A  presidente  Dilma Rousseff começará a chamar, depois do Carnaval,  prefeitos e  governadores das 12 cidades e Estados que sediarão o evento  para “uma  conversa chegada”. Dilma também pediu a elaboração de um  balanço  trimestral sobre a evolução dos empreendimentos nas 12 capitais
Luciano Máximo e Cristiane Agostine | De São Paulo
Preocupada   com atrasos nos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, a   presidente Dilma Rousseff começará a chamar, depois do Carnaval,   prefeitos e governadores das 12 cidades e Estados que sediarão o evento   para “uma conversa chegada”, o que representará a passagem para um   estágio de intensificação de medidas no planejamento brasileiro, disse   ao Valor o ministro do Esporte, Orlando Silva. Segundo  ele, Dilma dará  prioridade máxima ao mundial, que ocorrerá em exatos 40  meses, no fim  de seu mandato e às vésperas da eleição presidencial. O  ano de 2011  será crucial, e se os projetos e as obras não deslancharem  nos próximos  meses, o país entrará numa “zona de risco”, prevê o  ministro.De acordo  com Silva, a presidente Dilma também pediu a  elaboração de um balanço  trimestral sobre a evolução dos empreendimentos  nas 12 capitais. A  ideia é que as prefeituras e os governos estaduais  sigam à risca a  matriz de responsabilidades da Copa, documento que sela  compromissos  entre os entes federativos. “Vamos fazer um TAC [termo de  ajuste de  conduta] entre as cidades, os Estados e a União, dizendo quem  faz o quê  e paga o quê e quais são os cronogramas.”  
O ministro diz que a maior preocupação é com as obras de infraestrutura. Ele atribui os atrasos à falta da cultura de planejamento. “As cidades têm um plano conceitual, mas não têm uma estratégia clara. Queríamos deixar um legado de transporte urbano, mas as prefeituras traziam projetos de intervenção viárias, queriam facilitar a circulação dos carros na cidade.”
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A  orientação do governo federal é dar maior transparência aos  processos,  evitar atrasos e afastar problemas de sobrepreço e  irregularidades nos  projetos. “A Dilma quer agora um balanço a cada três  meses. O sujeito  vai ter que se explicar por que [o projeto inicial]  era R$ 300 milhões e  agora é R$ 600 milhões. Vai ter que esclarecer para  a sociedade por  que o projeto não ficou pronto”, ilustra.
O  ministro aproveitou para comentar relatório publicado semana  passada  pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que indicou uma série de   problemas nos projetos da Copa de 2014: descumprimento de prazos,   aportes desnecessários, riscos de aditivos contratuais e sobrepreço.   Para ele, as informações do órgão estão incompletas.
“Temos  colaborado fortemente com o TCU, a última leva de informações   requeridas era de dezembro. Pedimos novo prazo, que vai vencer em 26 de   fevereiro”, ponderou o ministro, que considera natural algumas   alterações de custos e prazos. “Em Cuiabá, a obra do estádio começou e,   durante o estaqueamento, foi descoberto um grande lençol freático. Tem   que ver que empresa fez a sondagem do terreno e aplicar uma multa. A   obra continuará no mesmo lugar, será preciso triplicar o estaqueamento.   Vai custar mais.”
Além  disso, a presidente convocou uma reunião para o dia 2 de março  com 23  ministros para tratar exclusivamente de assuntos relacionados à  Copa do  Mundo. No encontro, serão apresentadas informações colhidas em  campo  por Silva e sua equipe, que têm percorrido as 12 cidades-sede  desde a  semana passada. “Pretendemos dar um balanço dos preparativos e  medidas  para intensificar as ações do Mundial da Fifa no Brasil. Este  ano é  chave, porque é o ano que concentra o início da maior quantidade  de  obras, sobretudo de mobilidade urbana e aeroportos. Se não agirmos   adequadamente entramos numa zona de risco”, afirma Silva.
De  acordo com a previsão de gastos federais, estaduais e municipais e   financiamentos da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de   Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), disponíveis no Portal da   Transparência, dos R$ 23,5 bilhões estimados para a construção de   estádios e obras de mobilidade urbana e reformas em aeroportos, as   autoridades públicas brasileiras contrataram R$ 8,6 bilhões e   conseguiram executar apenas R$ 207,2 milhões - 0,87% do total.
O  baixo índice de execução dos orçamentos públicos não significa   necessariamente que todos os projetos estejam atrasados, pois contratos   já firmados com a iniciativa privada garantem a condução de obras. Nos   cálculos do ministro, as construções dos estádios estão em andamento em   10 das 12 sedes. “Não temos obras em São Paulo, porque foi trocado o   endereço do estádio - era o Morumbi, passou a ser o projeto Corinthians,   em Itaquera. Também não temos obras em Natal, porque a licitação não   teve nenhum concorrente. O novo edital, previsto para março ou abril, já   tem 28 grupos interessados.”
O ministro diz que a maior preocupação é com as obras de infraestrutura. Ele atribui os atrasos à falta da cultura de planejamento. “As cidades têm um plano conceitual, mas não têm uma estratégia clara. Queríamos deixar um legado de transporte urbano, mas as prefeituras traziam projetos de intervenção viárias, queriam facilitar a circulação dos carros na cidade.”
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