Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio  de Janeiro - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou hoje  (12) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou uma decisão  soberana de governo ao decidir pela não extradição do ex-ativista  italiano Cesare Battisti. Por isso, segundo Cardozo, ela terá que ser  cumprida. 
Apesar  da decisão da Câmara dos Deputados da Itália de congelar o acordo  militar já aprovado no Senado entre os dois países, Cardozo disse não  acreditar que os laços comerciais entre Brasil e Itália venham a ser  quebrados em razão do descontentamento do governo italiano com a  decisão. 
“Temos  com a Itália uma relação de país irmão. É um país que tem conosco uma  relação de amizade e laços comerciais que creio ser indestrutíveis”,  disse o ministro. 
Em  relação à decisão da Câmara dos Deputados da Itália, Cardozo assinalou  que nem sempre posições tomadas pelos governos são encaradas como  posturas corretas por outras nações e que não cabe ele fazer qualquer  consideração sobre isso. 
“O  que posso afirmar é que o Brasil teve e tomou uma decisão nos marcos de  sua lei e dos seus tratados como um país soberano que é. Como tal, a  decisão do presidente Lula encontra amparo na nossa Constituição, nas  nossas regras internacionais e que deve ser respeitada”, acrescentou  Cardozo. “O presidente Lula tomou uma decisão e ela terá que ser  cumprida.” 
Em  retaliação à decisão de Lula de manter o ex-ativista no país, a Câmara  dos Deputados da Itália resolveu reenviar para a comissão que trata do  tema o texto do acordo de cooperação militar que o país planeja firmar  com o Brasil. Isso, na prática, congela o acordo militar. 
O  acordo militar prevê a construção de navios e fragatas para o  patrulhamento da fronteira brasileira. Para que o tratado possa entrar  em vigor, é necessário que o texto seja aprovado pelo parlamento  italiano. 
Battisti  foi condenado à prisão perpétua na Itália sob a acusação ter cometido  quatro assassinatos na década de 1970, quando integrava o grupo  Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).
Edição: João Carlos Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário