O  Salário Mínimo sempre foi instrumento de redução da miséria. Houve   tempo inclusive, que ele era o único instrumento. Mais do que isto,  num  Brasil permanentemente inflacionado e nosso dinheiro não valendo  muito  mais do que papel no que ele era impresso, ele era inclusive  visto como  moeda de cálculo para outros salários. Me lembro ainda de,  eu mesmo e  outros, expressarmos o valor do  contracheque : “eu ganho  2,5 salários  mínimos”, “eu ganho “x” salário mínimos”. O tempo agora é  outro. É o  tempo do PIB alto, das reservas internacionais altas, o que  respalda o  nosso dinheiro, o Real. E agora o Real vale mesmo. Pra fora e  pra  dentro. O poder aquisitivo aumentou. E o Salário mínimo então, foi   aumentado em mais de 80% acima da inflação nos anos do governo Lula. E  o  Salário mínimo, que em um período do Governo FHC não comprava nem  uma  cesta básica inteira, hoje já equivale a mais de 3 cestas básicas.  Valia  menos de 100 dólares e hoje vale 300 dólares. Mas salário é pago  para  quem tem trabalho fixo. E no Brasil ainda tem muita gente que não  tem  nem isto. Por esta razão foi criado o Bolsa Família. O resultado do   bolsa Família todos sabem: 11 milhões de famílias saíram da pobreza   absoluta. Alem disto, a aumento do poder aquisitivo de todos os   salários, e não só do mínimo, propiciaram que mais gente chegasse a   classe média. Em 8 anos foram gerados mais 15 milhões de empregos com   CTPS assinada. Nunca a taxa de desemprego esteve tão baixa. Então, temos   empregos e trabalhadores assalariados. Trabalhadores assalariados tem   representação sindical. Os Sindicatos, que representam os trabalhadores   assalariados, para conquistar melhores salários, negociam anualmente  com  os patrões. O melhor instrumento para conqusitar melhores  sala´rios, se  a negociação não dá certo, é a greve. Greve é algo que o  trabalhador só  faz quando tem uma certa tranqüilidade de não perder o  emprego, ou se  perder, ter outro emprego para trabalhar. Por isto,  durante todo o  governo FHC houveram poucas greves. O desemprego era  grande e ninguém se  arriscaria. Não é o caso agora. Há condições para  que as categorias  profissionais mais organizadas façam reivindicações  em melhores  condições do que naqueles anos do FHC. Por tudo isto,  estranhei muito,  ao ver ontem no congresso nacional, representantes  sindicais aplaudindo  as propostas do DEM e do PSDB para aumento do  salário mínimo. Estes  sindicalistas dos mais variados matizes, que há 3  anos atrás assinaram  um acordo com o governo sobre o Salário Mínimo,  que garantia a inflação e  mais o percentual do PIB de 2 anos antes, e  que o governo cumpriu, e  continuará cumprindo, deixaram de cumprir a  lição de casa. Tenho  acompanhado os índices de aumento salarial obtido  pelas categorias  profissionais no país. A maioria fica pouco acima da  inflação. Nada  perto do aumento real de mais de 80% do salário mínimo. E  justo estes  sindicalistas, que dirigem a mais poderosa máquina dos  trabalhadores, ou  seja, os sindicatos. Houve tempo em que os  sindicatos, dirigidos pelos  mesmos sindicalistas paravam o país em  memoráveis greves gerais. Fizemos  até greve por reivindicações  exclusivamente políticas, como foi a de  1983 contra a Ditadura Militar.  O país está crescendo.Os trabalhadores  estão mais fortes e tem mais  formação escolar e técnica.E se o país esta  crescendo, é justo que os  trabalhadores ganhem mais e conquistem  melhores condições de  trabalho.Há as 40 horas semanais, Há a nescessária  Reforma Política que  precisa mudar a forma de eleição de nossos  representantes, para que  que a maioria do Congresso Nacional não seja  formada empresários ou  estafetas destes, como é hoje, Há a Reforma  Tributária que reduzirá o  custo dos produtos para o povo, Há a tabela do  Imposto de Renda…Há  tantas lutas por travar. Mas todas elas exigem que  os Sindicatos se  aproximem do povo e enxerguem a Classe Trabalhadora  como uma Classe  única e não como pequenas fatias identificadas por  “categorias”  profissionais. Mas para isto é preciso formar dirigentes. E  não há  muitos novos dirigentes, pois os que ví aplaudindo o DEM e o  PSDB, eram  na sua maioria antigos dirigentes que um dia já lideraram  grandes  greves, mas que hoje parecem se resignar a negociar com governos  e  parlamentares. Tempo estranho este, onde os salários e empregos  sobem,  mas a direção está ficando “pobre” de argumentos e de bases que  banquem  as lutas e tenham que se sujeitar a mendigar meia dúzia de reais  a  mais para o Salário Mínimo e façam festa por que para suas próprias   categorias, cujos patrões enriquecem a olhos vistos, conbsigam arrancar   aumentos que muitas vezes só repõe a inflação, ou quando muito,   acrescentam uns 2 ou 3% de aumento real. Não seria o tempo de retomar a   discussão da Reforma Sindical??
 

 
 
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