terça-feira, 15 de março de 2011

Financiamento imobiliário, profissionalização e Copa do Mundo 2014

A coluna Conversa com a Presidenta desta semana traz perguntas de leitores sobre financiamento habitacional, educação profissionalizante para adultos e a infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014. A primeira foi feita por Elaine de Oliveira, corretora de imóveis de Bauru (SP): “Depois do programa Minha Casa Minha Vida, os financiamentos de imóveis usados estão demorando demais junto à Caixa. Alguns proprietários desistem da negociação. O que a senhora pode fazer para melhorar essa situação, ajudando assim, nós, corretores de imóveis?”
A presidenta Dilma Rousseff, em resposta, afirmou que graças à prioridade que o governo federal deu à habitação, o financiamento de imóveis cresceu 16 vezes nos últimos oito anos – em 2002, a Caixa Econômica concedeu R$ 4,8 bilhões de financiamento em crédito imobiliário e, em 2010, chegou a R$ 77,8 bilhões, com a assinatura de 1,2 milhão de contratos.
“Esses financiamentos beneficiam milhares de famílias, que realizam o sonho da casa própria, e multiplicam os negócios do setor, incluindo a corretagem. Mas, ao mesmo tempo, causa um certo descompasso entre o volume da procura e a estrutura de atendimento disponível. Várias medidas estão em curso, inclusive a modernização de sistemas tecnológicos. Acreditamos que em breve será possível dotar todas as agências da Caixa Econômica de condições de pronto atendimento.”
Silvano Silva de Lima, desempregado de Arcoverde (PE), informou à presidenta que Pernambuco recebeu obras federais, mas que mesmo assim não conseguiu uma vaga de emprego, apesar de estar inscrito na Agência do Trabalho. “No seu governo serão criados cursos de profissionalização para capacitar as pessoas”, questionou. A presidenta afirmou que desde o governo passado, “estamos gerando um volume recorde de novos empregos e oferecendo capacitação para os trabalhadores”, resultando em um dos menores índices de desemprego da história. Segundo ela, a meta para este ano, em Pernambuco, é capacitar 6.180 trabalhadores, para atuarem na construção e obras das refinarias e dos estaleiros, além de cursos para diversas funções nas indústrias de açúcar e de álcool.
“E aí em Pernambuco, em breve você terá novas oportunidades de emprego. O Ministério do Trabalho e Emprego vai oferecer gratuitamente cursos de qualificação para os trabalhadores do estado, dentro do Plano Setorial de Qualificação (Planseq)… Pernambuco contava, até 2002, com 8 escolas técnicas e, no governo passado, nós criamos mais 7 unidades. No total, elas ofertarão neste ano 18.175 vagas.”
Neire Lapa Claro, dona de casa de Santos (SP), quis mais detalhes do andamento das obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 e manifestou receio de “expormos ao mundo o nosso despreparo”. No entanto, a presidenta Dilma garantiu não ter a menor dúvida de que o Brasil terá sucesso nessa empreitada, “mesmo não sendo uma tarefa fácil preparar um evento dessa magnitude”.
“O Mundial vai contribuir para o nosso projeto de desenvolvimento, gerando empregos e aumentando a renda do trabalhador. Estimamos que serão criados 330 mil novos empregos diretos e 400 mil temporários. O evento tornará o Brasil uma vitrine internacional – esperamos receber cerca de 600 mil turistas. No setor de infraestrutura, os investimentos chegarão a R$ 33 bilhões, com 68% de participação do governo federal. Quanto às preocupações, lembro que durante a Copa das Confederações, realizada na África do Sul apenas um ano antes da Copa do Mundo, dizia-se que o país não conseguiria realizar as obras necessárias a tempo. No entanto, o Mundial foi considerado um sucesso.”

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