segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A Batalha da Praça Tahrir - por Alan Woods

‘O céu se encheu de pedras. A luta ao meu redor era tão terrível que podíamos sentir o cheiro do sangue’.
Com as palavras acima, Robert Fisk descreve os dramáticos acontecimentos na Praça Tahrir, onde as forças da Revolução bateram de frente com as da contrarrevolução. Durante todo o dia e por toda a noite, uma feroz batalha assolou a Praça e as ruas ao redor.

Esse pogrom foi apresentado à opinião pública como uma resposta espontânea de cidadãos comuns, que já estariam fartos dos distúrbios. A mídia se encarregou de descrevê-lo como um conflito entre dois movimentos políticos rivais. Em ambos os lados dezenas de milhares de jovens lutavam, e ambos os lados cantavam o hino nacional e agitavam bandeiras egípcias. Isso foi descrito como “caos” e uma “batalha de egípcios contra egípcios”.

Mas há uma diferença fundamental. Em um dos lados estão os representantes dos trabalhadores e da juventude, dos democratas e da intelectualidade progressista, isto é, de todas as forças vivas do Egito. Do outro lado das barricadas estão os representantes de um regime reacionário e corrupto, da oligarquia e da burocracia, os gângsteres e os torturadores. Um dos lados luta pelo futuro, pela esperança e pela liberdade. O outro lado luta para preservar um passado vergonhoso e bárbaro.


A “classe perigosa”

Não houve nada de espontâneo nesse confronto malévolo e sangrento. Foi uma ação bem organizada e planejada, um último esforço desesperado para manter a ditadura de Mubarak. Imensos pôsteres de Mubarak foram distribuídos por membros do Partido Nacional Democrático (PND) e segurados por homens armados de porretes e bastões policiais. O uso indiscriminado de gás lacrimogêneo por estes últimos foi mais uma prova (se é que é preciso alguma) de que esses “manifestantes” pró-governo eram, na verdade, policiais à paisana.

A impressionante análise de Alan Wood, dos sangrentos acontecimentos no Egito emana passa. Você pode ler completa :::aqui::: 
Esquerda Marxista

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