segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Seminário: Pré-sal e o Futuro do Brasil

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, participa nesta terça e quarta (22 e 23/9) do Seminário Pré-sal e o Futuro do Brasil, que será realizado em Brasília. O evento é promovido pelos jornais Correio Braziliense e Estado de Minas (Diários Associados). Serão debatidos, entre outros temas, o novo marco regulatório, o papel das empresas e da nova estatal do pré-sal.

Você poderá assistir ao vivo o seminário pelo Blog Fados e Dados. Confira a programação

Matéria publicada nesta segunda-feira (21/9) no jornal Correio Braziliense fala sobre o Seminário e aponta que, somente o setor de máquinas e equipamentos terá que investir de U$ 30 a 40 bilhões nos próximos quatro anos para acompanhar o desenvolvimento da exploração do pré-sal.

A reportagem traz fala do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que disse que o governo fez um desafio às empresas brasileiras, que serão potenciais fornecedoras do pré-sal, para a ampliação da sua participação neste mercado e informou que o governo vai exigir percentual de componente nacional nas licitações. “Esse percentual será fixado para garantir à indústria nacional uma presença mais sólida nesse avanço que estamos vendo no setor petrolífero.”

Luiz Carlos Bresser Pereira, em artigo publicado nesta segunda (21/9) no jornal Folha de S.Paulo também comentou sobre a política do governo para o desenvolvimento da indústria nacional.

BLOG DA PETROBRÁS

Nova tentativa de impor medo sobre superávit e dívida

Voltou o lenga-lenga da midia, particulamrente da Folha de s.Paulo no fim de semana, sobre superávit e dívida. Abordam os dois assuntos numa postura crítica ao governo, sem considerar o Fundo Soberano de R$ 18 bilhões e a queda dos juros da taxa selic, que diminuem a necessidade do superávit de 3,3% como estava previsto.

O país fará um superávit de 2,5% e um déficit nominal de 2,2%. Comparado com o resto do mundo nesses quesitos estamos no paraíso. E, ainda, com a dívida pública em 44% do PIB, com juros reais agora de 4,5% (metade dos anteriorese os menores da história do país), o que é uma bênção.

É preciso destacar, ainda - o que não fazem os jornalões, nessa lenga-lenga - que dos 3,3% de superávit previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), podíamos realmente abater 0,7% correspondente aos projetos prioritários do PAC. Logo o superávit era mesmo de 2,6%, se contarmos o dinheiro do Fundo Soberano Brasileiro (FSB) de R$ 18 bilhões.

Estamos muito bem

Sem falar na crise internacional, ainda grave lá fora, e a despeito da queda da arrecadação (entre 7% e 8% do previsto) e da falta que fazem os R$ 40 bilhões perdidos com a extinção da CPMF provocada pela oposição. Aliás, sem as desonerações, de mais de R$ 20 bilhões, não teríamos nem essa queda na arrecadação.

Mas o governo fez, e bem, o que tinha que fazer: reduziu os juros e o superávit - sem comprometer o país em dívidas - usou as reservas e o compulsório, desonerou impostos e garantiu o crédito via bancos públicos. Principal e melhor nessa história, sustentou assim o crescimento que está aí para quem quiser conferir.

Investirá esse ano mais do que ano passado - R$ 28,3 bilhões, mais R$ 53,2 bilhões das estatais, apoiando-se nos dividendos destas, que foram R$ 10,1 bilhões em 2008 e já são R$ 17,9 bilhões até agosto desse ano.

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Lição de nacionalismo e política

O Estado precisa, sem dúvida, da crítica, mas não à custa de desmoralizarmos o que já conquistamos

O PRESIDENTE Lula, em entrevista ao “Valor Econômico”, deu uma lição de nacionalismo e do que significa a política em uma sociedade democrática. Em relação ao primeiro ponto, Lula declarou-se nacionalista, cobrou dos empresários que também o sejam, e disse que há tempos vem demandando que a Vale construa usinas siderúrgicas no Brasil em vez de exportar apenas minério de ferro. Suas palavras: “Tenho cobrado sistematicamente da Vale a construção de usinas siderúrgicas no país. Todo mundo sabe o que a Vale representa para o Brasil. É uma empresa excepcional, mas não pode se dar ao luxo de exportar apenas minério de ferro (…). Os empresários têm tanta obrigação de ser brasileiros e nacionalistas quanto eu!”. Acrescentaria, e com mais ênfase, que os economistas também deveriam ser tão patrióticos ou nacionalistas quanto reclama o presidente.
A política de não exportar bens primários, mas bens manufaturados com mais elevado valor adicionado per capita, é mais antiga do que a Sé de Braga. Os grandes reis mercantilistas ingleses, no final do século 15 (sic), já adotavam a política industrial de proibir a exportação de lã para que fosse exportado apenas o tecido fabricado com a lã. Os chineses, recentemente, impuseram imposto à exportação de aço porque querem exportar os bens acabados produzidos com o aço. Dessa forma, além de criarem empregos, criam empregos com maior conteúdo tecnológico, que pagam maiores salários, e assim seu desenvolvimento econômico se acelera. Enquanto isso, nossos economistas nos dizem que o problema deve ser deixado por conta do mercado. Dessa forma, mesmo quando exportamos aço, exportamos principalmente o aço bruto, e estamos concordando em exportar soja em grãos para os chineses que não querem comprar o óleo de soja!
E a lição de política? Em primeiro lugar, Lula revelou, em vários momentos, respeito por FHC, Marina Silva e José Serra. Segundo, defendeu de forma oportuna o Congresso: “O Congresso é a única instituição julgada coletivamente. Mas se não houve sessão você fala: “Deputado vagabundo que não trabalha”. E nunca cita os que estiveram lá, de plantão, o tempo inteiro. Quando era constituinte, eu ficava doido porque ficava trabalhando até as duas, três horas da manhã (…). Se vocês não gostam de política, acham que todo político é ladrão, que não presta, não renunciem à política. Entrem vocês na política porque, quem sabe, o perfeito que vocês querem está dentro de vocês”.
O presidente tem razão. A política é muito importante, afeta nossas vidas, e deve ser prestigiada e ser adotada como profissão pelos melhores dentre nós. O Brasil precisa dramaticamente de bons políticos, e, felizmente, conta com um bom número deles. De homens e de mulheres dotados de espírito público, de compromisso com a nação, que, sem deixar de defender seus interesses legítimos, defendam também os do Brasil. Mas quando lemos os jornais, quando conversamos com os amigos, parece que ninguém presta. Definitivamente, não é verdade. É verdade que nosso país não conta com um Estado e com uma política como aqueles que existem nos países escandinavos, mas é também verdade que, considerado o grau de desenvolvimento econômico e cultural do Brasil, temos um nível de organização do Estado, de qualidade das instituições, e de compromisso de muitos políticos com a cidadania e o bem público que considero acima da média. Precisamos, sem dúvida, da crítica, mas não à custa de desmoralizarmos o que já conquistamos.


LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA , 75, professor emérito da Fundação Getulio Vargas, ex-ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado (primeiro governo FHC) e da Ciência e Tecnologia (segundo governo FHC), é autor de “Macroeconomia da Estagnação: Crítica da Ortodoxia Convencional no Brasil pós-1994″. Internet: www.bresserpereira.org.br

FGV: 3,8 milhões de brasileiros deixaram de ser pobres em 2008

A crise financeira internacional não impediu que houvesse uma importante redução da pobreza no Brasil. Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), um total de 3,8 milhões de brasileiros saíram da miséria no ano passado, o que representou uma queda de 12,27% no número de pessoas pobres.

Os dados constam da pesquisa Consumidores, Produtores e a Nova Classe Média, elaborada pelo Centro de Políticas Sociais (CPS) da FGV e que será apresentada nesta segunda-feira (21).

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostrou que, em 2008, os pobres sofreram menos com a desaceleração da economia provocada pela crise. Para os 10% das pessoas ocupadas com rendimentos mais baixos, o crescimento da renda média mensal foi de 4,3% no ano passado, enquanto para os 10% com rendimentos mais elevados houve elevação de 0,3%.

Segundo o levantamento da FGV, 19,3 milhões de brasileiros saíram da miséria desde 2003 com a melhoria do mercado de trabalho, o aumento do salário mínimo e os programas de transferência de renda como o Bolsa Família. Atualmente, o Brasil tem 16,02% da população abaixo da linha de pobreza, num total de 29,3 milhões de miseráveis.
Caso não houvesse a mundança dos últimos seis anos, a FGV calcula que o país estaria com 50 milhões de pobres. Em 1993, a economia brasileira tinha 35,03% da população na situação de miséria. Entre 1995 e 2003, esse indicador girou em torno de 28%.

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