"Setor, que seria alternativa à dependência das rodovias no Brasil, patina nas mãos de um monopólio"
Acidentes em trens de cargas, descarrilamentos e até denúncias de  trabalho escravo viraram rotina na vida das concessionárias que se  apropriaram dos ramais ferroviários brasileiros desde a década de 1990.  Naquela época, sob gestão do BNDES, houve a quebra do monopólio público.  Desde então, as promessas de ampliação e modernização da malha  ferroviária não se concretizaram. As principais empresas controladoras  hoje são a Vale e a América Latina Logística (ALL). Como demonstra o  especialista Paulo Sidnei Ferraz, a população é refém de um modelo de  transportes dependente do modal rodoviário, que responde ao interesse  econômico do frete rodoviário e mantém a lucratividade nas mãos de dois  grupos privados nas ferrovias. Uma alteração desse quadro passaria pela  retomada do monopólio público. Em entrevista ao Brasil de Fato, Ferraz,  diretor do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), analisa que a  matriz de transporte ferroviário e a navegação de cabotagem, no lugar  do rodoviário, seriam saídas para o tema ambiental e para a diminuição  da queima de combustível.
Brasil de Fato – Quais empresas detêm o monopólio das ferrovias no Brasil e que prejuízo causam para a população?
Paulo Sidnei Ferraz – Transcorridos  14 anos da desestatização das ferrovias no Brasil, temos a desativação  de vários ramais, ou seja, 40% da malha arrendada aos concessionários,  que isolou tradicionais cooperativas, assim como prejudicou médios e  pequenos produtores. Outro problema sério é a falta de modernização e  aumento real da frota de locomotivas, que impede a ampliação da oferta  de transporte ferroviário, sendo apenas atendidos os clientes de maiores  volumes. Então temos hoje um monopólio privado do transporte  ferroviário no país, concentrado nas mãos da América Latina Logística  (ALL) e da Vale, sendo parceiros de outros monopólios ou cartéis de  controladores de grãos, minérios, cimento etc.
Leia entrevista completa ::aqui:: 
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