A presidente eleita, Dilma Rousseff,  confirmou ontem os atuais comandantes das Forças Armadas em seus cargos.  Depois do convite ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, para permanecer  no cargo, a presidente tinha dado indicações de que não faria objeções à  continuidade também dos comandantes, com quem encontrou-se ontem para  formalizar o convite.
O general Enzo Peri, do  Exército, o comandante da Marinha Júlio Soares Neto e o comandante da  Aeronáutica Juniti Saito vão permanecer. Todos assumiram os postos  durante o governo Lula, mas o comandante mais envolvido em polêmica foi o  da Aeronáutica, Juniti Saito, por causa do caos aéreo e de dois grandes  acidentes da aviação, e do mais que polêmico projeto de compra de caças  para a Aeronáutica.
Saito tem 68 anos e é natural de  Pompeia (SP). É casado e pai de três filhos. Tem no currículo mais de 6  mil horas de voo e quase 40 condecorações. Sua patente é  tenente-brigadeiro-do-ar. Fez cursos de formação de oficiais voadores,  aperfeiçoamento de oficiais, curso operacional de piloto de caça e curso  de piloto operacional em transporte aéreo.
O almirante-de-esquadra Julio  Soares de Moura Neto é o comandante da Marinha. Aos 67 anos, é casado e  pai de 3 filhos. Tem 28 condecorações e assumiu a patente de  almirante-da-esquadra em 31 de março de 2003 e o posto de comandante da  Marinha em março de 2007.
Nascido no Rio de Janeiro em  1941, o general do Exército Enzo Martins Peri foi promovido em março de  2003, sendo nomeado chefe do Departamento de Engenharia e Construção,  cargo que exercia ao assumir o comando do Exército, em 8 de março de  2007. Tem mais de 20 condecorações e realizou os cursos de engenheiro de  fortificação e construção, do Instituto Militar de Engenharia, da  Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e o de comando e Estado-Maior. Na  segunda-feira, Jobim já havia adiantado que a tendência era manter os  três comandantes.
Ontem, o presidente Luiz Inácio  Lula da Silva fez seu último discurso para oficiais-generais das três  Forças Armadas. Lula afirmou que, antes de chegar à Presidência, tinha  uma visão "totalmente equivocada" dos militares - já superada, segundo  ele. "Foi preciso chegar à Presidência da República para reconhecer a  importância de vocês", disse o presidente aos generais.
Lula não entrou em temas  polêmico nas esferas militares, como a punição aos torturadores na  ditadura, a busca por restos mortais de desaparecidos políticos e a  compra de novos caças pela Aeronáutica.
A exemplo dos últimos discursos  presidenciais nesta reta final de governo, Lula fez um balanço geral de  seu governo após ler um discurso protocolar, com agradecimentos à  participação de Exército, Marinha e Aeronáutica em ações humanitárias ao  longo de seu governo.
O presidente citou obras de  hidrelétricas, transposição do Rio São Francisco, pré-sal, Copa do  Mundo, em meio a uma série de realizações e projetos do governo. "Vocês  vão encontrar um país onde a autoestima da sociedade é do tamanho do  território nacional", disse Lula em almoço oferecido a ele pelos  militares, no Clube Naval, em Brasília.
Ele também defendeu as ações de  política externa do governo, desde a aproximação com o Irã, defendendo o  uso de energia nuclear pelo regime de Mahmoud Ahmadinejad para fins  pacíficos, até as relações com os países vizinhos, como Bolívia,  Paraguai e Argentina. 
(Com agências noticiosas)
 
 
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário