Com o processo de mecanização da colheita da cana-de-açúcar no estado de  São Paulo, cerca de 40 mil trabalhadores no corte da cana ficaram  desempregados desde 2007.
Sem formação escolar, sem outra qualificação profissional, sem  conseguirem outro tipo de emprego, é cada vez maior o número de  ex-cortadores que recorrem a ocupações de terra, em busca de uma  oportunidade de terem seu chão para trabalhar.
A mecanização da colheita da cana é até necessária, pois o trabalho  manual, além de penoso, exige que a folhagem da cana seja queimada,  trazendo prejuízos ambientais e perdas no aproveitamento da palha. Mas o  processo precisa acontecer em conjunto com recolocação profissional ou  assentamento dos desempregados em projetos de reforma agrária, para  evitar graves problemas sociais.
A situação se agravará a cada ano. Cerca de 150 mil cortadores serão  dispensados (hoje são cerca de 166 mil empregos no pico da safra), até  2014. Será o último ano para o fim da queima da palha da cana, em todas  as áreas mecanizáveis do estado, para reduzir emissão de carbono. O  próprio Ministério Público Federal tem pressionado para não haver  queimadas.
Os governos tucanos paulistas tem executado políticas fundiárias  reacionárias e incompatíveis com a realidade social, o que agrava o  problema.
Em vez de investir em assentamentos, José Serra alocou uma parte da  polícia para funcionar como uma espécie de Gestapo (polícia política)  contra sem-terras, que acabam prestando um grande serviço a  latifundiários grileiros (que ocupam terras públicas). O novo/antigo  governador Geraldo Alckmin (PSDB/SP), após assumir, pregou "telerância  zero" com os sem-terra.
Em 2009, durante o governo José Serra, em um episódio onde sem-terras  ocuparam áreas da união, apropriadas pela multinacional Cutrale com  laranjais, o governo tucano tomou partido da multinacional, colocando o  aparato policial para prender os sem-terra e incriminá-los de forma  arbitrária.
Amigos do Presidente Lula
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