sexta-feira, 1 de abril de 2011

CNI/Ibope: Para 56%, governo Dilma tem avaliação positiva

Avaliação supera a do primeiro mandato de Lula, que obteve, em março de 2003, 51% de aprovação de seu governo

Passados quase 100 dias desde que assumiu a Presidência da República, o governo da petista Dilma Rousseff tem a aprovação de 56% dos brasileiros, que consideram sua gestão ótima ou boa, de acordo com pesquisa encomendada ao Ibope pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O desempenho da presidenta supera o índice computado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março de 2003, no início de seu primeiro mandato. Na época, levantamento CNI/Ibope mostrava o governo Lula com aprovação de 51%. No segundo mandato, em março de 2007, o índice de aprovação do governo era de 49%. O tucano Fernando Henrique Cardoso tinha 41% no início de seu governo, em 1995. Ao abrir seu segundo mandato, em março de 1999, FHC tinha 22%.
Ao medir a avaliação pessoal de Dilma, o Ibope identificou que 73% aprovam a maneira como a presidenta governa. O número a deixa tecnicamente empatada com Lula, que em março de 2003 tinha aprovação pessoal de 75%. Já os que a desaprovam somam 13%.
O gerente de pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, atribui a melhor avaliação do governo de Dilma em relação ao de Lula ao fato de ser uma continuidade do governo anterior. “Após a eleição do Lula, antes da posse, havia um sentimento de incerteza em relação às ações que o Lula tomaria, principalmente na economia. No caso da presidenta Dilma não houve surpresa, foi uma continuidade do governo anterior.”
No que diz respeito ao futuro do novo governo, 68% esperam que Dilma faça uma boa ou ótima administração. Para 64%, o governo de Dilma está igual ao de Lula e 40% defendem que o combate à inflação deve ser prioritário em relação às demais políticas do governo.
A  pesquisa foi feita com base em 2002 depoimentos recolhidos entre 20 e 23 de março de 2011. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa é a primeira realizada pela CNI e pelo Ibope desde o início do governo Dilma. Como apontou a coluna Poder Online, a petista se saiu melhor que no levantamento Datafolha divulgado no mês passado, segundo o qual o governo da presidenta contava com uma aprovação semelhante à do início do governo Lula, em 47%. A primeira pesquisa de popularidade de Dilma foi feita pelo Instituto Análise e mostrava o governo da petista com 50% de avaliação positiva, ao fim dos primeiros 45 dias de governo.
Confiança
Do universo pesquisado, 74% alegam confiar na presidenta contra 16%, que disseram não confiar. Além disso, 10% não sabem ou não responderam. A pesquisa diz ainda que a aprovação de Dilma é maior entre os que ganham até um salário mínimo (79%) e também entre os que ganham acima de 10 salários mínimos (78%).
Por área de atuação, a presidenta foi bem avaliada no combate à fome e à pobreza, combate ao desemprego, meio ambiente e educação. O Ibope aponta que os segmentos que não estão sendo bem conduzidos pela presidenta são segurança pública, saúde e impostos.
Fonseca avalia que houve, de fato, uma transferência de confiança entre governos. “Foram 80 dias para a primeira avaliação. Em geral, esse resultado é baseado na expectativa que a população tinha na época da eleição somado a um governo muito bem avaliado (Lula) e às primeiras ações do governo Dilma. Houve claramente uma transferência (em relação à continuidade do governo).”

Há 47 anos descia sobre o país a noite do golpe

Golpe a 1º de abril recuou para 31 de março e virou "revolução"... Há exatos 47 anos, na data de hoje, descia sobre o país a sombria noite do golpe militar que instaurou a ditadura de 21 anos (1964-1985), a mais longa de nossa história. O golpe, na verdade, consumou-se um dia depois, mas como não fica bem na história um golpe de 1º de abril, mudaram para 31 de março quando as primeiras tropas sob o comando do general Olympio Mourão Filho começaram a descer de Juiz de Fora (MG) para o Rio.

Não foi a única distorção nessa história: estupraram até o dicionário e, envergonhados de assumir o que de fato faziam, desde a 1ª hora passaram a chamar a quartelada de "revolução". Mas, sobre 1964, nem vale a pena falar, muito menos sobre seu mais ostensivo e assumido seguidor no Congresso Nacional, deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ).

Mas, ele, por coincidência, exatamente nesse 31 de março começa a ser processado pela Corregedoria da Câmara por suas seguidas demonstrações de preconceito, racismo e discriminação contra negros, mulheres, homossexuais, minorias...

Remanescente-símbolo de 64 começa a ser processado


Este seu mais recente surto de intolerância é uma demonstração clara de que ele representa o que há de pior na herança de 64, não honra as Forças Armadas e nem o Congresso Nacional. Muito menos, ainda, seu partido o PP, do qual todos esperam uma atitude à altura contra o desrespeito à Constituição, verdadeiro crime cometido reincidentemente pelo deputado Bolsonaro.

Ainda que não valha a pena falar sobre 64 - data que a partir desse ano não mais é comemorada pelas Forças Armadas - não há como deixar de fazê-lo porque ainda resta a busca da verdade e da justiça para com os assassinados, mortos e desaparecidos vítimas daquele regime.

Escondem-se e acovardam-se diante do que fizeram, mas para remanescentes e defensores da ditadura este é um agravante a mais no julgamento que as futuras gerações farão do golpe e dos governos militares.

Mas, esta, insisto, é uma tarefa que não cabe apenas aos historiadores. Pelo contrário, é um dever e uma imposição ao Poder Judiciário e ao Congresso Nacional, que pode resgatá-lo aprovando o quanto antes a Comissão da Verdade e Justiça.

Charge do Bessinha

31 de março: um dia para não esquecer

Quarenta e sete anos depois do golpe militar, o Brasil vive em pleno regime democrático. Hoje é presidido por uma mulher que foi perseguida, presa e condenada por aqueles que faziam a ditadura. Mas nem tudo está consolidado”


Cezar Britto, Congresso em Foco

Embora os dias tenham rigorosamente as mesmas quantidades de horas, minutos e segundos, sendo fisicamente iguais entre si, todos eles guardam diferenças simbólicas que os tornam especiais. Alguns causam grandes emoções, representando datas queridas e inesquecíveis, como os aniversários de nascimento, namoro, primeiro beijo ou casamento. Outros ingressam definitivamente em nossa mente por marcarem episódios tristes, não raro a morte de algum ente querido ou o rompimento com a pessoa amada.

As datas simbólicas não se contentam apenas com a vinculação aos atos intimistas ou àqueles típicos do quintal individualista. Elas também interagem de tal forma com o sentimento coletivo de um povo, que é até difícil imaginar a história do mundo sem que elas existissem. Nesse rol estariam, dentre outras, as datas comemorativas das lutas pela independência de uma nação, o massacre violento de pessoas, uma revolução que se instala ou até o martírio de um povo.

Nesse contexto, não poderiam passar despercebidas datas patrióticas como o 7 setembro dos brasileiros, o 4 de julho dos estadunidenses e o 14 de julho dos revolucionários franceses. Também ilustram o time o 1º de maio dos trabalhadores, o 8 de março das mulheres e, como não poderia deixar de ser, o famoso 25 de dezembro dos cristãos. Aliás, a própria Igreja Católica sempre presenteou os fiéis com datas dedicadas aos santos defensores de seus ideais, várias delas estrategicamente transformadas em feriados oficiais.

O quadragésimo sétimo aniversário do golpe militar de 31 de março faz o brasileiro lembrar uma dessas datas emblemáticas na história de um povo. Ainda mais quando simboliza um pensamento que perdurou por longos e tenebrosos anos. Foram dias em que a força bruta governava e paralisava toda uma nação, fazendo adormecer os sonhos de uma geração que ansiava reformar a velha e conservadora sociedade brasileira. Era o tempo em que imperava o medo. O medo de exprimir o mais simples dos pensamentos. O medo de ser denunciado por apenas ler um livro ou gostar de determinada música. O medo até de dizer que se tinha medo.”
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Jarbas Passarinho: "Nunca pude suportar Jair Bolsonaro"


Claudio Leal, Terra Magazine

"O repórter pronunciou o nome "Jair Bolsonaro" e, do outro lado da linha, o ex-ministro Jarbas Passarinho abusou do fôlego de 91 anos para bendizer o deputado federal: "Ah, esse homem eu nunca pude suportar!".

Desafeto de Passarinho, Bolsonaro protagoniza uma polêmica comportamental e política desde que declarou seu desapreço por um hipotético namoro de seu filho com uma negra, em entrevista ao programa humorístico "CQC".

Provocado por uma pergunta da cantora Preta Gil, filha do compositor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, o capitão reformado do Exército deu uma pedrada: "Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco, e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o teu". Bolsonaro responderá a um processo por racismo, movido por 20 deputados.

Grudou-se ao congressista de extrema direita o mito de que representa a alma das Forças Armadas. Passarinho pega a contramão e desconstroi o discurso de Bolsonaro. "Ele irrita muito os militares", garante. Para definir seu interlocutor ideal, recorre, ora vejam só, à escritora francesa Simone de Beauvoir.

- Já tive com ele (Bolsonaro) aborrecimentos sérios. Ele é um radical e eu não suporto radicais, inclusive os radicais da direita. Eu não suportava os radicais da esquerda e não suporto os da direita. Pior ainda os da direita, porque só me lembram o livrinho da Simone de Beauvoir sobre "O pensamento de direita, hoje": "O pensamento da direita é um só: o medo". O medo de perder privilégios.

Ex-ministro do Trabalho, da Educação e da Previdência no regime militar, além de ocupar o ministério da Justiça no governo democrático de Fernando Collor, Jarbas Passarinho presidiu o Congresso Nacional e personalizou uma parcela dos militares moderados. No governo Costa e Silva (1967-1969), ele participou da reunião do AI-5, marco da restrição às liberdades individuais no País, em dezembro de 1968. Adiante, no governo Médici (1969-1974), foi o primeiro ministro militar - na realidade, um híbrido, com carreira civil - a admitir, publicamente, a existência de tortura, em entrevista ao repórter Reali Júnior.”
Foto: "Um híbrido fértil" (Jarbas Passarinho) / Reprodução
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Agência da ONU pede apuração de denúncias contra Bolsonaro

Entidade postou no Twitter mensagem comentando polêmica com frases de deputado


Do R7 / AE

As declarações do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que nos últimos dias esteve no centro de uma polêmica por comentários ofensivos contra homossexuais e negros, repercutiram de tal forma que geraram a reação de um braço da ONU (Organização das Nações Unidas).

Em sua conta no Twitter, o escritório brasileiro da Unesco, a agência das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, pediu a apuração de denúncias envolvendo as afirmações de Bolsonaro.

- Unesco no Brasil defende apuração de denúncia de homofobia e racismo por parte de parlamentar.

A informação foi parar também no site da ONU no Brasil.

A polêmica com Bolsonaro teve início na última segunda-feira (28), quando foi ao ar o programa CQC, da TV Bandeirantes. Em um dos quadros da atração, Bolsonaro foi questionado pela cantora Preta Gil sobre o que faria se seu filho se apaixonasse por uma mulher negra. O deputado, então, respondeu com um comentário ofensivo.”
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* Conselho de Ética da Câmara rejeita pedido de Bolsonaro para explicar declarações consideradas racistas

Iolando Lourenço - Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PDT-BA), negou hoje (31) pedido do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) para prestar esclarecimentos ao colegiado sobre comentários considerados racistas que ele fez em um programa de televisão, exibido no último dia 28.
Diante da repercussão e das criticas às suas declarações, Bolsonaro encaminhou requerimento ao conselho para ter a oportunidade de esclarecer dúvidas. Segundo o deputado, as dúvidas foram provocadas porque ele não teria entendido uma pergunta que lhe foi feita durante o programa.
O presidente do conselho afirmou que negou o pedido de Bolsonaro porque o colegiado só pode ser acionado por intermédio de representação feita pela Mesa Diretora da Câmara ou por algum partido contra um deputado. “O Conselho de Ética não pode ser acionado por um parlamentar.”
Araújo disse que telefonou para Bolsonaro e lhe informou que despachou o requerimento para a Mesa Diretora da Câmara dê seu parecer.
Ao todo já foram protocoladas na Mesa da Câmara, nos últimos dias, seis representações contra o Bolsonaro por causa de declarações feitas pelo ele. Essas manifestações, segundo os audores das representações, têm conteúdo racista e homofóbico.
Caberá ao presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS), decidir se encaminhará ou não as representações à Corregedoria da Câmara para que ela investigue o fato e dê parecer sobre as representações.
Se a Corregedoria da Câmara for acionada para investigar as denúncias, Bolsonaro terá direito de defesa. Só depois disso o parecer será encaminhado à Mesa da Câmara, que decidirá, então, se encaminha ou não a representação ao Conselho de Ética para abertura de processo contra o parlamentar.

Edição: João Carlos Rodrigues


Luciano Martins Costa, Observatório da Imprensa

“Não poderia haver manifestação mais representativa para marcar os 47 anos do golpe de 31 de março de 1964 do que a mais recente performance pública do deputado-capitão Jair Bolsonaro (PP-RJ). Ao dar ampla publicidade aos destemperos preconceituosos do parlamentar, a imprensa ajuda os mais jovens, que não viveram o período da ditadura, a entender a mentalidade que os militares tentaram impor à sociedade brasileira durante os vinte anos do regime.

Jair Bolsonaro é um representante típico daquele período, embora, para seu desgosto, não tivesse idade para assumir postos de poder. Nascido em Campinas, em 1955, ele era criança quando ocorreu o golpe, mas teve sua formação militar durante o regime autoritário. Suas referências são, portanto, de ouvir falar e das ordens do dia que recebia no quartel.

Liberdade desprezada

Ele parece não ter aprendido mais nada de1984 para cá, quando o Brasil iniciou seu processo de redemocratização. A oportunidade para mais uma de suas manifestações obscurantistas foi criada pelo programa CQC, transmitido na segunda-feira (28/3) pela Rede Bandeirantes.

Respondendo perguntas gravadas pela cantora Preta Gil, ele deu vazão a seus preconceitos contra homossexuais e negros.

Posteriormente, ameaçado de processo por quebra de decoro, acovardou-se e tentou se justificar, dizendo que se confundiu com uma pergunta, embora ainda mantendo o tom agressivo que o caracteriza.

Ele escolheu um momento emblemático para tentar se explicar: o velório de outra personalidade pública, o ex-vice-presidente José Alencar Gomes da Silva. "Estou me lixando para gays", esbravejou o parlamentar.

No noticiário de quinta-feira (31/3), não há como escapar à comparação entre sua personalidade e a de Alencar, que recebe justificadas homenagens através da imprensa.

O episódio envolvendo Bolsonaro é um desses casos em que a liberdade de imprensa ajuda a entender o que são as demais liberdades. Ao exercer a liberdade de expressão que, como defensor das ditaduras, sempre desprezou, o deputado inspira um debate interessante sobre os limites da tolerância democrática.”
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BLOG DO SARAIVA

O ESQUIZOFRÊNICO

Bolsonaro não é só um abestalhado mau caráter. É principalmente um esquizofrênico, sofre de um transtorno psíquico severo que se caracteriza pelos seguintes sintomas: alterações do pensamento, alucinações visuais, delírios e alterações no contato com a realidade, pobreza de pensamento. Há vários tipos de esquizofrenia, e a que está acometendo esse deputado é a esquizofrenia desorganizada, em que predominam os sintomas afetivos e as alterações do pensamento. As ideias delirantes, embora presentes, não são organizadas. Alguns doentes podem apresentar grande irritabilidade associada a comportamentos agressivos, e é o caso do Bolsonaro. Ele deveria estar internado em hospital psiquiátrico, recebendo o tratamento adequado, pois é uma pessoa que oferece risco para a sociedade devido ao comportamento agressivo. Os antipsicóticos são eficazes no alívio dos sintomas da esquizofrenia em 70% dos casos, e os mais usuais nestes casos são o haloperidol e a clorpromazina, mas a risperidona e a olanzapina também podem ser usadas como primeira escolha em pacientes psicóticos. Não tenho dúvidas de que ele é um doente mental, um esquizofrênico psicótico: persegue grupos de pessoas, é violento, ataca sem motivo. Bolsonaro jamais deveria estar no Congresso Nacional representando o povo, ele é uma ameaça à sociedade.
Jussara Seixas
 
Blog do Saraiva