segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Liberação do FGTS deve beneficiar 170 mil trabalhadores da região Serrana fluminense


Micro e pequenas
empresas das
regiões atingidas
pelas enchentes
poderão ter crédito
facilitado pelo
Banco do Brasil.
Na imagem,
pequeno mercado em
Teresópolis 
fica destruído após
inundação.




Foto: Valter Campanato/ABr
Cerca de 170 mil trabalhadores da região Serrana do Rio de Janeiro poderão ser beneficiados com a liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), segundo estimativa da Caixa Econômica Federal. De acordo com o banco, a expectativa é de que o recurso desses trabalhadores seja liberado até abril de 2011, uma vez que os trabalhadores têm até 90 dias para dar entrada no processo. O pagamento do FGTS acontece após o recebimento da Declaração de Área Atingida, a ser emitida pelas prefeituras das cidades envolvidas.
Para fazer o saque, é necessário que o intervalo entre uma movimentação na conta do FGTS e outra não seja inferior a 12 meses. O teto para o saque é de R$ 5,4 mil, conforme o Decreto nº 7.428 publicado hoje (17/1) no Diário Oficial da União. A Caixa estuda, ainda, outras medidas de apoio às vítimas das enchentes relacionadas à crédito pessoal e financiamento habitacional. Tais ações podem ser anunciadas nas próximas horas.
Nesta segunda-feira (17/1), o Banco do Brasil (BB) também acionou medidas de apoio emergencial às comunidades prejudicadas pelas enchentes. Os clientes da região poderão optar por renovar os empréstimos em todas as linhas oferecidas pelo banco, inclusive consignado e modalidades de crédito direto ao consumidor, e pagar a primeira prestação daqui a seis meses. Nas novas operações, a carência também será de 180 dias para a primeira prestação e os prazos poderão chegar a 60 meses.
Para as micro e pequenas empresas, o BB suspenderá por até seis meses a cobrança mensal das parcelas de capital e de juros de operações. Por meio da linha Reescalonamento de Dívidas MPE, será possível renegociar todas as dívidas de capital de giro e recebíveis, com prazo de até 60 meses, incluída nova carência de até seis meses e com taxa de juros reduzida. À medida que a situação se normalizar, as empresas terão acesso a condições especiais para o refinanciamento de suas dívidas.
A exemplo do que aconteceu em 2010 nos estados de Pernambuco e Alagoas, o Banco do Brasil e o BNDES irão disponibilizar linha de capital de giro e investimentos com taxas e prazos diferenciados às empresas. Na linha Proger Urbano Empresarial, será admitido o refinanciamento da dívida pelo prazo de até 96 meses, incluída nova carência de até seis meses, com manutenção dos encargos financeiros contratados e dispensa de entrada mínima.
Já os produtores rurais que tenham operações de crédito vencendo de janeiro a março deste ano poderão fazer o pagamento, mantidos os mesmos encargos, em até 180 dias corridos da data original. Além disso, a dívida poderá ser prorrogada por períodos superiores a 180 dias.
Educação - Estudantes que vivem em Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo e demais municípios atingidos pelas inundações no estado do Rio de Janeiro receberão bolsas de assistência estudantil do Ministério da Educação. A condição é terem sido selecionados para cursos de educação superior pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) ou para obtenção de bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni). A assistência equivale a ajuda de custo de R$ 350 por mês.
Além da assistência estudantil, o MEC, em parceria com o Ministério das Comunicações e operadoras de telefonia, oferece acesso gratuito à internet em lan houses das cidades afetadas pelas enchentes, para que os estudantes possam fazer a inscrição no Sisu — o prazo vai até quinta-feira (20/1). Além desses pontos, todos os campi dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia do Rio de Janeiro e Fluminense e do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Rio de Janeiro liberaram o acesso à internet aos estudantes. Na região fluminense afetada pelas enchentes, 9,5 mil estudantes fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cujas notas são usadas no processo de seleção do Sisu.
Em Teresópolis, os estudantes têm acesso liberado na Avenida Oliveira Botelho 87, Bairro Alto. Em Nova Friburgo, na rua Alberto Brauen, 227. Em Petrópolis, no campus do Cefet, prédio do antigo fórum, no centro da cidade. Todos os pontos foram instalados no domingo (16/1).

BLOG DO PLANALTO

Charge do Bessinha

NOGUEIRA JR

Inscrições do Sisu são prorrogadas até quinta-feira

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Por determinação judicial, o Ministério da Educação (MEC) prorrogou até as 23h59 de quinta-feira (20) o prazo de inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O período se encerraria amanhã.
O sistema foi aberto ontem (16) e os alunos relataram dificuldades para acessar a página, que ficou sobrecarregada. Criada pelo MEC no ano passado, a ferramenta unifica a oferta de vagas em instituições públicas de ensino superior. Nesta edição, são 83.125 vagas em 83 instituições, sendo 39 universidades federais.
De acordo com o MEC, além da prorrogação das inscrições, a Justiça determinou ainda que o sistema de reserva de vagas para estudantes de escolas públicas utilizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) seja estendido a candidatos de todos os estados. Antes, apenas os alunos cariocas poderiam se inscrever por meio da reserva.
Para participar do Sisu, o estudante precisa ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010. Os candidatos devem acessar o site e escolher duas opções de curso, elegendo sua prioridade. Ao final de cada dia, o sistema divulga a nota de corte para cada graduação. O estudante pode mudar de opção se concluir que tem mais chance de ser aprovado em outra instituição ou em outro curso. Cada alteração invalida a opção feita anteriormente.
Até ontem, o Sisu recebeu 357 mil inscrições. Com o adiamento do prazo, o cronograma de inscrições do Programa Universidade para Todos (ProUni), previsto para iniciar na quarta-feira, também será modificado.

Edição: Lílian Beraldo

A determinação da presidenta

Uma ex-guerrilheira na Presidência e um ex-guerrilheiro como braço direito do ministro da Defesa. O convite feito por Nelson Jobim para José Genoino não deixa de surpreender, mas parece inovar que o governo Dilma Rousseff poderá ser de fato o primeiro da história a avançar nas investigações sobre os crimes da ditadura. A presidenta pretende destacar sua administração pela “defesa intransigente dos direitos humanos”, como declarou na posse. O que inclui rapidez na instalação da Comissão da Verdade, que vai apurar informações sobre mortos e desaparecidos durante a ditadura.
O projeto de lei que cria a Comissão está parado no Congresso desde que foi enviado pelo governo, em maio de 2010. Embora desconverse sobre os motivos que levaram Jobim a convidá-lo, parece óbvio que, na Defesa, e com o conhecimento que tem da vida parlamentar, a principal tarefa de Genoino será conseguir acelerar a tramitação e aprovação do texto. Dilma sabe que instalar a comissão será positivo para sua imagem internacional, sobretudo depois que o Brasil foi condenado pela Corte da OEA (Organização dos Estados Americanos), em dezembro, por crimes cometidos durante a ditadura. A condenação obriga o País, no prazo de um ano, a investigar e até a punir os responsáveis, o que é vetado pela Lei da Anistia de 1979.
Organizações internacionais e entidades de direitos humanos questionam a validade de uma lei imposta pelos próprios autores do golpe de 1964. Na Argentina, a anistia foi revogada em 2003 pelo Congresso e no ano seguinte pela Corte Suprema. Defendida pelo ex-ministro dos Direitos Humanos Paulo Vannuchi, a revisão da lei não é aceita por Jobim, que se apoia na decisão do Supremo Tribunal Federal, de abril do ano passado, de que a anistia representou o perdão também para os torturadores. No discurso de posse, a nova ministra dos Direito Humanos, Maria do Rosário, garantiu que instalar a Comissão da Verdade não significa “revanche”, mas o “reconhecimento da responsabilidade do Estado pelas graves violações de direitos humanos” durante a ditadura.
José Genoino, que não se reelegeu deputado federal nas últimas eleições, recebeu o convite oficial de Jobim em almoço no restaurante do Ministério da Defesa, na terça-feira 11. Amigos da época da Assembleia Constituinte, eles almoçam juntos com frequência desde que Jobim assumiu a pasta, em 2007. Genoino tem atuado como um colaborador informal do ministro da Defesa em vários temas. Foi um dos primeiros a quem Jobim recorreu para “entender” a área militar, porque, advogado, sua especialidade era outra. Havia sido ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso e depois membro do STF.
Como parlamentar, Genoino sempre se destacou nas comissões ligadas ao tema da Defesa no Congresso, e deu “aulas” a Jobim, que, apesar das críticas da direita à esquerda, acabou se tornando o único dos quatro ministros indicados para a pasta a sobreviver no governo Lula. Eleita presidenta, Dilma decidiu mantê-lo. É sintomático da determinação da presidenta de mexer no vespeiro o fato de que quem já se opôs à instalação da Comissão da Verdade tenha convidado para ser seu principal assessor um dos guerrilheiros do Araguaia, onde o número dos desaparecidos chega no mínimo a 70.
Genoino concordou com a posição de Jobim de incluir no projeto de lei enviado ao Congresso a apuração pela Comissão tanto dos excessos cometidos pelo Estado quanto dos da esquerda armada. E não confirma ou desmente que o convite para ser “assessor civil” do ministro da Defesa tenha ligação com a intenção de Dilma de dar uma resposta oficial do Estado a familiares e vítimas da ditadura. “Houve o convite, estou inclinado a aceitar, mas só vou bater o martelo em fevereiro”, diz Genoino. “Se for, meu foco será o novo papel das Forças Armadas na sociedade. A Comissão é uma decisão de governo. Como assessor, vou ajudar em todas as áreas que o ministro determinar.”
O deputado desdenha do desconforto que o convite poderia causar entre os militares lembrando ter sido condecorado pelas três Forças Armadas: Marinha e Aeronáutica durante o governo FHC e Exército no governo Lula. De todo modo, um general da reserva, Paulo Chagas, expôs em artigo na internet o descontentamento da caserna com o convite, especulando as possíveis razões para a ida de Genoino para a pasta. A mais preocupante delas, escreveu, a de que “se pretenda desmoralizar definitivamente os militares”, subordinando-os “a um ex-guerrilheiro, derrotado na luta armada, ‘mensaleiro’, rejeitado nas urnas e, por via de consequência, desempregado”.
Chagas termina o texto com a pergunta: “Por que, realmente, em meio a duas centenas de milhões de brasileiros, seria o Sr. José Genuíno, detentor de um currículo no mínimo controverso em relação à caserna, o escolhido para assessorar pessoalmente o atual ministro da Defesa?” Genoino preferiu não responder à provocação. Em maio do ano passado, o general Maynard Santa Rosa foi exonerado da chefia do Departamento Pessoal do Exército por ter soltado nota chamando a Comissão da Verdade de “comissão da calúnia”, a ser integrada por “fanáticos”. No projeto, está previsto que os sete conselheiros da Comissão serão nomeados pelo presidente da República.
Para evitar uma crise logo no início do governo, Dilma preferiu não demitir e aceitou as explicações e desculpas do recém-nomeado ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), José Elito Siqueira. Ao tomar posse no cargo, Siqueira teria declarado ser contrário à instalação da Comissão da Verdade e que “não temos de nos envergonhar ou nos vangloriar” porque houve desaparecidos. A acentuar que, ao ser empossada, Dilma homenageou quem tombou ao lutar contra a ditadura. O general garantiu à presidenta que suas palavras foram tiradas de contexto por alguns jornalistas presentes.
Se levar a cabo a intenção de destacar internacionalmente seu governo e o Brasil pela defesa dos direitos humanos, Dilma Rousseff se encontrará muitas- vezes às voltas com perguntas sobre os abusos cometidos por parceiros, como Cuba e Irã. “Neste caso, a presidenta vai fazer contraponto com outras nações onde os direitos humanos também são ameaçados. Dirá que apedrejar pessoas de fato é ir contra os direitos humanos, mas que a pena de morte é igualmente condenável e é aplicada, por exemplo, nos Estados Unidos”, disse a CartaCapital uma fonte do Itamaraty.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada na quarta-feira 12 revelou que um assessor do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, se queixou ao embaixador brasileiro em Teerã que seu governo estaria “incomodado” com as referências de autoridades brasileiras ao desespero dos direitos humanos em seu país. Em dezembro, em entrevista ao jornal Washington Post, Dilma criticou a opção do Brasil pela abstenção na ONU à condenação das violações de direitos humanos no Irã. “Não concordo com práticas que têm características medievais para as mulheres”, declarou. “Eu me sentiria desconfortável, como mulher presidenta eleita, se não dissesse nada contra o apedrejamento”, disse Dilma, comentando a condenação da iraniana Sakineh Ashtiani.
Em entrevista recente, Nelson Jobim declarou que ter uma presidenta que militou na luta armada e foi presa e torturada não muda a conduta do governo em relação à ditadura. “Não vai alterar nada”, disse Jobim. Mas, em seu primeiro mês de governo, Dilma dá sinais de que terá, sim, um olhar diferenciado. Na terça 11, foi publicado no Diário Oficial que a presidenta vetou o projeto de lei que dava o nome de um governador nomeado pela ditadura ao campus de Londrina da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Para a primeira viagem oficial, à Argentina no dia 31, está previsto um encontro de Dilma com as mães da Praça de Maio, e possivelmente uma visita à famigerada Escola de Mecânica da Marinha (Esma), por onde teriam passado 5 mil presos políticos.
Com histórico semelhante ao de Dilma, Michelle Bachelet conseguiu, como presidenta do Chile, avançar nas investigações sobre os crimes da ditadura, embora não tenha, como desejava, mudado a lei da anistia. Não à toa, Dilma está lendo sua biografia, Bachelet em Terra de Homens.

Cynara Menezes

Carta Capital

Relações com a América do Sul serão prioridade para Dilma

A decisão de começar a agenda internacional pela Argentina, no próximo dia 31, indica que a América do Sul será prioridade para a presidente Dilma Rousseff. A ideia é das viagens reunir em uma só agenda temas de políticas econômicas e socias. Por todos os países que visitará, Dilma deve defender que a área social é fundamental para o desenvolvimento equilibrado da região.

Uma das propostas é apresentar os resultados positivos dos programas de transferência de renda no Brasil. O exemplo deverá ser o Bolsa Família, que atende cerca de 60 milhões de pessoas, repassando R$ 90 mensais. O destaque da experiência brasileira, segundo especialistas, está na parceria entre órgãos públicos e privados.

Até março, a presidente visitará ainda o Uruguai, o Paraguai e o Peru. Só depois ela viajará para outros países, como os Estados Unidos, a China e a Bulgária.

Visita à Argentina

Para a Argentina, a presidente seguirá com uma comitiva de ministros e assessores que atuam nas áreas econômica, de ciência e tecnologia, defesa e social. No total, brasileiros e argentinos estão envolvidos em 22 projetos distintos – nos setores nuclear, espacial, de material de defesa e coordenação macroeconômica, além de construção de obras.

Apenas o comércio entre o Brasil e a Argentina, em 2010, registrou US$ 32,9 bilhões – favoráveis ao Brasil. Os materiais industrializados são a base comercial. De acordo com assessores, o nível de integração nesse setor entre os dois países é absoluto.

Na visita a Buenos Aires, Dilma e os ministros brasileiros negociarão ainda a ampliação das parcerias nas áreas de energia elétrica e nuclear, além de tecnologia digital e investimentos no setor de mineração. Um dos projetos se refere à construção do complexo hidrelétrico de Garabi, na região argentina de Corrientes, e o estado do Rio Grande do Sul. O objetivo é começar as obras em 2012 para que no futuro a hidrelétrica seja capaz de gerar aproximadamente 2.900 megawatts.

Paraguai

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, viaja nesta segunda-feira (17) para o Paraguai e amanhã (18) para o Uruguai. Ele irá discutir a visita de Dilma aos países e debater assuntos de interesse comum. Patriota deverá se reunir com os presidentes paraguaio, Fernando Lugo, e uruguaio, José Pepe Mujica.

Em Assunção, Patriota tem reuniões com Lugo e com os ministros das Relações Exteriores do Paraguai, e das áreas econômica e social. Desde julho de 2010, há um processo de regularização de documentos dos cerca de 90 mil brasiguaios — pequenos agricultores que vivem na área fronteiriça.

De acordo com autoridades dos dois países, muitos dos chamados brasiguaios estavam sem documentação. No ano passado, cerca de 8 mil tiveram a situação regularizada. Esses agricultores reclamam também de preconceito e do tratamento diferenciado por parte das autoridades paraguaias.

Outro tema que está na agenda de discussão é a revisão do Tratado de Itaipu. O acordo aguarda votação no Congresso brasileiro. Pelo texto, haverá um reajuste de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões sobre a taxa anual de cessão paga ao Paraguai pela energia não usada da Usina de Itaipu.

Atualmente, o Brasil paga US$ 43,8 pelo megawatt/hora de Itaipu somados a US$ 3,17 pela cessão da energia que o Paraguai não utiliza. O valor da taxa de cessão será de US$ 9,51 tão logo o acordo seja aprovado pelos dois parlamentos. O comércio entre o Brasil e o Paraguai atingiu US$ 3,16 bilhões em 2010, o que representa aumento de 39% em relação a 2009.

Uruguai

De Assunção, Patriota segue nesta terça para Montevidéu. O chanceler tem reuniões marcadas com Mujica e o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro. Assim como no Paraguai e na Argentina, ele se reunirá com ministros de várias áreas. O objetivo é avançar nas discussões nas áreas de infraestrutura, integração produtiva e ciência e tecnologia.

O Brasil é o principal parceiro comercial do Uruguai. Em 2010, o intercâmbio chegou a US$ 3,1 bilhões, o que representou aumento de 19,4% em relação a 2009. Em decorrência do crescimento de quase 27% na exportação de produtos uruguaios ao Brasil, o intercâmbio comercial ficou mais equilibrado, com um pequeno superávit de US$ 43 milhões em favor do Uruguai.

Com informações da Agência Brasil

Coluna da presidenta: abertas inscrições para jornais interessados na publicação

A partir desta segunda-feira (17/1), os jornais interessados em publicar coluna semanal assinada pela presidenta Dilma Rousseff podem se inscrever no site da Secretaria de Imprensa da Presidência da República. A coluna terá o formato de perguntas e respostas e deverá ser publicada sempre às terças-feiras.
As perguntas devem ser formuladas pelos leitores dos jornais. Caberá aos veículos enviá-las para o endereço eletrônico da Secretaria de Imprensa, que selecionará três por semana, entre todas aquelas recebidas dos jornais cadastrados, para serem respondidas pela Presidenta.
As perguntas devem tratar de temas relacionados às políticas públicas e de relevância e interesse jornalísticos, considerando que a coluna visa ser mais um instrumento de prestação de contas à sociedade das ações do governo federal.
A coluna será encaminhada aos jornais cadastrados às segundas-feiras para ser publicada na edição do dia seguinte. Todos os jornais receberão exatamente o mesmo material para publicação.
Veja aqui a íntegra da nota e o formulário de inscrição.

Centro Operacional coordenará o socorro às vítimas em Teresópolis (RJ)

Teresópolis (RJ) - Na localidade de Santa Rita, a cerca de 20 quilômetros do centro,
a estrada continua interrompida e permite a passagem apenas de pessoas a pé que
percorrem de 8 a 14 quilômetros levando mantimentos, remédios e ajuda.
Foto: Vladimir Platonow/ABr.
Foi formalizado ontem (16/1), a partir de diretriz do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), um Centro de Coordenação Operacional em Teresópolis (RJ), com o objetivo de estabelecer um processo definitivo de resgate e socorro às vítimas das chuvas e enchentes, bem como atuar nas ações de recuperação do município. O Exército, por meio da Força Nacional de Segurança Pública, e as polícias Civil e Militar se uniram para fornecer apoio logístico permanente e assim ajudar a população.
A pedido da presidenta Dilma Rouseff, o ministro-chefe do GSI, general José Elito Carvalho Siqueira, se reuniu no domingo (16/1) com o prefeito de Teresópolis, Jorge Mario, que coordenará o Centro. Por meio do telefone (21) 2742-7351, o Centro de Coordenação Operacional também receberá pedidos de socorro dos moradores atingidos pelas chuvas, principalmente nos casos de soterramento e de segurança pública. Participaram do encontro representantes do Exército, Força de Nacional, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Militar, Judiciário, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil.
“Os meios necessários de pessoal e de material estão alocados e o apoio à população é permanente na reconstrução da cidade. Somos uma grande família tentando resolver um macro problema para obter os melhores resultados e na velocidade necessária”, afirmou o ministro José Elito, em entrevista coletiva após a reunião.
Segundo o prefeito Jorge Mario, foram definidas três ações prioritárias neste momento pós-desastre: socorro, abrigo provisório e moradia segura. “O primeiro passo é socorrer as famílias atingidas e levá-las para local seguro. O segundo é a questão da moradia (…). O terceiro passo é a construção de casas em locais seguros para atender prioritariamente os desabrigados e depois os moradores das áreas de risco. Equipe da Secretaria de Planejamento trabalha na elaboração de projetos buscando um método rápido e modular de construção de casas para dar velocidade de resposta”, explicou.
Durante a reunião, foi traçado um plano de controle do espaço aéreo para garantir a circulação segura dos helicópteros que operam na cidade.
“Precisamos criar um Quartel General de ações coordenadas, para que não haja trabalhos individualizados. São necessárias rotas aéreas e corredores terrestres para execução de um bom trabalho”, afirmou o ministro.
FGTS – Entra em vigor nesta segunda-feira (17/1) o Decreto nº 7.428 assinado pela presidenta Dilma Rousseff que define em R$ 5,4 mil o valor máximo de saque na conta vinculada do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) por trabalhadores vítimas de desastres naturais. Para que o trabalhador tenha direito ao saque, o intervalo entre uma movimentação na conta do FGTS e outra não deve ser inferior a 12 meses. O interessado pode realizar a habilitação junto à Caixa Econômica Federal, comprovando que morava em uma das áreas afetadas delimitadas pelas prefeituras, por meio de contas de água, luz ou telefone. Quem não dispuser de meios para comprovação do endereço residencial poderá apresentar declaração emitida pela prefeitura municipal da cidade onde mora.
Forças Armadas – O hospital de campanha da Marinha, em Nova Friburgo, o município mais castigado pelas chuvas e deslizamentos de terra ocorridos na região Serrana do Rio, já contabiliza 486 atendimentos. Segundo nota da Marinha divulgada no domingo (16/1), os atendimentos foram iniciados ainda na fase de instalação do hospital, na tarde de sexta-feira (14/1), sendo 75% casos de clínica médica, 20% de ortopedia e 5% de pediatria.
A Força Aérea Brasileira (FAB) também colocou à disposição da população fluminense atingida pelas enchentes rações usadas em “situação de combate”. A alimentação é oferecida às pessoas que estão em áreas de difícil acesso nas cidades da região serrana do estado. A ração é produzida pela FAB em Pirassununga (SP), em conjunto com a Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp.
“A alimentação é utilizada pelas tropas das Forças Armadas e atende às necessidades diárias do militar em situações de combate, campanha e de sobrevivência em lugares onde o preparo de alimentos é difícil ou inviável”, diz nota da FAB.
Serviço – Quem quiser ajudar as vítimas das enchentes pode procurar a Cruz Vermelha da cidade onde mora. A prioridade é alimentos não-perecíveis, água e produtos de limpeza. Além disso, foram abertas diversas contas bancárias para doações em espécie. Veja a seguir:
SOS Teresópolis – Donativos
Banco do Brasil
Agência: 0741-2
C/C: 110000-9
CNPJ – 29.138.369/0001-47
SOS Teresópolis – Donativos
Caixa Econômica Federal:
Agência: 4146
C/C: 2011-1
CNPJ – 29.138.369/0001-47
Prefeitura de Nova Friburgo
Banco: Banco do Brasil
Agência: 0335-2
Conta: 120.000-3
Defesa Civil – RJ
Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 0199
Operação: 006
Conta: 2011-0
Viva Rio (organização não-governamental)
Banco: Banco do Brasil
Agência:1769-8
Conta-corrente: 411396-9
CNPJ: 00343941/0001-28

O preço de não escutar a natureza

Leonardo Boff, Adital

“O cataclisma ambiental, social e humano que se abateu sobre as três cidades serranas do Estado do Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, na segunda semana de janeiro, com centenas de mortos, destruição de regiões inteiras e um incomensurável sofrimento dos que perderam familiares, casas e todos os haveres tem como causa mais imediata as chuvas torrenciais, próprias do verão, a configuração geofísica das montanhas, com pouca capa de solo sobre o qual cresce exuberante floresta subtropical, assentada sobre imensas rochas lisas que por causa da infiltração das águas e o peso da vegetação provocam frequentemente deslizamentos fatais. Culpam-se pessoas que ocuparam áreas de risco, incriminam-se políticos corruptos que destribuíram terrenos perigosos a pobres, critica-se o poder público que se mostrou leniente e não fez obras de prevenção, por não serem visíveis e não angariarem votos. Nisso tudo há muita verdade. Mas nisso não reside a causa principal desta tragédia avassaladora.

A causa principal deriva do modo como costumamos tratar a natureza. Ela é generosa para conosco pois nos oferece tudo o que precisamos para viver. Mas nós, em contrapartida, a consideramos como um objeto qualquer, entregue ao nosso bel-prazer, sem nenhum sentido de responsabilidade pela sua preservação nem lhe damos alguma retribuição. Ao contrario, tratamo-la com violência, depredamo-la, arrancando tudo o que podemos dela para nosso benefício. E ainda a transformamos numa imensa lixeira de nossos dejetos.

Pior ainda: nós não conhecemos sua natureza e sua história. Somos analfabetos e ignorantes da história que se realizou nos nossos lugares no percurso de milhares e milhares de anos. Não nos preocupamos em conhecer a flora e a fauna, as montanhas, os rios, as paisagens, as pessoas significativas que ai viveram, artistas, poetas, governantes, sábios e construtores.”
Artigo Completo, ::Aqui::

Nogueira Jr.

Charge do Bessinha