Encolhido depois das eleições 2010 e esnobado por “aliados” como PSDB e DEM, o PPS vai propor ao PV formar um bloco de oposição ao governo na Câmara dos Deputados. A decisão foi debatida no sábado (27), em encontro do partido que reuniu mais de cem representantes do partido que participaram de encontro encerrado.
No encontro, o presidente da sigla, Roberto Freire, descartou definitivamente uma fusão com o partido tucano. “Não queremos fusão [com o PSDB]. Queremos discutir e propor a social-democracia”, reforçou Jungmann.A união com o PV — que elegeu 15 deputados em outubro — visa a reunir número suficiente de parlamentares para conquistar lugares na Mesa Diretora e nas comissões da Câmara. O PPS pode tentar também formar uma frente com partidos menores para tentar ganhar um mínimo de musculatura no Congresso.
A legenda viu reduzir de 22 para 12 o número de deputados na Câmara e tem apenas Itamar Franco (PPS-MG) no Senado. O presidente do partido, Roberto Freire, já admite até mesmo deixar a oposição e integrar-se à base de Dilma, desde que o Palácio do Planalto altere a atual política econômica.
De acordo com o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), a ideia mais forte é que o PSDB e o DEM também façam parte do bloco — mas as legendas ainda não se manifestaram. “Se eles [PSDB e DEM] não quiserem ou não responderem, vamos procurar o PV. Queremos espaço na Mesa [Diretora]”, disse o deputado.
Só que a inclinação do PV é fechar acordo com o “bloco de esquerda” (PCdoB, PSB e PDT e PRB), desde que garanta a Comissão de Meio Ambiente. O líder do PV na Câmara, Edson Duarte (BA), foi designado pelo partido para a articulação política dentro do Congresso e refutou qualquer possibilidade de o partido se juntar neste primeiro momento à oposição.
“A tendência é o PV formar bloco com partidos da base governista como o PSB e o PSC. O PPS também tem historicamente boas relações com o PV, mas, se tiver com o PSDB, certamente recusaremos”, afirma. “Com o bloco, poderemos ter maior espaço político, sobretudo nas comissões — o que tivemos muita dificuldade nessa legislatura por estarmos sozinhos.”
Da Redação, com agências
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