sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

PSOL ameaça abandonar campanha de Marina Silva

15 de janeiro de 2010

O PSOL pode desembarcar da campanha da senadora Marina Silva (PV-AC), pré-candidata à Presidência da República, antes mesmo de fechar um acordo definitivo com o Partido Verde. Em documento divulgado hoje, três dirigentes da legenda repudiaram um eventual acordo entre o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) com o PSDB e o DEM para concorrer ao governo do Rio de Janeiro.

"Infelizmente, apesar de nossos reais e sinceros esforços, está ficando claro que não teremos uma base programática capaz de unir nossas forças nestas eleições", diz o documento, assinado pelo presidente do diretório do PSOL no Rio Grande do Sul, Roberto Robaina, a deputada federal Luciana Genro (RS) e o dirigente do partido em Goiás, Martiniano Cavalcanti. O texto diz ainda que se houver acordo do PV do Rio com o PSDB e o DEM, "estaremos de fato caminhando para o encerramento das negociações entre o PSOL e o PV."

No documento, os dirigentes do PSOL afirmam que um eventual acordo no Rio acaba com qualquer desejo de independência da candidatura Marina Silva. "Se no terceiro colégio eleitoral do país o PV é abertamente instrumentalizado pelos tucanos na disputa, então a independência está sepultada".

Roberto Robaina disse à Agência Estado que quando iniciou conversações com o PV, uma das condições do PSOL era que a candidatura de Marina Silva não tomasse PT, PMDB, PSDB, PPS e DEM como aliados.

MENSALÃO DO DEM: Arruda omite do STJ pagamento de R$24 mi

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Segundo subprocuradora-geral, despesa não foi mencionada em relatório entregue à corte sobre gastos com informática

Entidade que não constava de documento foi contratada para programa de inclusão digital; governo afirma que gasto não era de informática

HUDSON CORRÊA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo de José Roberto Arruda (sem partido) omitiu do STJ (Superior Tribunal de Justiça) um pagamento de R$ 24, 2 milhões na área de informática, afirma a subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, em documento ao qual a Folha teve acesso.
Na investigação do mensalão do DEM, o STJ mandou o governo Arruda informar todos os pagamentos de serviços de informática -área que pagaria propina ao governador e a seus aliados em troca de contratos.
Entregue no dia 7 passado, o relatório foi analisado de forma preliminar pela procuradora.
Ao se manifestar sobre os números, Dodge relatou ao STJ falta de exatidão nos dados informados e destacou que não constava o pagamento à Fundação Gonçalves Lêdo, entidade sem fins lucrativos contratada para tocar o programa de inclusão digital do governo.
Esse projeto envolveu compra de equipamentos, contratação de empresas e funcionários para ensinar pessoas pobres a usar computador. Um total de 21,7 mil pessoas faz cursos, segundo a fundação.
A procuradora pediu e o presidente do STJ, Cesar Asfor Rocha, mandou o governo reapresentar os números.
O governo disse que o pagamento não está incluído no relatório porque não foi classificado como gasto com informática (leia texto nesta página).
Além de citar a fundação, a procuradora mandou ao STJ documentos sobre o pagamento feito pelo governo e, segundo ela, omitido no relatório.
Conforme a procuradora, a fundação, contratada em 2009 por R$ 27 milhões, já recebeu R$ 24.255.044,37