terça-feira, 15 de março de 2011

Gaddafi reage e “surpreende” (?) a mídia ocidental

Rodrigo Vianna, O Escrevinhador

“Depois que as revoltas populares no Egito e na Tunísia conseguiram derrubar ditadores instalados no poder há décadas, parecia inevitável que o mesmo ocorresse na Líbia. Gaddafi está há 4 décadas no poder. Nos anos 70 e 80, era apontado como “terrorista”, e teve palácios bombardeados pelos EUA. Nos últimos anos, tinha virado “aliado” do Ocidente (claro, abriu o país para exploração do petróleo por empresas estrangeiras).

Mesmo assim, Europa e EUA enxergaram na revolta popular contra Gaddafi uma chance de tirar do poder um ditador instável e pouco confiável (para os interesses ocidentais). A imprensa ocidental passou a operar em uníssono: a queda de Gaddafi seria uma questão de tempo. O líder líbio ajudou a compor esse quadro de queda iminente, com declarações enlouquecidas – como a de afirmar que seus opositores tinham ingerido “pílulas alucinógenas” enviadas pelo Ocidente.

Quando a Telesur e a Al-Jazeera afirmaram que o quadro na Líbia era diferente de Egito e de Tunísia, porque Gaddafi tinha apoio popular, foram tratadas como emissoras “excêntricas”, pontos fora da curva.”
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