A decisão de começar a agenda internacional pela Argentina, no próximo dia 31, indica que a América do Sul será prioridade para a presidente Dilma Rousseff. A ideia é das viagens reunir em uma só agenda temas de políticas econômicas e socias. Por todos os países que visitará, Dilma deve defender que a área social é fundamental para o desenvolvimento equilibrado da região.
Uma das propostas é apresentar os resultados positivos dos programas de transferência de renda no Brasil. O exemplo deverá ser o Bolsa Família, que atende cerca de 60 milhões de pessoas, repassando R$ 90 mensais. O destaque da experiência brasileira, segundo especialistas, está na parceria entre órgãos públicos e privados.Até março, a presidente visitará ainda o Uruguai, o Paraguai e o Peru. Só depois ela viajará para outros países, como os Estados Unidos, a China e a Bulgária.
Visita à Argentina
Para a Argentina, a presidente seguirá com uma comitiva de ministros e assessores que atuam nas áreas econômica, de ciência e tecnologia, defesa e social. No total, brasileiros e argentinos estão envolvidos em 22 projetos distintos – nos setores nuclear, espacial, de material de defesa e coordenação macroeconômica, além de construção de obras.
Apenas o comércio entre o Brasil e a Argentina, em 2010, registrou US$ 32,9 bilhões – favoráveis ao Brasil. Os materiais industrializados são a base comercial. De acordo com assessores, o nível de integração nesse setor entre os dois países é absoluto.
Na visita a Buenos Aires, Dilma e os ministros brasileiros negociarão ainda a ampliação das parcerias nas áreas de energia elétrica e nuclear, além de tecnologia digital e investimentos no setor de mineração. Um dos projetos se refere à construção do complexo hidrelétrico de Garabi, na região argentina de Corrientes, e o estado do Rio Grande do Sul. O objetivo é começar as obras em 2012 para que no futuro a hidrelétrica seja capaz de gerar aproximadamente 2.900 megawatts.
Paraguai
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, viaja nesta segunda-feira (17) para o Paraguai e amanhã (18) para o Uruguai. Ele irá discutir a visita de Dilma aos países e debater assuntos de interesse comum. Patriota deverá se reunir com os presidentes paraguaio, Fernando Lugo, e uruguaio, José Pepe Mujica.
Em Assunção, Patriota tem reuniões com Lugo e com os ministros das Relações Exteriores do Paraguai, e das áreas econômica e social. Desde julho de 2010, há um processo de regularização de documentos dos cerca de 90 mil brasiguaios — pequenos agricultores que vivem na área fronteiriça.
De acordo com autoridades dos dois países, muitos dos chamados brasiguaios estavam sem documentação. No ano passado, cerca de 8 mil tiveram a situação regularizada. Esses agricultores reclamam também de preconceito e do tratamento diferenciado por parte das autoridades paraguaias.
Outro tema que está na agenda de discussão é a revisão do Tratado de Itaipu. O acordo aguarda votação no Congresso brasileiro. Pelo texto, haverá um reajuste de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões sobre a taxa anual de cessão paga ao Paraguai pela energia não usada da Usina de Itaipu.
Atualmente, o Brasil paga US$ 43,8 pelo megawatt/hora de Itaipu somados a US$ 3,17 pela cessão da energia que o Paraguai não utiliza. O valor da taxa de cessão será de US$ 9,51 tão logo o acordo seja aprovado pelos dois parlamentos. O comércio entre o Brasil e o Paraguai atingiu US$ 3,16 bilhões em 2010, o que representa aumento de 39% em relação a 2009.
Uruguai
De Assunção, Patriota segue nesta terça para Montevidéu. O chanceler tem reuniões marcadas com Mujica e o ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro. Assim como no Paraguai e na Argentina, ele se reunirá com ministros de várias áreas. O objetivo é avançar nas discussões nas áreas de infraestrutura, integração produtiva e ciência e tecnologia.
O Brasil é o principal parceiro comercial do Uruguai. Em 2010, o intercâmbio chegou a US$ 3,1 bilhões, o que representou aumento de 19,4% em relação a 2009. Em decorrência do crescimento de quase 27% na exportação de produtos uruguaios ao Brasil, o intercâmbio comercial ficou mais equilibrado, com um pequeno superávit de US$ 43 milhões em favor do Uruguai.
Com informações da Agência Brasil
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