A imprensa conservadora está sem ter o que dizer.
Em três meses apenas, Dilma Rousseff fez o que Lula passou anos querendo fazer.
Retomar – não a propriedade, que Fernando Henrique entregou na bacia  das almas – mas o papel da Vale como indutora do desenvolvimento  brasileiro.
E, para isso, era preciso acabar com o reinado de Roger Agnelli, o  homem que queria vender cada vez mais rápido maiores quantidades de  minério, não pensava em investir no seu beneficiamento e transformação  em aço e, ainda por cima, não tinha uma política de compras interna,  como demonstrou na compra de 12 navios gigantes – cada um deles maior  que o  morro Pão de Açúcar -  na China, sem um parafuso feito aqui.
O esquadrão midiático de Agnelli foi solenemente driblado.
Primeiro, quis fritar o Ministro Guido Mantega por ter conversado com  Lázaro Brandão, presidente do Bradesco e acionista de verdade da  Valepar, controladora da Vale. Mesmo com sua bufunfa de R$ 1,3 milhão  por mês, Agnelli não tem ações para escolher sequer o  chefe do setor de  zeladores do prédio da Vale.
Depois, quis apresentar a mudança como um “aparelhamento da Vale” e  os únicos sinais concretos de promiscuidade política da Vale vieram do  próprio Agnelli, que armou uma operação com o DEM para atacar o Governo,  e o fato de se ter lá dentro uma todo-poderosa senhora que entrou pela  janela tucana na empresa e, como braço de ferro de Agnelli, “enquadra”  na vontade de funcionários a diretores da empresa.
Perdido Agnelli, tentaram enfiar na Vale o nome de sua preferência.  Quietinha, a mineira Dilma deixou que dessem por escolhido o substituto.  Na hora H, emplacou uma solução técnica, vinda de dentro da própria  empresa ,o ex-funcionário da Vale e membro de sua diretoria, Murilo  Ferreira, um excutivo com quem a Presidenta já teve muito contato quando  Ministra das Minas e Energia.
Claro que se trata de um profissional de mercado, experiente e capaz.  Mas dirigir uma empresa como a Vale requer mais que simples competência  técnica. Exige visão estratégica da empresa e do país. E capacidade  política de perseguir estes objetivos.
Os jornalistas de mercado adoram falar nas virtudes da sinergia, isto  é, na capacidade de duas instituições multiplicarem seus resultados  agindo em sintonia.
E curioso que não falassem nunca em quanto a empresa e o país perdiam  com a ação de Agnelli em desalinho com as macropolíticas econômicas  brasileiras.
A direita midiática levou um competente drible e caiu sentada no chão.
Tijolaço do Brizola Neto

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