sexta-feira, 18 de março de 2011

O não definitivo à "fritura" de Mantega

Presidenta rechaça "queima" do ministro e teses saudosistas...
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Guido Mantega
Um dos pontos mais positivos da entrevista da presidenta Dilma Rousseff ao Valor foi a sua reafirmação de apoio ao ministro da Fazenda, Guido Mantega. O ministro tem sido vítima, nas duas últimas semanas, de uma campanha organizada por setores do mercado e da mídia, saudosos dos velhos tempos neoliberais e ávidos pela volta da tese de que o Brasil não pode crescer mais do que 3,5% ao ano e que a taxa de juros de equilíbrio é de 10%.

A presidenta aproveitou sua manifestação pública de apoio a Mantega para revelar, exatamente, o contrário do que pensam e querem estes saudosistas: disse não ser admissível “falar que o Brasil está crescendo além de sua capacidade” e que o crescimento está pressionando a inflação.

Ao mesmo tempo, deixa claro que não permitirá, em hipótese alguma, a volta da inflação ao Brasil. ”Não permitirei que a inflação, sob qualquer circunstância, volte”. Mais claro, impossível...Na mesma área econômica - e ela falou, ainda, de administração e direitos humanos - outro ponto relevante foi a reafirmação de que manterá a política de valorização real do salário mínimo como um dos instrumentos de combate a pobreza e aumento da participação do trabalho na renda nacional.

Pontos-chave da política econômica


Em outras palavras, lembrou que o aumento do mínimo afeta, direta ou indiretamente, toda a cadeia salarial. Assim, junto com a prioridade conferida à política de geração de empregos, mais a de incentivo a ampliação de investimentos (e não apenas do consumo), a presidenta Dilma reafirma que os aumentos reais do mínimo são a base para o crescimento sustentável de nossa economia.

É por isto que, quando se refere ao nosso crescimento com base no mercado interno e na distribuição de renda, ela fez questão de frisar o papel da educação e da inovação como agregador de valor, permitindo o crescimento da produtividade e dos salários em geral.

Saudável, também, que a presidenta Dilma Rousseff, no final desta entrevista, tenha reafirmado nosso papel no mundo e nossa política com relação aos EUA - uma política sem o "complexo de vira latas" do passado, sem medo de defender os direitos humanos no mundo, seja no Irã, seja na base de Guantânamo, a base que os norte-americanos ocupam em Cuba.

Por tudo isso, não há dúvidas, Dilma Rousseff concedeu uma entrevista histórica, à altura de uma presidenta eleita pelo PT.

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