quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cassaram o cassado Cássio.

Condenado antes da lei vai cumprir pena agora também, mamatinha e benevolência da lei das inelegibilidades acabaram e Cássio Cunha Lama não pode mais ser candidato ao Senado.
Não seria adimissivel. O cara fez e tripudiou, brincou com a inteligência do povo paraibano, cometeu todos crimes eleitorais e ainda ia se candidatar ao senado?
Agora não vai mais não e gostaria de saber como deve estar neste momento o candidato do PSB ao governo paraibano Ricardo Coutinho, que apostou todas as suas fichas na popularidade e poder de mídia do menino levado de papai?

Incompetência demo-tucana no Morumbi

E, também, na implantação da Lei do Clima na cidade de São Paulo. Quer dizer, a incompetência dos administradores públicos em São Paulo já é prejudicial à população e quase palpável no dia-a-dia. Quando exagerada, então, como no caso dos governos tucano no Estado e demo-tucano da capital é pior porque compromete o futuro. É o caso desse imbróglio envolvendo o Cícero Pompeu de Toledo, o Estádio do Morumbi.

Constante da lista de estádios em que se desenvolveriam os jogos da Copa do Mundo de 2014, o Morumbi está fora, foi desaprovado pela FIFA e cortado pela CBF. Aí o governo e a prefeitura de São Paulo, um do PSDB, a outra do DEM-PSDB, por meio de nota oficial conjunta, dizem que não construirão novo estádio, mas mesmo assim, antecipam confiar que a capital paulista continuará como uma das sedes da Copa daquele ano.

É pouco. Nós também confiamos, até porque o presidente da CBF Ricardo Teixeira tem dito em entrevistas que o comitê organizador dos jogos espera o projeto de um novo estádio para que São Paulo faça parte da Copa. Mas, além dessa nota oficial, o que é que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM-PSDB) e o governador Alberto Goldman (PSDB) vão fazer de concreto para superar esse impasse?

Lei do Clima também "dançou"

Como envolve a Copa do Mundo, o futebol, paixão nacionais, o veto ao estádio do Morumbi ocupou amplo espaço na mídia, o que fez praticamente desaparecer outra notícia: a de que um ano após serem editadas na Lei do Clima na cidade de São Paulo, as principais metas prometidas pela gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) não saíram do papel.

A lei prevê que, a cada ano, 10% dos novos ônibus paulistanos passem a trafegar movidos a álcool ou a biodiesel. A medida é considerada eficaz para a redução das emissões de dióxido de carbono. Mas, as notícias são que, até agora, nenhum veículo novo usa esse tipo de combustível.

Segundo matéria da Folha e S.Paulo, a instalação de ecopontos - locais para descarte de entulho - também patina. A lei prevê um ecoponto em cada um dos 96 distritos da capital até o meio do ano que vem. Quando a lei foi editada um ano atrás já existiam 38. De lá para cá só mais dois foram instalados.Nesse ritmo, é difícil que os outros 56 estejam montados até junho de 2011, né?

A Prefeitura admitiu à Folha que a implantação da Lei está atrasada, mas desculpou-se que tenta cumprí-la adotando medidas como o uso de um diesel menos poluente nos motores dos ônibus do sistema de transporte municipal. É pouco, mais uma vez.

Principalmente porque o prefeito Kassab, que não implementou a lei consegue praticamente todos os meses fazer cortes em todas as áreas do orçamento municipal enquanto, também mês a mês, aumenta quando não dobra as verbas de propaganda de seu governo desenvolvido em estreita parceria com os tucanos.

BLOG DO ZÉ

A paz fundada no paradigma do cuidado

ImageLeonardo Boff


Fatores de violência e de empecilhos à paz são, entre outros, a vontade de poder de um pais sobre outro, o patriarcalismo cultural que ainda marginaliza a mulher e a exploração da natureza em vista do benefício material. O patriarcalismo enfraqueceu a dimensão do feminino que nos faz a todos mais sensíveis, rebaixou a inteligência emocional, nicho do cuidado e da experiência ética e espiritual.

Essa parcialidade, negando a dimensão da anima (o feminino) não deixou de afetar fortemente a ética. O núcleo da moralidade clássica herdada dos gregos e aperfeiçoada por Kant, Habermas e Rorty tem por base inconsciente a experiência do animus (masculino). Por isso ela se funda sobre duas pilastras básicas: na justiça que se expressa nos direitos e nos deveres dos homens (deixando invisíveis as mulheres) e na autonomia do indivíduo, na idéia de que somente um ser livre pode ser um ser ético.

Ora, esta visão é parcial pois deixa de fora dimensões fundamentais, próprias mas não exclusivas do feminino (anima), como as relações afetivas que se dão na família, com os outros, com a natureza e com todos com os quais nos sentimos envolvidos. Sem tais relações a sociedade perde seu rosto humano. Aqui mais que a justiça vigora a categoria maior que é a do cuidado. O cuidado é um paradigma que se opõe ao da dominação. É aquela relação que se preocupa e se responsabiliza pelo outro, que se envolve e se deixa envolver com a vida em suas muitas formas, que mostra solidariedade e compaixão, que cura feridas passadas e previne feridas futuras.

A base empírica é a experiência, tão finamente analisada pelo psicanalista inglês D. Winnicott, de que todos necessitamos de ser cuidados, acolhidos, valorizados e amados e desejamos cuidar, acolher, valorizar e amar. As portadoras privilegiadas, mas não exclusivas, desta experiência são as mulheres. Elas estão ligadas diretamente à vida que precisa de cuidado como na maternidade, na alimentação, no desvelo na enfermidade, no acompanhamento da educação. Estas características são próprias do princípio feminino (anima) que se encontra também no homem e que as realiza a seu jeito.

No transfundo desta ética do cuidado há uma antropologia mais fecunda que aquela tradicional, base da ética dominante: parte do caráter relacional do ser humano. Ele é um ser, fundamentalmente, de afeto, portador de pathos, de capacidade de sentir e de afetar e de ser afetado. Além da razão intelectual (logos) vem dotado da razão emocional, sensiível e da razão espiritual. Ele é um ser-com-os-outros e para-os-outros no mundo. Ele não existe isolado em sua esplêndida autonomia, mas vive sempre dentro de redes de relações concretas e se encontra permanentemente conectado. Não precisa de um contrato social para poder viver-junto. Sua natureza consiste em viver comunitariamente.

Sem dúvida, para termos uma cultura da paz duradoura precisamos instituições justas. Mas o funcionamento delas não pode ser formal nem burocrático mas humano, cuidadoso e sensível aos contextos das pessoas e de suas situações. Mais que tudo, devemos nutrir uma cultura generalizada do cuidado para com a Terra, para com as pessoas, especialmente, as mais vulneráveis e nas relações entre os povos para evitar a guerra.

Ao invés do ganha-perde passa a funcionar o ganha-ganha. Com esta estratégia, se diminuem os fatores de tensão e de conflito. Para que se chegue à paz são relevantes as virtudes assumidas conscientemente, como a transparência, a disposição ao diálogo e à escuta, a acolhida calorosa do outro. Isso o presidente Lula o enfatizou ao abordar a questão do Irã sob ameaça da truculência norteamericana e de seus aliados por causa do enriquecimento do urânio para fins pacíficos (pretexto para controlar o petróleo e o gás).

Mas há uma dimensão subjetiva e espiritual que reforça a busca da paz. É a capacidade de perdão e de esquecimento de velhas rixas e conflitos. Hoje que as culturas se encontram, deixam manifestas as tensões históricas que separam os povos. O olhar deve ser dirigido para frente na construção da nova relação fundada numa aliança de cuidado entre todos.

Está dentro das possibilidades de nosso ser, viver esse tipo de humanismo necessário. É a condição da paz duradoura, vista já por Kant como o fundamento da República Mundial.

Leonardo Boff é autor de Tempo de Transcendência, 2009 (Vozes)

Manchete safada

Refiro-me a "TSE exige que Google revele autor de blog pró-Dilma" do Folhão...


Image Manchete de alto de página e matéria safadas essas publicadas hoje pela Folha de S.Paulo "TSE exige que Google revele autor de blog pró-Dilma". É a respeito da decisão do ministro Henrique Neves, da Corte Eleitoral. Atendendo a pedido do Ministério Público Eleitoral solicitou ao Google Brasil que informe quem é responsável pelo Blog da Dilma hospedado pelo portal e que ele seja retirado do ar.

O blog apoia a candidatura Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados) a Presidência da República. Acontece que o mesmo ministro, do mesmo TSE fez idêntica solicitação ao Google Brasil sobre outro blog, o Eu quero Serra de apoio ao candidato da oposição à presidência da República, José Serra (PSDB-DEM-PPS).

Tudo igual ao pedido relacionado ao "Blog da Dilma". Acontece que a matéria do Folhão tem 60 linhas distribuídas em oito parágrafos, mas só 10 finais e o último parágrafo falam da medida relativa ao blog de apoio a Serra. Tampouco tem qualquer referência à sanção contra este blog nos textos que chamam para a matéria, todos recheados com informações só sobre a retirada do ar do blog de apoio a Dilma.

Pedir retirada de blog o ar não é censura?


É ou não é dois pesos e duas medidas permanentemente? Noticiar algo contra Dilma com títulos e textos enormes procurando atingir e desgastar sua candidatura, pode; contra Serra, escondem no final da matéria em pouquíssimas linhas, sem qualquer referência ou menção a ele nos textos do alto da página que remetem os leitores para a reportagem.

Aliás,o pedido de explicação do ministro sobre o "blog da Dilma" é inexplicável: seus autores e responsáveis, Daniel Bezerra (criador e editor-geral) e Jussara Bezerra (editora) assinam o site, inclusive a nota "A oposição quer calar o Blog da Dilma", publicada ontem, na qual explicam não ter vínculo partidário. "Não somos pagos pelo partido ou pelo governo", afirmam.

Já o Blog de apoio a Serra... Sobre seus criadores e autores o jornal não dá nenhuma explicação - embora o blog seja assinado - até porque não era mesmo seu propósito falar muito sobre algo que depõe contra o candidato da oposição. Agora, uma pergunta que fica no ar: essa decisão do ministro contra os dois blogs não caracteriza censura à informação não?

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