Atenção eleitores: podem começar a juntar as pecinhas do quebra-cabeça. No início deste mês, o presidente Lula reuniu os integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social para falar da economia nacional.
Ali, foi firme na tese do estado forte, promotor do desenvolvimento. A ministra Dilma Rousseff, já falou numa entrevista. Ontem, Lula reforçou o tema na posse do novo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. E outras falas vão marcar o assunto, de forma cada vez mais incisiva.
Os petistas se preparam para reeditar na campanha eleitoral do ano que vem a mesma força motriz produtora dos votos de 2006, quando o presidente Lula venceu o tucano Geraldo Alckmin. O PSDB defende o estado mínimo, apenas regulador, enquanto o PT e a ministra Dilma, são adeptos do estado mais amplo e forte.
Em 2006, quando ainda não havia uma crise econômica mundial desfilando nos telejornais antes do horário eleitoral, foi grande no PSDB o estrago causado pelo discurso simplista de que os tucanos eram favoráveis às privatizações e o PT, não.Vamos pra cima deles de novo!
Alckmin ficou rouco tentando convencer alguns de que, se eleito, não privatizaria o Banco do Brasil, a Petrobras e a Caixa Econômica Federal.Mas José Serra vendeu a Nossa Caixa. O que prova que o discurso estava certo
Agora, o discurso petista de 2006 será ampliado. Com a crise econômica mundial, Lula tem um prato cheio para retomar a tese do estado forte em 2010, só que de forma mais eficaz.
Ontem mesmo ele reforçou que, em tempo de turbulência, é o estado que salva. Foi aplaudido de forma efusiva pelos prefeitos que lotaram o salão quando citou que, se o dinheiro dado ao sistema financeiro fosse usado em programas sociais, todos os pobres estariam na classe média.
A diferença de 2006 para 2010, além é claro do candidato, é que Dilma não é Lula.
Não se trata mais de dizer se vai privatizar isso ou aquilo ou manter o comando estatal. A ordem é mostrar o que foi revertido em serviço público e benefícios sociais com o dinheiro das privatizações no governo Fernando Henrique Cardoso e o que Lula fez sem privatizar uma só repartição pública.
E tudo isso não está em curso, assim, do nada. Circula nos gabinetes do governo uma pesquisa sobre como a população enxerga a tese do estado forte. E as cabeças coroadas da República descobriram que os brasileiros são meio paternalistas, preferem o estado promotor. Ou seja, tudo o que vem nos discursos não é à toa. É cientificamente comprovado.
E, por falar em método científico...
Enquanto Lula falava, um especialista em pesquisa que acompanhava a posse de Padilha garantia a um amigo que Dilma já está no segundo turno. Ele calcula que, quando José Serra tinha 14% em 2002, Fernando Henrique Cardoso tinha uma popularidade na casa dos 35%. Serra chegou ao patamar da popularidade de FHC e foi ao segundo turno contra Lula. Hoje, Dilma tem 14%. Só que Lula tem uma popularidade que é o dobro daquela de FHC. Logo, se a ministra obtiver metade do que Lula tem hoje de aprovação, tem tudo para chegar lá. Em tempo: ela tem dito a amigos que não está nem aí para as pesquisas de hoje. Só lhe interessam aquelas de outubro de 2010.
Lindberg, o candidato
O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), duvida que Lula vá lhe pedir para deixar de concorrer ao governo do Rio de Janeiro para apoiar a reeleição do governador Sérgio Cabral, do PMDB. “Lula agora é cidadão do mundo. Não está mais ligado nessa política daqui. A cabeça dele está em outra esfera.” E nós todos vamos fingir que acreditamos, não é mesmo, leitor?
Lula, o articulador
Nos últimos meses, todos aqueles que pensam em ser candidato a alguma coisa dentro do PT, ou mesmo alguns ilustres personagens de partidos aliados, não fazem um só gesto sem conversar com o presidente da República. E, ontem, ao colocar Alexandre Padilha, que não é político, no cargo de ministro, Lula assumiu de vez a coordenação política de seu governo, dividida com o seu chefe de Gabinete, Gilberto Carvalho, e a própria ministra Dilma, a pré-candidata.
Quanto à essa história de cidadão do mundo, bem… Lula é respeitado e visto como “o cara” por onde quer que circule.
Com a crise econômica mundial, Lula tem um prato cheio para retomar a tese do estado forte em 2010, só que de forma mais eficaz
Ali, foi firme na tese do estado forte, promotor do desenvolvimento. A ministra Dilma Rousseff, já falou numa entrevista. Ontem, Lula reforçou o tema na posse do novo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. E outras falas vão marcar o assunto, de forma cada vez mais incisiva.
Os petistas se preparam para reeditar na campanha eleitoral do ano que vem a mesma força motriz produtora dos votos de 2006, quando o presidente Lula venceu o tucano Geraldo Alckmin. O PSDB defende o estado mínimo, apenas regulador, enquanto o PT e a ministra Dilma, são adeptos do estado mais amplo e forte.
Em 2006, quando ainda não havia uma crise econômica mundial desfilando nos telejornais antes do horário eleitoral, foi grande no PSDB o estrago causado pelo discurso simplista de que os tucanos eram favoráveis às privatizações e o PT, não.Vamos pra cima deles de novo!
Alckmin ficou rouco tentando convencer alguns de que, se eleito, não privatizaria o Banco do Brasil, a Petrobras e a Caixa Econômica Federal.Mas José Serra vendeu a Nossa Caixa. O que prova que o discurso estava certo
Agora, o discurso petista de 2006 será ampliado. Com a crise econômica mundial, Lula tem um prato cheio para retomar a tese do estado forte em 2010, só que de forma mais eficaz.
Ontem mesmo ele reforçou que, em tempo de turbulência, é o estado que salva. Foi aplaudido de forma efusiva pelos prefeitos que lotaram o salão quando citou que, se o dinheiro dado ao sistema financeiro fosse usado em programas sociais, todos os pobres estariam na classe média.
A diferença de 2006 para 2010, além é claro do candidato, é que Dilma não é Lula.
Não se trata mais de dizer se vai privatizar isso ou aquilo ou manter o comando estatal. A ordem é mostrar o que foi revertido em serviço público e benefícios sociais com o dinheiro das privatizações no governo Fernando Henrique Cardoso e o que Lula fez sem privatizar uma só repartição pública.
E tudo isso não está em curso, assim, do nada. Circula nos gabinetes do governo uma pesquisa sobre como a população enxerga a tese do estado forte. E as cabeças coroadas da República descobriram que os brasileiros são meio paternalistas, preferem o estado promotor. Ou seja, tudo o que vem nos discursos não é à toa. É cientificamente comprovado.
E, por falar em método científico...
Enquanto Lula falava, um especialista em pesquisa que acompanhava a posse de Padilha garantia a um amigo que Dilma já está no segundo turno. Ele calcula que, quando José Serra tinha 14% em 2002, Fernando Henrique Cardoso tinha uma popularidade na casa dos 35%. Serra chegou ao patamar da popularidade de FHC e foi ao segundo turno contra Lula. Hoje, Dilma tem 14%. Só que Lula tem uma popularidade que é o dobro daquela de FHC. Logo, se a ministra obtiver metade do que Lula tem hoje de aprovação, tem tudo para chegar lá. Em tempo: ela tem dito a amigos que não está nem aí para as pesquisas de hoje. Só lhe interessam aquelas de outubro de 2010.
Lindberg, o candidato
O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), duvida que Lula vá lhe pedir para deixar de concorrer ao governo do Rio de Janeiro para apoiar a reeleição do governador Sérgio Cabral, do PMDB. “Lula agora é cidadão do mundo. Não está mais ligado nessa política daqui. A cabeça dele está em outra esfera.” E nós todos vamos fingir que acreditamos, não é mesmo, leitor?
Lula, o articulador
Nos últimos meses, todos aqueles que pensam em ser candidato a alguma coisa dentro do PT, ou mesmo alguns ilustres personagens de partidos aliados, não fazem um só gesto sem conversar com o presidente da República. E, ontem, ao colocar Alexandre Padilha, que não é político, no cargo de ministro, Lula assumiu de vez a coordenação política de seu governo, dividida com o seu chefe de Gabinete, Gilberto Carvalho, e a própria ministra Dilma, a pré-candidata.
Quanto à essa história de cidadão do mundo, bem… Lula é respeitado e visto como “o cara” por onde quer que circule.
Com a crise econômica mundial, Lula tem um prato cheio para retomar a tese do estado forte em 2010, só que de forma mais eficaz
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