A  Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO)  advertiu nesta quarta-feira (26) que políticas públicas inadequadas  podem agravar a crise de alimentos causada pela alta dos preços no  mundo. Para os especialistas, restringir as exportações, como optam  alguns países superavitários, pode piorar a situação global, pois gera  incerteza e a depreciação dos preços do mercado interno.
A FAO recomendou ainda que os governos se  esforcem na execução de programas de segurança alimentar para as camadas  pobres da população. No Brasil, o carro-chefe dos programas de  transferência de renda é o Bolsa Família. Segundo a organização das  Nações Unidas, os programas de transferência de renda ou alimentos são  essenciais para o “desenvolvimento” de um sistema completo na cadeia de  segurança alimentar.
"A experiência da crise alimentar de 2007 a  2008 mostra que, em alguns casos, decisões tomadas de forma precipitada  pelos governos que tinham o objetivo de atenuar o impacto da crise  acabaram por contribuir e até agravar a crise impactando sobre a  insegurança alimentar", disse o diretor de Políticas da FAO e da Divisão  de Apoio ao Programa de Desenvolvimento, Richard China.
O Índice de Preços da FAO – que é uma  espécie de referência de preços dos alimentos básicos em nível  internacional - atingiu o pico em dezembro de 2010. "Com esse novo  choque de preços agora, dois anos depois da crise [financeira  internacional], há uma séria preocupação sobre as implicações para os  mercados de alimentos nos países vulneráveis", disse China.
De acordo com a FAO, os mais afetados pela  alta dos preços são as pessoas que vivem em centros urbanos e pequenos  agricultores de países em desenvolvimento. Segundo especialistas, os  mais pobres gastam de 70% a 75% da sua renda para comprar alimentos.
A FAO ressaltou ainda que não existe um  “guia” com regras definidas sobre as medidas que devem ser adotadas para  o sucesso em cada país. De acordo com especialistas, o ideal é buscar a  combinação de ações políticas e programáticas adaptadas às condições  locais e acordados pelas partes interessadas em cada país.
Em um relatório divulgado nesta  quarta-feira, a FAO recomenda que os governos estimulem a produção de  sementes em parceria com escolas, comunidades, grupos de agricultores e  cooperativas.
Portal Brasil
 
 
 
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