sexta-feira, 27 de abril de 2012

Mais um tucano é denunciado por explorar trabalho escravo

O Ministério Público Federal (MPF) em Roraima denunciou, nesta quinta-feira, o ex-deputado federal do PSDB Urzeni da Rocha Freitas Filho, acusado de ter mantido 26 trabalhadores em regime de trabalho escravo, durante quase um ano, em uma fazenda de sua propriedade, localizada na zona roral do município de Cantá, no centro-leste do Estado. As informações foram divulgadas em nota para a imprensa.

A denúncia foi recebida pela Justiça Federal e o processo de número 2243-39.2012.4.01.4200 tramita na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária de Boa Vista. 
Consta que, no período de 30 de setembro de 2009 a 23 de outubro de 2010, Urzeni teria submetido 26 trabalhadores a regime de trabalho escravo. A denúncia diz que os trabalhadores foram sujeitos a condições degradantes de trabalho, e que a liberdade de locomoção dos mesmos foi comprometida, uma vez que eles foram mantidos na Fazenda Paraíso, um local isolado e de difícil acesso.

A situação teria tido fim apenas em outubro de 2010, quando auditores fiscais do trabalho, em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público do Trabalho tomaram conhecimento dos fatos e fiscalizaram o local para verificar a situação.

CPI do Cachoeira: não se pega os ratos sem colocar o queijo na ratoeira

Tem muita gente reclamando da CPI do Cachoeira não entrar direto de sola na velha imprensa. Mas convenhamos que não seria inteligente, nem produtivo.

Seria apenas prato cheio para a oposição criar confusão e "melar" a CPI (o que estão tentando fazer), igual aconteceu quando o então senador tucano Antero Paes de Barros (MT) encerrou a CPI do Banestado sem concluí-la, e o PT naquela época não teve habilidade (ou não teve maioria), para conduzir a comissão até seu desfecho final.

Até agora o gesto do relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT/MG), está perfeito. Só aprovou os requerimentos pedindo acesso compartilhado aos inquéritos das Operações Monte Carlo e Vegas.

A partir desse material é que se terá acesso, por exemplo, aos 200 telefonemas de Policarpo Júnior com Carlinhos Cachoeira, e sabe-se lá mais o quê. Uma análise destes telefonemas é que dará ideia do tamanho da encrenca em que a velha imprensa se meteu com a quadrilha de Cachoeira, e do encaminhamento a ser dado.

Charge do Bessinha

Nogueirajr.blogspot.com

O DIA DO TRABALHADOR


Abr 27, 2012

Desde que milhares de trabalhadores norte-americanos saíram às ruas de Chicago, em 1886, protestando contras as más condições de trabalho e exigindo uma jornada de oito horas contra o regime de quase servidão que os oprimia e os explorava, o 1º de maio tornou-se o “Dia do Trabalhador”. Em verdade, todos os dias devem ser consagrados aos que põe em movimento a máquina do mundo, aos trabalhadores dos campos, das cidades, do comércio, das indústrias, da educação, do serviço público. Nada jamais substituirá a força do trabalho.
No Brasil das primeiras décadas do século passado, o 1º de maio era comemorado nos sindicatos que nasciam nas grandes cidades, ainda sem nenhuma expressão, mas reclamando direitos num país onde sequer legislação trabalhista existia ou os direitos elementares dos trabalhadores eram respeitados pelo capital. Somente com o advento da revolução liberal de 1930 e a chegada de Getúlio Vargas ao poder e após derrotar o levante da elite reacionária paulista em 1932, configurou-se o quadro político-institucional que permitiu o reconhecimento dos direitos e garantias dos trabalhadores brasileiros.
Com Getúlio, a carteira assinada e a legislação trabalhista. Com Jango, o 13º salário. Com Lula, a emancipação social. Três grandes presidentes que trataram a classe trabalhadora com o respeito que ela merece.
Antes de Getúlio a massa trabalhadora era tratada com desdém e autoritarismo, num quadro desumano onde um trabalhador das fábricas, do comércio, da agricultura ou doméstico era demitido depois de décadas de trabalho e saia para a rua com as mãos abanando, vazias, sem qualquer indenização ou amparo, após labutar em regime assemelhado à escravidão. Os que criticam o saudoso Estadista, centram suas críticas na suposta inspiração de nossas leis trabalhistas na célebre ‘Carta del Lavoro’ da Itália de Mussolini. Mas omitem que o grande Ataturk, o fundador da rica e democrática Turquia de hoje, também nela se inspirou para modernizar as relações de trabalho em seu país. E no Portugal pré-Salazar, e na França democrática e em vários outros países do hemisfério norte, ela serviu de legislação trabalhista embrionária. Era, verdadeiramente, malgrado sua origem ideológica, um avanço para países onde os trabalhadores eram tratados (ou maltratados, melhor dizendo) de forma abusiva e sem o reconhecimento de qualquer direito, por mínimo que fosse.