quarta-feira, 27 de abril de 2011

Trabalho: infraestrutura exige novas relações


A constatação é do Secretário Nacional de Administração e Finanças da CUT, Vagner Freitas, representante da Central nas negociações que puseram fim a 3 semanas de paralisação das obras das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia.
Nesta entrevista, Freitas explica o conflito e analisa as condições de trabalho do setor de infraestrutura no país, marcado pelas maiores greves na história recente do país, que levaram 80 mil trabalhadores a cruzarem os braços.
Segundo Freitas, as paralisações evidenciam um conflito latente e histórico no setor da construção pesada que até hoje conta com a figura do “capataz” – uma espécie de chefe e algoz nos canteiros de obras. O sindicalista também analisa o pacto tripartite governo Dilma-trabalhadores-empresas patrocinado pelo Planalto em prol de um acordo entre as partes que garanta melhores condições de trabalho.
O dirigente sindical faz, também, faz uma análise dos oito anos de governo Lula, ressaltando a importância da política para o Salário Mínimo (SM) e o surgimento de uma nova classe trabalhadora, com mais renda. Além disso, indica os novos desafios que despontam no mundo do trabalho e como a CUT se prepara para eles. Já sobre o início do governo Dilma Rousseff, o sindicalista ressalta a abertura ao diálogo com centrais e segmentos sociais manifestada pela atual governante.
[ Zé Dirceu ] Em relação ao mundo do trabalho, qual a sua avaliação dos oito anos de governo Lula e o início de gestão da presidenta Dilma Rousseff?
[ Vagner Freitas ] Na nossa avaliação, nos 8 anos de governo Lula e neste dias iniciais do governo Dilma, estabeleceu-se uma possibilidade de negociação que antes não havia. No governo Fernando Henrique não houve nenhum tipo de diálogo social entre o governo e as Centrais Sindicais – com a CUT especificamente. O governo tucano foi autoritário, determinava a agenda social sem discussão com os agentes sociais.
Nós entendemos que o papel do governo é estabelecer a intermediação nas relações que existem, por exemplo, entre o mundo do trabalho e o capital. No governo Lula, as reivindicações dos trabalhadores continuaram as mesmas, o que mudou foi a possibilidade de sermos ouvidos e de haver uma interlocução com o governo, a partir de uma agenda acertada, acordada, discutida.
Para nós, da CUT, do ponto de vista da nossa plataforma e da nossa conduta, não importa se o governo é do PSDB ou do PT, porque vamos continuar com nossas reivindicações da mesma maneira. Agora é muito clara a diferença do governo tucano para o governo Lula/Dilma. O ex-presidente Fernando Henrique não fazia a interlocução com os trabalhadores, não privilegiava o diálogo social, nem fazia o seu papel (de governo) de ouvir as partes e iniciar o diálogo entre elas. Era um governo totalmente desconectado da sociedade. Ele já tinha e manteve um lado caratecterístico – o lado do empresariado. Entao, o governo Lula foi um avanço. Ele não determinou um lado. O que fez foi intermediar o conflito, porque o conflito é inerente, existe.
Salário Mínimo: o maior plano do governo.
[ Zé Dirceu ] Quais avanços você aponta dos últimos 8 anos?

Leia a resposta a essa pergunta e também entrevista completa ::aqui::

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