“São Paulo comemorou 457 anos de fundação na terça-feira (25/1). Se é que se pode celebrar alguma coisa na cidade impossível, transformada num monstro urbano por décadas de incúria e falta de planejamento.
Sim, é feita de décadas e não de séculos a história da decadência da chamada cidade global, aquela onde deveriam caber todas as nacionalidades. A decrepitude começou exatamente na década que sucedeu o primeiro grande plano de obras viárias, e tem no trambolho arquitetônico chamado "Minhocão" o símbolo das escolhas equivocadas que deixaram o ser humano em segundo plano.
Como todos os janeiros, a cidade completa mais um aniversário sob o domínio do medo das chuvas. Do núcleo original onde foram erguidas a capela e a escola para evangelização de indígenas, ela se estendeu por todo o planalto, avançando pelas várzeas dos rios, ultrapassando o desfiladeiro do Carombé e corroendo o pé da Serra da Cantareira.
Deixou brotar, por toda a parte, núcleos habitacionais inabitáveis, espalhou amontoados de barracos e, mesmo onde a vida se fez privilegiada, deixou que se entupissem suas galerias, impermeabilizou-se e transformou suas artérias em canais de água poluída sempre que vem o tempo das nuvens escuras. Então, todos, pobres e ricos, são imobilizados.”
Artigo Completo, ::Aqui::
Sim, é feita de décadas e não de séculos a história da decadência da chamada cidade global, aquela onde deveriam caber todas as nacionalidades. A decrepitude começou exatamente na década que sucedeu o primeiro grande plano de obras viárias, e tem no trambolho arquitetônico chamado "Minhocão" o símbolo das escolhas equivocadas que deixaram o ser humano em segundo plano.
Como todos os janeiros, a cidade completa mais um aniversário sob o domínio do medo das chuvas. Do núcleo original onde foram erguidas a capela e a escola para evangelização de indígenas, ela se estendeu por todo o planalto, avançando pelas várzeas dos rios, ultrapassando o desfiladeiro do Carombé e corroendo o pé da Serra da Cantareira.
Deixou brotar, por toda a parte, núcleos habitacionais inabitáveis, espalhou amontoados de barracos e, mesmo onde a vida se fez privilegiada, deixou que se entupissem suas galerias, impermeabilizou-se e transformou suas artérias em canais de água poluída sempre que vem o tempo das nuvens escuras. Então, todos, pobres e ricos, são imobilizados.”
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Luciano Martins Costa, Observatório da Imprensa
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