No manifesto as entidades conclamam as forças populares de todos os continentes para que desenvolvam ações de mobilização, coordenadas a nível mundial, para se contrapor ao retrocesso representado pela globalização neoliberal. Alertando que a "crise sistêmica" implicou no "aumento das migrações e deslocamentos forçados, da exploração, do endividamento e das desigualdades sociais", os participantes apontaram para a construção de uma estratégia comum de luta "contra as transnacionais, pela justiça climática e a soberania alimentar, pela paz, contra a guerra e o colonialismo, as ocupações e a militarização de nossos territórios e para banir do planeta a violência contra a mulher".
O manifesto, na avaliação do deputado Arlindo Clinaglia (PT-SP), faz jus ao lema do próprio fórum, que defende uma nova sociedade, com novos valores. "Essa manifestação traduz a sadia indignação dos movimentos sociais frente às tragédias humanas. Ao identificar no sistema financeiro, um dos causadores dos problemas da humanidade, faz-se uma crítica ao próprio sistema capitalista. Este é um desafio próprio da humanidade, que é fazer com que haja, além do desenvolvimento econômico, desenvolvimento social", afirmou.
Egito - No documento, os movimentos sociais também reafirmam o apoio e a solidariedade aos povos da Tunísia, Egito e do mundo árabe. As manifestações populares contra a ditadura naqueles países, diz o documento, "estão iluminando o caminho para outro mundo, livre da opressão e exploração".
Rosane Bertotti, Secretária Nacional de Comunicação da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e representante da Coordenação dos Movimentos Sociais do Brasil (CMS) , defendeu a realização de ações unitárias em defesa da soberania dos países e povos como um elemento chave para a afirmação de projetos de desenvolvimento inclusivos, que fortaleçam políticas públicas e investimentos sociais para melhorar as condições de vida e trabalho da população. A dirigente cutista defendeu o calendário de lutas aprovado pela assembleia, que convocou para o dia 20 de março um grande manifesto mundial em solidariedade ao povo árabe e africano.
A assembleia rendeu homenagem a grandes nomes da luta de libertação africana, entre eles Frantz Fanon, escritor e ensaísta da Martinica, que denunciou em sua obra as atrocidades das tropas francesas de ocupação na Argélia, inspirando os movimentos anti-coloniais; e Patrice Lumumba, primeiro-ministro da República Democrática do Congo e líder nacionalista, que após ser preso e torturado teve seu corpo dissolvido com ácido sulfúrico. O assassino e agente colonial, Mobutu, foi um servil aliado do governo de Washington na região.
Edmilson Freitas com Agência CUT
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