quarta-feira, 4 de maio de 2011

A prova do abandono das políticas sociais

Justiça manda Prefeitura colocar 62 mil crianças em creches... Em uma decisão com discreta cobertura da mídia - nenhuma manchete nas capas, nem título de alto de página nos jornais - a Justiça de São Paulo determinou que a Prefeitura da Capital disponibilize 62 mil vagas em creches e pré-escolas para crianças de 0 a 5 anos, para sanar o gigantesco déficit de vagas nesta área.

A Secretaria Municipal de Educação antecipa, em nota, que vai recorrer da decisão. A Justiça deu um prazo de 9 meses para a Prefeitura matricular uma parte das crianças (constantes de um cadastro) dessa faixa etária que aguarda vagas, sob pena de multa diária de R$ 50,00 por criança desatendida.

A medida pode ser cumprida tanto com a oferta de vagas na rede pública de ensino quanto por meio de convênio com a rede privada de creches e pré-escolas. Em sua defesa no processo, a Prefeitura informou à Justiça que parte da lista que compõe o cadastro já foi atendida e que o déficit na região Sul (a ação pleiteia o atendimento nesta região da Capital), em dezembro, era de 45.464 vagas. Mas, no mesmo mês toda a cidade já registrava um déficit de 125 mil vagas em creches.

A decisão judicial é ótima para a população - discrição da mídia à parte - e evidencia mais um capítulo do fragrante abandono das políticas sociais implantadas pelo PT nas duas vezes em que governou a Capital, nas gestões das prefeitas Luiza Erundina, hoje deputada pelo PSB, e Marta Suplicy, agora senadora pelo PT

"Agora, é tudo pelo PT"

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Rui Falcão
A estratégia do PT para os próximos dois anos é resumida pelo novo presidente nacional do partido, deputado Rui Falcão (SP), em entrevista publicada ontem pelo jornal O Globo sob o título "Em 2010, foi tudo pela Dilma. Agora, é tudo pelo PT". Com esta frase-síntese, Rui aponta nossos rumos e faz alerta aos militantes e lideranças do nosso partido quanto aos desafios desenhados no horizonte, o principal deles, as eleições municipais de 2012.
Rui Falcão
A estratégia do PT para os próximos dois anos é resumida pelo novo presidente nacional do partido, deputado Rui Falcão (SP), em entrevista publicada hoje pelo jornal O Globo sob o título "Em 2010, foi tudo pela Dilma. Agora, é tudo pelo PT". Com esta frase-síntese, Rui aponta nossos rumos e faz alerta aos militantes e lideranças do nosso partido quanto aos desafios desenhados no horizonte, o principal deles, as eleições municipais de 2012.

"O quanto antes o PT definir a tática e arregimentar alianças - defende Rui - maiores as chances de sucesso em 2012. E o sucesso em 2012 é precondição para, em 2014, tentar quebrar a supremacia tucana no governo estadual (de São Paulo e de Minas). Na definição da tática, os companheiros vão avaliar que, em 2010, foi tudo pela eleição da Dilma. Era a tática correta, também para aumentar nossa força no Senado e dar maior sustentação a ela."

"Agora, é tudo pelo PT, (para) fortalecer o PT. O que não significa desprezar aliados. A orientação geral deverá ser a de fortalecer o PT nas eleições de 2012, para criar condições de reeleger a Dilma em 2014 e conquistar novos espaços", explica Rui nesta entrevista a O Globo.

Apoio ao governo

O presidente nacional do PT analisa, também, o surgimento do PSD, hoje o aglutinador de quadros descontentes do DEM e do PSDB. Para ele, muitos que passaram a integrar o partido do prefeito paulistano Gilberto Kassab (ex-DEM-PSDB) querem compor com a base da presidenta Dilma nacionalmente. Rui observa, no entanto, que em São Paulo o partido surge na oposição, uma vez que seu fundador, o prefeito Kassab não se cansa de reiterar seu apoio incondicional a José Serra (PSDB).

Nesta entrevista, o dirigente petista reitera o apoio do partido à política econômica conduzida pelo governo Dilma Rousseff - apoio expresso, inclusive, na resolução do partido aprovada neste fim de semana (leiam). Já sobre o combate à inflação, Rui pede "tranquillidade" neste momento e faz questão de reforçar que ele "não implica em arrochar salários, promover desemprego ou recessão."

Rui, também, bota por terra divergências inexistentes criadas pela mídia entre ele e a presidenta Dilma Rousseff. "Minha relação com ela é muito boa. Não há afastamento nem atrito. Eu a conheci nos anos 70, militamos juntos. Eu participei de toda a campanha, não é verdade que tenha sido alijado. Fiquei até o último dia, participei da posse e recebi um abraço afetuoso dela, celebrando a vitória. E aquela versão da campanha de que eu havia tirado dados de um computador é fantasiosa, não existiu. Estou processando o autor da calúnia, civil e criminalmente".