OS AMIGOS DO PESIDENTE LULA
Finalmente o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), reconheceu nesta quinta-feira, 18, que a administração de seu aliado José Roberto Arruda (ex-DEMos), governador licenciado do Distrito Federal (DF) por motivo de prisão, perdeu a legitimidade.
Serra evitou, no entanto, tomar partido a respeito de uma possível intervenção do governo federal na administração do DF:
"Intervenção sempre é complicada, é uma situação bastante delicada. Isso tem de ser bem pesado".
Serra tem motivos para se preocupar com uma intervenção. Uma devassa no governo do DF, em seus contratos, pode mirar em um careca e acertar dois.
As mesmas empresas que aparecem na operação Caixa de Pandorra tem contratos polêmicos com a prefeitura de São Paulo (desde quando Serra era prefeito), e também com o governo estadual tucano (antes e depois da posse de Serra):
- A Uni Repro Serviços Tecnológicos Ltda., mantém 35 contratos com o governo do estado de São Paulo, no valor total de 38 milhões de reais.
- No governo Serra e Alckmin, a Uni Repro firmou contratos entre 2002 e 2009 para prestação de serviços às secretarias estaduais de Saúde, Educação, Esportes e de Direitos da Pessoa com Deficiência e a órgãos e empresas estatais como o Instituto Florestal, Sabesp, Nossa Caixa (incorporada recentemente ao Banco do Brasil), Companhia do Metropolitano (Metrô), Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os contratos, ainda em vigor, preveem a locação de máquinas copiadoras analógicas, confecção e fornecimento de impressos e serviços de reprografia, heliografia, plastificação e encadernação, entre outros.
- Na gestão Kassab, a Uni Repro recebeu 48,1 milhões de reais por diversos contratos entre 2006 e 2009.
- Outra empresa citada no esquema do DEM em Brasília, a Call Tecnologia, também presta serviços à Prefeitura de São Paulo e recebeu, de fevereiro de 2006 (quando Serra ainda era prefeito) até novembro deste ano, 58,8 milhões de reais.
- Saíram dos cofres da Prefeitura de São Paulo, no total, 106,9 milhões de reais- para as duas empresas envolvidas no escândalo;
- Uma sócia da Uni Repro, Virginia Wady Debes Pacheco, também é sócia da AMP – Serviços de Diagnóstico por Imagem Ltda., conhecida pelo nome fantasia Amplus. Esta empresa foi denunciada em abril à Procuradoria da República de São Paulo. A Amplus foi contratada pela prefeitura paulistana em março de 2006 (ainda na gestão de Serra), para oferecer serviços de diagnóstico por imagem, em um período de três anos, no valor de 108 milhões de reais. Dois anos depois, o Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM) julgou irregulares o pregão, o contrato e o seu aditamento. Determinou, então, a suspensão do acordo. A Secretaria Municipal de Saúde demorou oito meses para cumprir a ordem do TCM. A prefeitura definiu novos operadores do serviço no ano passado, a apenas quinze dias do fim do contrato. Leia mais aqui.
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