quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Juíza libera ossadas de guerrilheiros do Araguaia para análise - Portal Vermelho

A juíza Solange Salgado, da 1ª Vara do Distrito Federal, autorizou a liberação dos possíveis restos mortais de desaparecidos políticos da Guerrilha do Araguaia para serem identificados por laboratório contratado pela Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça. As ossadas estão guardadas na Universidade de Brasília (UnB). Organizada por militantes do PCdoB no início da década de 70, a guerrilha é considerada o maior movimento de resistência armada à ditadura militar.

A juíza Solange Salgado é a mesma que autorizou escavações no Cemitério de Xambioá (TO) realizadas no final de agosto pelo Grupo de Trabalho do Tocantins (GTT), criado em 2009, para localizar restos mortais de guerrilheiros do Araguaia em cemitérios clandestinos na região.

Segundo a Agência UnB, os quatro conjuntos de restos mortais, guardados sob forte vigilância em urnas individuais, foram encontrados pelo GTT. Os restos estão sob a responsabilidade do professor do Departamento de Patologia, Malthus Fonseca Galvão, no Hospital Universitário de Brasília (HUB).

Para fazer a nova identificação dos ossos será empregada um técnica conhecida como SNP. O professor Malthus Galvão diz que essa tecnologia tem maior probilidade de sucesso em materiais que sofreram muita deterioração. “Seja em função do contato com a umidade ou com a terra há degradação do DNA”, explicou.

Dos desaparecidos da guerrilha, somente dois guerrilheiros foram identificados: Bergson Gurjão Farias e Maria Lúcia Petit.

De Brasília,
Iram Alfaia com informação da Agência UnB

Blogueiros com Lula: os bastidores de uma entrevista histórica

Alguns bastidores da entrevista com Lula [concedida na quarta-feira (24), em Brasília, aos blogueiros Altamiro Borges (Blog do Miro), Renato Rovai (Blog do Rovai), Leandro Fortes (Brasília, Eu Vi), José Augusto Duarte (Os Amigos do Presidente Lula), Túlio Viana (Blog do Túlio Viana); Pierre Lucena (Acerto de Contas); William Barros (Cloaca News); Altino Machado (Blog Altino Machado); Eduardo Guimarães (Blog da Cidadania); e Rodrigo Vianna (Escrevinhador)].

Por Renato Rovai, em seu blog

Ao final da entrevista o presidente, com as câmeras e microfones já desligados, disse que queria se comprometer a já agendar uma próxima entrevista com aquele grupo para logo depois que deixasse a Presidência. "Porque eu quero tratar com vocês do mensalão, quero falar longamente dessa história e mostrar a quantidade de equívocos que ela tem. Porque o Zé Dirceu pode ter todos os defeitos do mundo, mas…"

Quando o presidente ia completar a frase, um dos fotógrafos pediu para que ele se ajeitasse para a foto e o pensamento ficou sem conclusão. Ficou claro que o presidente considera esse caso mal resolvido e que vai entrar em campo assim que sua residência oficial passar a ser em São Bernardo do Campo.

Em muitos momentos da entrevista, Lula demonstrou que considera que o comportamento da imprensa brasileira foi mais do que parcial, foi irresponsável. Isso ficou evidente quando disse que a cobertura do acidente da TAM foi o momento mais triste do seu período presidencial. Lembrou que à época alguns jornais e revistas escreveram editoriais falando que o governo carregava nas costas 200 cadáveres.

Ele também introduziu na entrevista, sem que a blogosfera perguntasse, a questão da política internacional. E falou dos bastidores de sua ação na negociação com o Irã. Ao trazer uma negociação desse porte para a pauta da entrevista, o presidente pode ter sinalizado que o palco internacional faz parte do seu projeto futuro.

Depois das eleições

Lula não fala nada sem pensar e gratuitamente. Quando se está frente a frente com ele, isso se torna ainda mais evidente. Lula é hoje um político preparadíssimo. E falou, por exemplo, que o PT do Acre errou e que por isso Dilma perdeu feio lá para mandar um recado aos irmãos Viana, que controlam o partido no estado.

Aliás, depois da entrevista ele fez questão de chamar o blogueiro Altino Machado de lado e voltou a tocar no assunto. Disse que vai ao Acre ainda no primeiro semestre de 2011. E que quer conversar com Altino quando for lá.

Ele também falou que vai tratar do caso Paulo Lacerda quando sair da Presidência. Tudo indica que a sua melhor entrevista ainda está por vir. Será aquela em que ele vai poder falar de tudo sem o ritual do cargo.

Esse encontro com Lula ainda merecerá outros posts deste blogueiro, mas aproveito para contar um pouco dos bastidores que o antecederam. Em agosto, solicitei em nome da comissão do 1º Encontro da Blogosfera Progressista essa coletiva com o presidente. A resposta veio rápida. O presidente aceitava, bastava construir uma agenda.

Entre a organização do encontro se estabeleceu um debate sobre se seria conveniente ou não que ele ocorresse antes das eleições. De comum acordo com a assessoria da Presidência definiu-se que seria jornalisticamente mais interessante que acontecesse agora. Para que se evitasse o inevitável, que se tentasse descaracterizar o encontro com acusações do tipo "ação de campanha".

Quantas vezes

Uma das preocupações que também surgiu desde o início foi a de que os blogueiros que participassem representassem a diversidade do país. Isso foi conseguido. Entre os dez que estiveram com Lula na quarta-feira, havia gente de sete estados brasileiros e de todas as regiões. Também havia diversidade de gênero na lista inicial. Eram quatro as mulheres que participariam: Helena, do blog Amigos do Presidente Lula; Ivana Bentes, da UFRJ; Conceição Lemes, do Viomundo; e Maria Frô, do Blog da Maria Frô.

Por motivos diferentes elas não puderem vir a Brasília. Maria Frô conseguiu participar pela twitcam. Ivana Bentes, que também ia entrar por esse sistema, não conseguiu por problemas técnicos.

Ao fim, quem imaginava que seria um encontro chapa-branca se surpreendeu. Quantas vezes na história deste país o presidente da República foi perguntado, por exemplo, sobre por que não se avançou na democratização das comunicações? Quantas vezes lhe perguntaram por que recuou no PNDH-3? Quantas vezes ele teve de se explicar sobre a saída de Paulo Lacerda da Polícia Federal? Quantas vezes ele foi cobrado sobre o governo não ter se empenhando para a aprovação das 40 horas semanais? Quantas vezes Lula falou sobre o Acre e suas idiossincrasias políticas? Quantas vezes discutiu o capital estrangeiro na mídia? Quantas vezes falou sobre AI- 5 digital? Quantas vezes tratou da educação para o povo negro? Quantas vezes abordou a cobertura da Globo no episódio da bolinha de papel?

Pode-se gostar ou não desta entrevista, mas uma coisa não se pode negar. Ela entra para a história da cobertura política brasileira.


Portal Vermelho

Lula: quem torturou Dilma deve estar sendo torturado por dentro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que quem torturou a presidente eleita, Dilma Rousseff, nos anos 1970, "deve estar sendo torturado por dentro". Lula, que escolheu Dilma pessoalmente como candidata do PT e se envolveu bastante em sua campanha, disse em um ato público que sabe que não se enganou.
"Eu fiquei muito orgulhoso porque a Dilma é uma mulher que na década de 1970, muito jovem, o mundo dela ruiu. A hora que você milita na esquerda brasileira, você é presa três anos e meio, torturada, ou seja, acabou. Quem torturou pensou que tinha acabado com a vida dela na política, agora deve estar sendo torturado por dentro", afirmou.
"Se a Dilma tomou choque, o choque que esse cara está tomando por dentro agora é de uma grandeza que ele não imagina. Ele ver aquela menina que ele torturou virar depois de mulher, presidente da República deste País, sem o ódio que ele tinha", disse o presidente.
Lula também manifestou sua confiança em que os projetos sociais que seu Governo conduziu durante os últimos oito anos serão "expandidos" e "melhorados" durante a gestão de Dilma e citou o "Luz para todos", que levou energia elétrica a "13 milhões de almas brasileiras que saíram do século XVIII e vieram para o século XXI em oito anos".
Segundo Lula, o êxito de sua gestão e a popularidade de 80% que mantém após oito anos no poder se devem ao fato de "entender que em um Governo democrático faz o que se pode fazer".

Agricultora que fez o presidente chorar



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