domingo, 27 de maio de 2007

Quem quer combater a corrupção?

Poucos, para dizer o mínimo, querem efetivamente combater a corrupção. A chamada classe política não está muito interessada em limpar as instituições, varrendo de suas entranhas os corruptos. É o que se depreende a cada novo escândalo que sacode os estaduais, o Congresso Nacional, o Judiciário e outras instâncias da sociedade brasileira.

Essa coisa de descobrir e escancarar a corrupção se transformou em um jogo político que só funciona como munição para bombardear adversários. É um jogo para se ganhar ou manter espaços no poder. Basta ver o que acontece com a Operação Navalha, da Polícia Federal. A oposição, nem toda, quer uma CPI para aparecer na mídia, e o governo não deseja agitar o ambiente político para não atrapalhar votações de seu interesse no Congresso.

Apurar tudo o que há de errado e podre no coração das instituições é que quase ninguém quer. A mudar algumas regras do jogo para facilitar a limpeza da máquina pública, poucos se dispõem. Fica a sensação de que todo mundo está jogando para platéia. E é por tudo isso que a esmagadora maioria das CPIs acaba em pizza. Afinal o holofote da TV é mais importante do que a efetiva apuração da bandalheira. E ponto final.