terça-feira, 1 de março de 2011

De mãe para filha: mulheres se organizam em associações para melhorar renda familiar

Dona Railda Alves (de vermelho) incentivou os filhos a participar da agricultura familiar. Ela, as filhas e as noras são integrantes da Associação de Mulheres Quilombolas da Comunidade Lagoa de Gaudêncio. Foto: Rafael Alencar/PR
 Setenta trabalhadoras rurais de municípios da Bahia estão prontas para expor seus produtos à presidenta Dilma Rousseff, que participará da “Mostra dos Grupos Produtivos de Mulheres Rurais” nesta terça-feira (1/3), em Irecê (BA). A exposição faz parte do início das comemorações do mês da mulher, que será celebrado pelo governo federal com diversos eventos e ações sociais.
Dona Railda Alves, da comunidade quilombola Lagoa de Gaudêncio, em Lapão (BA), é uma das expositoras. Mãe de sete filhos, ela dedicou grande parte da vida à lavoura de feijão e milho de outros produtores, ganhando como diarista, ou seja, sem carteira de trabalho assinada e com rendimento atrelado à produção diária.
“Quando tinha lavoura a gente ganhava um pouquinho e quando não tinha, a gente ficava sem nada”, conta do tempo que não tem saudade.
 Dona Railda prepara o vidro com os temperos que serão expostos na Mostra dos Grupos Produtivos de Mulheres Rurais. Foto: Rafael Alencar/PR

Foi por meio da agricultura familiar que dona Railda passou de empregada à produtora rural autônoma. “Após mais de 30 anos criando os filhos sem a certeza de que a renda viria”, ela e outras mulheres da região fundaram a Associação de Mulheres Quilombolas da Comunidade Lagoa de Gaudêncio. A associação é responsável por comercializar toda a produção de temperos e derivados de cenoura que é produzida pelas mulheres de forma caseira. Aos poucos, a culinária das mulheres de Lagoa de Gaudêncio vem conquistando a região: lá é possível experimentar a cocada e a rapadura de cenoura, os bolos e o famoso tempero de dona Railda, que terá destaque no estande de Lapão durante a mostra de Irecê. 

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