NIZAN GUANAES
O censo é o olhar para trás que orienta o olhar para a frente; diz como chegamos aqui e aponta para onde ir
NUM PAÍS em transformação acelerada como o Brasil desta década, as primeiras informações do Censo 2010 iluminam o nosso caminho.
É uma mina de dados de um país em transformação, o maior e mais detalhado inventário de nossa maior riqueza: os brasileiros.
É uma mina de dados de um país em transformação, o maior e mais detalhado inventário de nossa maior riqueza: os brasileiros.
O censo é o olhar para trás que orienta o olhar para a frente.
O IBGE mostra como chegamos aqui e aponta para onde devemos ir.
O que tem nos domicílios do país e o que não tem. Para onde as pessoas estão indo e o que elas vão precisar nesse novo lugar.
O IBGE mostra como chegamos aqui e aponta para onde devemos ir.
O que tem nos domicílios do país e o que não tem. Para onde as pessoas estão indo e o que elas vão precisar nesse novo lugar.
Mergulhem, garimpem, transformem esses dados em planos de expansão, investimento, inovação. Há um novo Brasil nascendo, e agora o conhecemos melhor.
A amostragem do IBGE é insuperável. Os recenseadores visitaram 67,5 milhões de domicílios em 5.565 municípios e revelaram uma série de avanços: o país está menos branco, mais feminino, mais alfabetizado e mais maduro, entre outros avanços deste século promissor.
A população cresce mais no Norte, no Centro-Oeste e no Nordeste do que no Sudeste e no Sul. A explosão de oportunidades fora dos centros tradicionais de riqueza está movimentando milhões de pessoas para novas fronteiras do desenvolvimento e invertendo fluxos migratórios.
A amostragem do IBGE é insuperável. Os recenseadores visitaram 67,5 milhões de domicílios em 5.565 municípios e revelaram uma série de avanços: o país está menos branco, mais feminino, mais alfabetizado e mais maduro, entre outros avanços deste século promissor.
A população cresce mais no Norte, no Centro-Oeste e no Nordeste do que no Sudeste e no Sul. A explosão de oportunidades fora dos centros tradicionais de riqueza está movimentando milhões de pessoas para novas fronteiras do desenvolvimento e invertendo fluxos migratórios.
A beleza deste momento econômico é que, trabalhando bem, poderemos unir as benesses da globalização (acesso a capital e mercados e exposição à concorrência) com as benesses da nacionalização, porque temos um país novo para explorar.
A expansão do mercado interno não é só uma expansão da renda e do consumo, ela é uma expansão geográfica da renda e do consumo.
A expansão do mercado interno não é só uma expansão da renda e do consumo, ela é uma expansão geográfica da renda e do consumo.
Siga o dinheiro, Brasil adentro. Amo meu país, e amo vê-lo assim.
É obvio que o copo está metade cheio e metade vazio. Sou empresário. Trabalho com o que existe para realizar o que falta.
No Brasil em que nasci o Nordeste era uma região de calamidade e seca. Hoje é a China brasileira. Se você duvida, vá lá ver. Em junho, em São Paulo, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) realizará uma conferência da maior importância sobre a base da pirâmide. É dessa base que vem o novo crescimento da economia do nosso país.
A cesta básica não é mais só básica. Dona Maria quer beijar de batom, ficar cheirosa e comer chocolate. Produtos populares não podem mais ser simplesmente pobres e baratos. Eles têm de ser bons, bonitos e acessíveis. Como as roupas da C&A e da Zara. Falta uma construtora popular que pense em design e em arquitetura como a Tok&Stok. Falta uma cadeia de hotéis que seja jovem, moderna e barata como a Gap.
O consumidor mudou, o Brasil mudou e as empresas têm de mudar. E a melhor pesquisa que existe é pegar um avião e viajar pelo Brasil.
Você vai descobrir que mercados antes desprezados se tornaram obrigatórios. Não dá mais para não olhar para o Nordeste, para o Centro-Oeste e para o Norte. Há uma chance histórica de se ganhar escala. De reforçar marcas, de criar marcas, de estabelecer parcerias.
Mas crescer/vender no Nordeste pode ser muito diferente do que no Sudeste. Você vai precisar sair da sua zona de conforto para descobrir como o Brasil não é só grande, é complexo. Se não, quem vai tirar você do conforto serão eles, que virão invadir a sua praia. Chegam pessoas nas minhas agências, de lugares inéditos do país, com demandas inéditas de comunicação que desafiam a nossa capacidade.
Você até pode, mas não deve falar sempre a mesma coisa do mesmo jeito em Uberaba, Manaus, São Paulo e Campo Grande. Mudar vai dar trabalho, mas vai dar retorno.
Basta ouvir o IBGE e o BID. Há um Brasil novo que sempre foi colorido, mas só neste censo se autodeclarou majoritariamente não branco. Pardos e pretos juntos são, pela primeira vez, maioria autodeclarada da população. Porque eles finalmente se sentem seguros e orgulhosos de se assumirem pelo que são.
A confiança econômica e o reforço na renda já estão se transformando num reforço de identidades.
E no regime capitalista, gostemos ou não, o consumo é uma das expressões mais relevantes do indivíduo e da cidadania.
É obvio que o copo está metade cheio e metade vazio. Sou empresário. Trabalho com o que existe para realizar o que falta.
No Brasil em que nasci o Nordeste era uma região de calamidade e seca. Hoje é a China brasileira. Se você duvida, vá lá ver. Em junho, em São Paulo, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) realizará uma conferência da maior importância sobre a base da pirâmide. É dessa base que vem o novo crescimento da economia do nosso país.
A cesta básica não é mais só básica. Dona Maria quer beijar de batom, ficar cheirosa e comer chocolate. Produtos populares não podem mais ser simplesmente pobres e baratos. Eles têm de ser bons, bonitos e acessíveis. Como as roupas da C&A e da Zara. Falta uma construtora popular que pense em design e em arquitetura como a Tok&Stok. Falta uma cadeia de hotéis que seja jovem, moderna e barata como a Gap.
O consumidor mudou, o Brasil mudou e as empresas têm de mudar. E a melhor pesquisa que existe é pegar um avião e viajar pelo Brasil.
Você vai descobrir que mercados antes desprezados se tornaram obrigatórios. Não dá mais para não olhar para o Nordeste, para o Centro-Oeste e para o Norte. Há uma chance histórica de se ganhar escala. De reforçar marcas, de criar marcas, de estabelecer parcerias.
Mas crescer/vender no Nordeste pode ser muito diferente do que no Sudeste. Você vai precisar sair da sua zona de conforto para descobrir como o Brasil não é só grande, é complexo. Se não, quem vai tirar você do conforto serão eles, que virão invadir a sua praia. Chegam pessoas nas minhas agências, de lugares inéditos do país, com demandas inéditas de comunicação que desafiam a nossa capacidade.
Você até pode, mas não deve falar sempre a mesma coisa do mesmo jeito em Uberaba, Manaus, São Paulo e Campo Grande. Mudar vai dar trabalho, mas vai dar retorno.
Basta ouvir o IBGE e o BID. Há um Brasil novo que sempre foi colorido, mas só neste censo se autodeclarou majoritariamente não branco. Pardos e pretos juntos são, pela primeira vez, maioria autodeclarada da população. Porque eles finalmente se sentem seguros e orgulhosos de se assumirem pelo que são.
A confiança econômica e o reforço na renda já estão se transformando num reforço de identidades.
E no regime capitalista, gostemos ou não, o consumo é uma das expressões mais relevantes do indivíduo e da cidadania.
Não tem jeito: sua marca terá de respeitar e dialogar com esse novo brasileiro. Primeiro você precisa descobrir quem ele é. O IBGE acendeu uma luz.
NIZAN GUANAES, publicitário e presidente do Grupo ABC, escreve às terças-feiras, a cada 14 dias, nesta coluna.
Fonte: Folha de São Paulo – 17.05.2011
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