terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Presidente da Petrobras diz que não investir em refinarias é "suicídio a longo prazo"

Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, voltou ontem (21) a defender investimentos em refinarias no Brasil. Em evento no Rio de Janeiro, Gabrielli disse que é “suicídio a longo prazo” não investir em refinarias neste momento. “Estamos no limite da capacidade de refino. Temos que construí-las agora, porque só ficarão prontas em 2016 ou 2017”, disse o presidente da estatal.
A Petrobras tem hoje capacidade para refinar 1,8 milhão de barris por dia, abaixo da produção diária de óleo, que é de cerca de 2 milhões de barris. De acordo com Gabrielli, hoje as refinarias existentes no Brasil operam com 90% de sua capacidade.
A Petrobras está construindo duas refinarias (Abreu e Lima, em Pernambuco, e Comperj, no Rio de Janeiro) e tem projetos para construção de mais duas: no Maranhão e no Ceará. Com isso, a capacidade de refino no país subirá para 3,2 milhões de barris por dia, em 2020, ainda assim bem abaixo da produção projetada de 3,9 milhões de barris de óleo diários.
O presidente da Petrobras explicou que um dos grandes problemas para o futuro está na capacidade de refinar gasolina. As novas refinarias em construção terão um trabalho focado no refino de diesel, querosene de aviação e petroquímicos.
Gabrielli não quis antecipar quais são os projetos da Petrobras para novas refinarias além das quatro já previstas. Mas, segundo ele, as próximas refinarias terão projetos mais flexíveis, isto é, permitirão o refino de diferentes tipos de derivados de petróleo.
Segundo o presidente da Petrobras, os investimentos serão detalhados no próximo planejamento estratégico, a ser divulgado em maio deste ano.
Gabrielli participou hoje de um seminário da Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre cenários da economia brasileira e mundial em 2011. Durante a palestra do presidente da Petrobras, houve um pequeno desentendimento entre Gabrielli e o economista-chefe do Banco Santander Brasil, Alexandre Schwartsman.
Em sua palestra, antes de Gabrielli, Schwartsman havia chamado o processo de cessão onerosa de cinco bilhões de barris da União para a Petrobras de “contabilidade criativa”. Quando Gabrielli citou a cessão onerosa, dizendo que pagou R$ 74 bilhões ao Tesouro Nacional pelos barris, Schwartsman disse que o dinheiro não chegou ao Tesouro.

Edição: Lílian Beraldo

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