Começo minha avaliação sobre o caráter perversamente antidemocrático dos meios de comunicação, com a compreensão de que a liberdade de expressão deve ser um direito de todos e não uma benesse restrita a alguns poucos grupos privados.
A atuação irresponsável, leviana e golpista com que a chamada grande imprensa vem se comportando, tanto no caso venezuelano - onde chegou a tomar posse junto com os criminosos que assaltaram o poder constitucional em abril de 2002 -, como no caso brasileiro, onde tentou destituir o presidente Lula numa cruzada desinformativa jamais vista, nos episódios da crise política e das eleições de 2006, e, mais recentemente, com a criminalização dos movimentos sociais, é o motor que nos impulsiona a esta reflexão.
Quando seus cifrões são contrariados e sua concessão vitalícia não é renovada pois representam uma agressão à própria Constituição, como no caso da RCTV venezuelana, os feudos midiáticos rapidamente se unem, comportando-se não mais como quarto poder, mas como o primeiro. No dia 11 de abril de 2002, depois que o golpe contra o presidente Chávez teve aparentemente sucesso, o vice-Almirante Victor Ramírez Pérez declarou solenemente a Venevisión: "Temos uma arma mortal: a mídia. E agora que tenho a oportunidade, deixe me parabenizá-los".
Ditadura da mídia
Como alerta Emir Sader, para que o processo de transformação avance, um dos imperativos que se faz necessário é quebrar a coluna vertebral da ditadura da mídia em nosso país. Ditadura que, junto com a do capital financeiro, representa o principal obstáculo à afirmação de um projeto nacional, democrático e popular, que tenha o povo, e em particular a classe trabalhadora, como seu protagonista.
Temos claro que os monopólios de comunicação são hoje a negação da democracia. Reduzidos ao tilintar dos cifrões dos seus patrocinadores, via de regra bancos e cartéis transnacionais, meia dúzia de famílias detentoras desses meios prostitui a informação, e a transforma em mercadoria, numa violação à verdadeira liberdade de imprensa. (continua)
Rosane Bertotti é secretária nacional de Comunicação da CUT.
Opinião do Nego Zhim, colunista desse blog.
Somente nos períodos negros de nossa história recente, nas ditaduras de Vargas e, a desaluminada e beócia confraria do militares, empossada após o golpe de 1964, os meios de comunicação conheceram verdadeiramente o que é censura domínio e opressão à liberdade de imprensa. Estou querendo falar só desses dois momentos negros e, que devemos esquecer, mas como esquecer?
Se quando vivemos em pleno gozo democrático, com liberdade de expressão assegurada, sem mordaças, sem receitas de bolo, pudins e outros quitutes para preencher o espaço onde uma informação importante deveria estar estampada?
Todos nós vimos e presenciamos o que é uma caça midiático, como eles são ferozes e como estão se comportando nos momentos atuais. Esse fortalecimento do latifúndio midiático, como bem disse, Rosane Bertotti (CUT – PONTO DE VISTA) tem que ser questionado, nós o povo podemos fazê-lo.
Quem lembra da farra das concessões de rádio e televisão, da vasta distribuição de presentes para deputados, senadores e seus apaniguados prosélitos, seguidores e aderentes à causa dos cinco anos de mandato para José Sarney?
Pois bem, muitos daqueles beneficiados estão por ai, usando o que lhes foi dado por concessão (pública), seja rádio ou televisão, para praticarem outra modalidade de assalto, o assalto à consciência da grande massa.
NEGO ZHIM
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