governo, mas de uma sociedade que tinha decidido acabar com a fome", diz Graziano em entrevista a Deutsche Welle.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, lidera as ações internacionais voltadas à erradicação da fome. José Graziano pode ser o primeiro brasileiro a assumir a direção da entidade. Indicado ao posto pelo ex-presidente Lula, Graziano ajudou a implementar o programa Fome Zero, que levou ao Bolsa Família.

Desde 2006, o brasileiro ocupa o cargo de subdiretor-geral da FAO e representante regional para a América Latina e Caribe. Antes da escolha oficial, que acontecerá em junho, José Graziano conversou com a Deutsche Welle sobre suas propostas e vivências na missão de acabar com a fome.

Entevista completa e muito boa, excelente é ::aqui::

Bolivia - Nasce uma potência plebeia

“Nunca antes neste país…”

Poderia ser o Lula falando do Brasil.

Mas poderia também ser Evo Morales falando da Bolívia. Ou Álvaro García Linera, sociólogo, matemático e vice-presidente boliviano.

Na Bolívia acontecem coisas que o mundo não vê porque não olha para lá. Ou olha com preconceito, até com raiva, pelo fato de um índio – o primeiro a governar aquele país em que a grande maioria da população é indígena – ter chegado ao poder e ousar fazer coisas que os governantes de origem europeia nunca fizeram.

Desde 2006, quando Evo Morales tomou posse, a Bolívia passa por um impressionante e revolucionário processo de transformação, com o povo – especialmente os índios que sempre foram tratados como não cidadãos, praticamente não tinham direitos – sendo beneficiado e assumindo uma autoestima nunca vista.

As minas, entregues ao capital internacional (a mando do FMI) por Victor Paz Estenssoro – o que quebrou a espinha do movimento operário – estão sendo recuperadas, os acordos internacionais estão sendo revistos, com muito ganho para o país, e esse ganho vai para projetos sociais e econômicos eficientes, a cultura dos povos andinos torna-se cada vez mais presente nas cerimônias, festas e atividades políticas de aimaras, quéchuas e outras etnias.

Uma minoria de origem europeia, que não se conforma em ter perdido o poder e tenta até separar a parte do país em que dominam, o leste que hoje é a parte mais rica da Bolívia, mas não tem força, perdeu o bonde da história. A tomada do poder pelos índios, a julgar pela participação indígena nas decisões, parece irreversível.

Mas tudo isso não aconteceu de um dia para o outro. A luta é “antiga”.

O livro A potência plebéia – ação coletiva e identidades indígenas, operárias e populares na Bolívia, de Álvaro García Linera, que acaba de ser lançado pela Boitempo Editorial, faz uma análise política (com visão marxista) e histórica de todo o processo. Fiquei impressionado. Recomendo.


A potência plebeia - Ação coletiva e identidades indígenas, operárias e populares na Bolívia

Autor: Álvaro García Linera
Prefácio: Pablo Stefanoni
Tradução: Mouzar Benedito e Igor Ojeda
Páginas: 352
Ano de publicação: 2010

Vídeo: Prefeito de Manaus diz para moradora de área de risco "morrer"

Cherge do Bessinha