Numa contra-ofensiva contra o que costuma chamar de “abril vermelho”, mês de número maior de ações do MST, a imprensa desfecha – particularmente o Estadão nos últimos 2 dias – uma série de ataques ao movimento.
Não chega a ser nenhuma novidade já que ela se pauta assim, sempre, contra a reforma agrária e é um dos braços mais importantes dos conservadores em sua tentativa permanente de criminalizar os movimentos sociais.
O Estadão, ontem, dizia que o MST vive uma crise e vê cair o número de acampados. Eram 400 mil no 1º ano do governo Lula e não chegam a 100 mil agora e que, também o total de acampamentos é oito vezes menor hoje no país – eram 285, em 2003, primeiro ano de gestão do PT e despencaram para 36 em 2009.
Jornal vê problema onde emprego trouxe solução
Hoje um dos principais analistas de economia do Estadão, jornalista Celso Ming, em artigo sobre a queda do número de acampados e acampamentos, critica o governo pregando que “o caldo de pobreza em que o MST sempre buscou seus integrantes se resolve com políticas de renda e emprego, não com distribuição de terra”.
Mas, é exatamente isto que o governo Lula fez e o da presidenta Dilma Rousseff dá continuidade: um dos focos centrais da política econômica dos dois é a geração de emprego e renda. Ming, aparentemente não leu, mas o próprio jornal, pela voz dos dirigentes do MST era obrigado a reconhecer e a publicar ontem que a queda no total de acampamentos e acampados tem como principal causa “o crescimento do número de empregos no país, especialmente na construção civil”.
Celso Ming e o jornal em que trabalha estão completamente equivocados. A política de distribuição de terras improdutivas ou devolutas está na Constituição e é regra em todo mundo. Faz parte de todo e qualquer programa de emprego e renda desenvolvido por todo governo, minimamente, sensível a questão social.
Outra questão – essa sim, eu acho que deveria estar sendo discutida – é como, quando, a forma e onde fazer reforma agrária ou distribuir terras, num país como o Brasil onde a agricultura familiar é fundamental para o abastecimento e para a produção mesmo de cereais.
Num país como o nosso não dar atenção à pequena propriedade familiar e não fazer distribuição de terras é cegueira política ou puro preconceito ideológico – vejam a nota abaixo Jornal evita citar número de empregos criados.
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