MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) evitou nesta segunda-feira falar sobre o cenário da disputa eleitoral. Questionada se comentaria a situação de seus principais adversários nas pesquisas de intenção de voto, a ministra desconversou.
"Eu não costumo falar das pessoas", afirmou.
Apesar da resistência em falar do desempenho do governador de São Paulo José Serra (PSDB) e o deputado federal Ciro Gomes (PSB), a ministra sinalizou que está pronta para assumir sua candidatura. O incentivo é o fim do tratamento contra um câncer.
"O que eu fiquei muito feliz é que eles [médico] disseram: olha você agora tem condições totais, sem nenhum cuidado diferente de qualquer outra pessoa tem que ter consigo mesmo, de exercer todas as atividade que você vinha exercendo antes. [..] É interessante eu recuperei minha energia, está na minha cara que eu recuperei a energia. Estou pronta para o que der e vier. Eu não sei para quê, mas estou pronta para tudo. O que aparecer na minha vida vou encarar", disse.
Na semana passada, a ministra e o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) ensaiaram as primeiras trocas de farpas eleitorais.
Questionada, em entrevista a correspondentes estrangeiros, sobre o crescimento de Ciro na recente pesquisa Ibope --que também indicou a estagnação da ministra nas intenções de voto ao Planalto--, Dilma condenou uma comemoração antecipada.
"Sempre que no Brasil alguém tentou sentar na cadeira antes do prazo, deu errado. Isso era dias antes [da eleição]. Eu acredito que é prudente a gente esperar as urnas serem abertas e os votos serem contados", disse ela.
Ciro comemorou publicamente o resultado da pesquisa, que em um de seus cenários traz o deputado à frente da ministra.
Em outro, os dois apareciam tecnicamente empatados. A pesquisa mostrou o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), na liderança. Ciro, em palestra na Força Sindical, afirmou que Dilma evita confrontos com o pré-candidato tucano.
"Os adversários não são bobos, pelo contrário, estão aí falando 'o Lula é meu amigo também'. O Lula não dá mais canelada em ninguém, é Lulinha paz e amor para o resto da vida, e a Dilma entrou na mesma, ainda hoje [ontem] nos jornais estou eu falando mal do Serra, e a Dilma agarrada com ele. Quem quer ser bonzinho sou eu, eu quero ser bonzinho e ninguém deixa", disse Ciro.
Pesquisa
Pesquisa CNI/Ibope divulgada na semana passada mostrou o crescimento da taxa de intenção de voto de Ciro Gomes, que passou de 12% para 14% entre junho e setembro. No mesmo período, as taxas de Dilma e de Serra recuaram quatro pontos. Dilma recuou de 18% para 14%; e Serra de 38% para 34%.
Com esse resultado, Ciro aparece empatado em segundo lugar com Dilma. A senadora Marina Silva (AC), que aparece pela primeira vez na pesquisa, tem 6%.
Segundo Guerra, Serra ainda tem espaço para crescer porque o governador 'não está em campanha' e não aparece na mídia "tratado de temas nacionais".
"Serra tem muito ainda para crescer. Ele vem oscilando entre 37% e 41%, mas está estável. É preciso entender que ele não aparece na mídia falando de temas nacionais nem foi o alvo dos programas de inserção às vésperas da pesquisa como ocorreu com o Ciro. Nós usamos nosso espaço para fazer oposição ao presidente Lula [Luiz Inácio Lula da Silva]. Colocando Serra como protagonista do programa, ele cresceria 5% até 10%", disse.
Postado por Naza¹³
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