terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Dirceu afirma que Aécio está praticamente fora da disputa

O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) disse nesta segunda-feira (14) que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), está praticamente fora da disputa pela Presidência da República nas eleições de 2010. Ele também considerou que os sucessivos escândalos envolvndo o PSDb jogam a provável candidatura de José Serra para baixo.

Pré-candidato a presidente, Aécio disputa com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), a indicação do PSDB para concorrer em 2010. Caso o partido não defina o candidato até janeiro, o governador mineiro já anunciou que pretende disputar o Senado.

Em seu blog, Dirceu ressaltou que Aécio e Serra têm que cuidar da sucessão em seus respectivos Estados, "já que perder a Presidência e o governo significa estar fora da disputa em 2014".

Para o ex-ministro, a decisão de Aécio de sair da disputa coincide com o resultado da eleição para a escolha do presidente do Diretório Estadual do PT de Minas Gerais. Com apoio do ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) venceu a eleição no Estado com 22.910 votos (52,4%). Pimentel é um dos pré-candidatos do PT a governador de Minas.

"Pimentel --Aécio sabe-- é um candidato difícil de derrotar já que além dos votos petistas e de uma provável aliança com o PMDB, ele terá uma parcela significativa de eleitores que votaram no próprio Aécio em 2002 e 2006", escreveu Dirceu no blog.

No páreo

Aécio disse hoje no Rio de Janeiro que ainda não se definiu pela candidatura ao Senado nas eleições do ano que vem. Ele desmentiu informações publicadas na mídia, no final de semana, de que já teria comunicado ao comando do PSDB sua desistência de disputar a Presidência da República.

'Li notícias nos jornais, mas não há nenhuma decisão tomada, até porque se, no mês de janeiro, o partido optar por me dar condições de construir a candidatura, obviamente serei candidato à Presidência', afirmou, após participar de almoço com empresários fluminenses, na Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro).

Aécio lembrou que, caso o PSDB não se defina até o mês que vem, vai disputar o Senado por Minas Gerais. Ele cobrou do partido pressa na definição de um nome na corrida presidencial, para que novas alianças possam ser negociadas.

Serra ladeira abaixo

Ainda segundo José Dirceu, a lista interminável de irregularidades que envolvem a governadora gaúcha Yeda Crusius, uma denúncia gravíssima envolvendo o tucano vice-governador de Santa Catarina, Leonel Pavan, e as proporções do escândalo do DEM - no qual estão envolvidos o PSDB e o PPS - tornam desanimadoras as perspectivas da candidatura José Serra à presidência da República em 2010.

"Em Santa Catarina, o vice-governador e ex-senador tucano Leonel Pavan está envolvido em graves denúncias, mantidas longe do público pelo controle da imprensa no Estado e pela omissão da mídia nacional. Pavan é investigado na Operação Transparência, da Polícia Federal (PF), sob a acusação de envolvimento em sonegação fiscal e fraude na venda de combustíveis ao Estado e responderá por suspeitas de corrupção passiva, advocacia administrativa e quebra de sigilo funcional" diz Dirceu.

As transações, segundo as primeiras investigações, envolvem o governo de Santa Catarina e a empresa Arrows Petróleo do Brasil, com sede no Rio, num negócio que, segundo a PF, houve o pagamento de R$ 100 mil em propina. Pavan tem se defendido afirmando não ter envolvimento no caso.

"No Rio Grande do Sul continua a pressão de Serra para a governadora tucana Yeda Crusius não ser candidata à reeleição. Os tucanos querem, de todo modo, jogar para baixo do tapete as denúncias contra ela e a aliança e apoio que davam ao governador de Brasília, José Roberto Arruda, cujo principal secretário - o de Obras, Márcio Machado - e envolvido nas denúncias era presidente do PSDB no DF. Mas a governadora gaúcha não quer saber de Serra e da disputa presidencial: é candidata e ponto final", registra o ex-ministro.

Blog do Dirceu

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