O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, negou nesta segunda-feira as denúncias da revista Épocapublicada no último fim de semana. De acordo com a reportagem, ele não teria respondido porque pegou carona, quando era ministro do Planejamento, em um jatinho de uma empreiteira
O ministro disse que “jamais” solicitou ou aceitou caronas em troca de favorecimento. Paulo Bernardo afirmou que, durante a campanha eleitoral do ano passado, utilizou aviões fretados pela organização, o que incluiu aeronaves de várias empresas, que receberam pagamento pelo serviço. O ministro disse ainda que usou os aviões aos finais de semana e feriados, portanto fora do horário de trabalho. “Não tenho, porém, condições de lembrar e especificar prefixos e tipos, ou proprietários, dos aviões nos quais voei no período”, afirmou.
Paulo Bernardo disse que a liberação de verbas para a obra do Contorno Norte de Maringá foi feita mediante emenda parlamentar, que, segundo o ministro, obteve apoio de toda a bancada paranaense. “O Contorno de Maringá foi incluído no porque preenchia todos os critérios, como importância do projeto para a economia local e para a população. Defendi a inclusão do Contorno de Maringá no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), assim como de outras obras prioritárias em outras regiões do País, por uma razão simples: eram importantes para o desenvolvimento daqueles Estados, não porque iriam beneficiar esta ou aquela construtora”, disse, em nota.
O ministro afirmou que se coloca à disposição do Congresso Nacional para esclarecer as denúncias, que classificou de “totalmente inverídicas” e de “grande irresponsabilidade”. “Defendo, como sempre defendi, o máximo de transparência na utilização do dinheiro público porque considero este o meu dever e minha responsabilidade política”, afirmou.
Leia abaixo a íntegra da nota:
“NOTA DE ESCLARECIMENTO
Além de totalmente inverídicas, são de grande irresponsabilidade as ilações que tentam fazer sobre meu comportamento como Ministro de Estado e o uso de aeronaves particulares. Esclareço que jamais solicitei ou me foi oferecido qualquer meio de transporte privado em troca de vantagem na administração pública federal.
Em 2010, quando era Ministro do Planejamento, participei, nos fins de semana, feriados e férias, da campanha eleitoral do meu Estado, Paraná. Para isso, utilizávamos aviões fretados pela campanha, o que incluiu aeronaves de várias empresas, que receberam pagamento pelo serviço. Não tenho, porém, condições de lembrar e especificar prefixos e tipos, ou proprietários, dos aviões nas quais voei no período.
Não existe relação entre o exercício do cargo de Ministro do Planejamento e fatos decorrentes da execução de obras públicas no estado do Paraná. Como deputado federal paranaense, nos anos 2003 e 2004, e reconhecendo a importância da obra para o Estado, nos empenhamos para obter recursos, através de emenda de bancada.
O Contorno de Maringá foi incluído no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento porque preenchia todos os critérios, como importância do projeto para a economia local e para a população. Defendi a inclusão do Contorno de Maringá no PAC, assim como de outras obras prioritárias em outras regiões do país, por uma razão simples: eram importantes para o desenvolvimento daqueles Estados, não porque iriam beneficiar esta ou aquela construtora.
REVISTA ÉPOCA
A Revista Época fez nos últimos dois meses, quatro matérias em que cita a mim ou à Ministra-Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, com insinuações indevidas, algumas de forma absolutamente gratuita, sem me ouvir, como foi o caso da publicada na edição de 20 de junho de 2011, sob o título “Do Pantanal para Campinas”.
Este fato contraria os Princípios Editoriais das Organizações Globo que diz, na seção 2: “correção é aquilo que dá credibilidade ao trabalho jornalístico: nada mais danoso para a reputação de um veículo do que uma reportagem errada ou uma análise feita a partir de dados equivocados”.
Eu fui citado ao lado de uma grande foto, numa matéria totalmente alheia a mim, apenas porque deveria ser uma testemunha a ser ouvida.
Como se não bastasse, seguiram mais três novas matérias: “Os ministros indesejados”, publicada na edição de 10 de julho de 2011; “Mudar para ficar tudo igual”, edição de 17 de julho de 2011 e a desta semana “Por que ele não responde?”.
Tanto na matéria “Os Ministros Indesejados” como em “Mudar para ficar tudo igual”, segue um jogo de palavras, sem uma única fonte, com insinuações, sem nenhuma comprovação, expondo um ato legítimo de lutar por recursos para uma obra importante para o Estado, com malfeitos e desvios.
Novamente a Revista contraria outro item importante dos Princípios Editoriais das Organizações Globo que diz no item w da Seção 1: “denúncia anônima não é notícia; é pauta, mesmo se a fonte for uma autoridade pública: a denúncia deve ser investigada à exaustão antes de ser publicada.”
E por fim, quando, por causa dos antecedentes e insinuações colocados pelas reportagens anteriores, julguei desnecessário atender à reportagem da Revista Época, sou surpreendido com a matéria “Por que ele não responde?”, com novas insinuações sobre o uso de aeronaves particulares durante o ano de 2010.
De novo, a Revista contraria aqui os Princípios das Organizações Globo, no item e, da Seção I de que “ninguém pode ser perseguido por se recusar a participar de uma reportagem”.
Quero destacar que estou e sempre estive à disposição do Congresso Nacional para a prestação de quaisquer esclarecimentos que se façam necessários. Defendo, como sempre defendi, o máximo de transparência na utilização do dinheiro público. Considero este o meu dever e minha responsabilidade política.
Brasília, 22 de agosto de 2011
Paulo Bernardo Silva
Ministro das Comunicações”